O halving do Bitcoin é um importante acontecimento. Desde o seu surgimento, o Bitcoin foi marcado por trazer diversas características inovadoras e até singulares. O seu sucesso como moeda e ativo digital é, em grande parte, por causa dessas características. E para muitas pessoas, a maior e mais determinante para o sucesso da criptomoeda é o chamado Bitcoin Halving.
Se ele é o maior ou não, cabe um bom debate. Entretanto, é inegável que o halving do Bitcoin é o que o torna escasso e regula sua emissão. Com isso, ele apresenta uma escassez real e uma “inflação” controlada, algo que nenhum ativo digital – e pouquíssimos do mundo real – conseguiram.
Por isso, neste texto vamos conhecer e entender melhor o que é este processo. Para deixar o tema mais claro, falaremos sempre em inflação para designar a emissão de novos Bitcoins. E o termo “corte na emissão de novos Bitcoins” também será usado ao se referir ao halving.
Quando Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin, ele definiu uma quantidade máxima de Bitcoins que existiriam: 21 milhões. Porém, esses Bitcoins não foram todos criados de uma vez. Em vez disso, eles seriam emitidos em quantidades e períodos específicos. A este processo foi dado o nome de mineração de Bitcoin.
No dia 3 de janeiro de 2009, foi criado o primeiro bloco de Bitcoin, chamado bloco-gênese. Neste bloco existiam 50 Bitcoins e, a cada 10 minutos, novos blocos como esses eram adicionados à rede do Bitcoin. Todos eles adicionavam 50 novos Bitcoins ao mercado, que eram então pegos pelos usuários que faziam a mineração.
Entretanto, os blocos não iriam emitir 50 Bitcoins para sempre. E foi justamente para regular essa emissão que Satoshi incluiu um mecanismo bastante engenhoso. Ele garante que a nova quantidade de Bitcoins emitida seja sempre cortada pela rede. E esse corte tem uma importância fundamental para a blockchain e o Bitcoin como um todo.
A palavra halving vem do inglês e significa algo como “cortar pela metade.” Ele é o nome dado a um processo de corte na emissão de novos Bitcoins. O processo de halving está gravado no código do Bitcoin e é programado para acontecer a cada período de tempo específico.
Esses cortes fazem com que a emissão de novos Bitcoins por bloco minerado seja reduzida. Ela sempre é cortada em 50% após novo halving e o processo ocorre a cada 210 mil blocos (cerca de 4 anos). No Bitcoin, a maioria dos processos ocorre por contagem de bloco, de modo que não há uma estimativa precisa de tempo.
Como vimos acima, a emissão começou com 50 Bitcoins em 2009. Em 2012, ela caiu para 25 BTC, caindo para 12,5 BTC em 2016. O último halving, em maio de 2020, cortou a emissão para 6,25 BTC, taxa que permanecerá até o próximo halving.
O processo de halving traz ao Bitcoin uma característica que nenhuma outra moeda possui: a previsibilidade em sua taxa de inflação. Ninguém pode afirmar qual será a taxa de inflação do dólar ou do real daqui a um, dois ou até dez anos. Por outro lado, a taxa de emissão de novos Bitcoins é plenamente conhecida por todos.
É possível saber qual será a taxa de “inflação” do Bitcoin em 2020 ou em 2062. O processo do halving também limita a quantidade de novos Bitcoins na economia, o que torna o criptoativo ainda mais escasso. Isso, aliado com a sua escassez absoluta e outros fatores, torna o Bitcoin extremamente valioso e desejado. Resumindo, o halving é:
O halving costuma ter um forte impacto no preço do Bitcoin. O processo torna o criptoativo mais escasso em termos de novos Bitcoins. Porém, a demanda pelo Bitcoin segue em constante crescimento. Isso tende a aumentar o valor do Bitcoin. Por isso o criptoativo tende a ter grandes explosões no preço após os halvings.
A teoria econômica explica que, se há uma redução na oferta de um ativo e a demanda se mantém, acaba ocorrendo uma pressão de alta sobre o preço dele. O halving causa a redução da oferta de novos Bitcoins enquanto os consumidores — e investidores — seguem com alta demanda. Por isso, a maioria dos analistas acredita que o Bitcoin irá se valorizar, mas as opiniões divergem sobre a magnitude e velocidade destes ganhos.
Nos últimos dois cortes de emissão, a valorização do Bitcoin ocorreu de forma exponencial pelo menos um ano depois. O halving de 2012 levou o Bitcoin acima dos US$ 1 mil pela primeira vez em 2013. Já o corte de antecedeu uma valorização rápida e ainda mais intensa em 2017. O Bitcoin superou os US$ 10 mil pela primeira vez e atingiu a sua máxima histórica até o momento, chegando a quase US$ 20 mil no final daquele ano.
Neste momento, o Bitcoin começa um ciclo de expansão logo após mais um halving. Este ciclo pode se consolidar em breve com uma nova alta histórica. O fato é que a cada halving, o Bitcoin torna-se mais escasso. Esse mecanismo traz uma previsibilidade ao sistema, permitindo que os investidores conheçam de antemão a “taxa de inflação” do Bitcoin.
Porém, este processo não acontece de forma tranquila. Como a história já nos mostrou, é normal que ocorra uma grande volatilidade no mercado antes e depois do halving. Em muitos casos, o preço pode sofrer fortes quedas neste período. Mas a história também mostra que, em termos gerais, este evento coloca o Bitcoin em um novo patamar de preço.
“A cada halving do Bitcoin, a taxa de escassez dobra e o valor de mercado aumenta em dez vezes, esse é um fator constante.”, diz o analista Plan B.
Os modelos de preço criados pelo analista tem sido bastante acurados. Da mesma forma, o desempenho do Bitcoin nos dois primeiros halvings traz bons sinais. Ainda assim, são apenas sinais.
Como dizia o cientistas sueco Niels Bohr, “fazer previsões é muito difícil, especialmente sobre o futuro.” Não há como ter certeza sobre qual direção o Bitcoin tomará, muito menos em quais valores. Vale ressaltar que o fenômeno do halving, bem como seu efeito no preço do Bitcoin, é algo muito novo.
O que sabemos é que o criptoativo continuará escasso e com uma política de halving bastante previsível. Não sabemos se o preço do Bitcoin vai se manter, subir ou descer. Você pode se apoiar em uma das narrativas ou pode utilizar o histórico recente. Em todos os casos, os dados podem não fazer uma boa previsão Bitcoin, mas indicam bons motivos para otimismo. Desta forma, é importante:
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