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Como minerar Bitcoin? Entenda como funciona a mineração de BTC

A Mineração de Bitcoin, nos últimos dez anos, é um dos principais temas abordados em conversas sobre a criptomoeda. O mecanismo que garante a emissão de novos Bitcoins e, ao mesmo tempo, fornece segurança para a criptomoeda, tem sido alvo de debates sobre sua viabilidade e também despertou o interesse de pessoas que buscam renda em Bitcoin. Em outras palavras, minerar Bitcoin não é apenas um fundamento da blockchain, mas também uma profissão.

No entanto, o que é e como funciona a mineração de Bitcoin? De que forma ela protege a rede e garante a segurança da criptomoeda? E, principalmente, a atividade ainda é lucrativa atualmente? Essas são algumas das perguntas que serão abordadas – e respondidas – durante este texto. 

O que é mineração?

A mineração de Bitcoin é o processo pelo qual são emitidas novas unidades da criptomoeda. O criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, limitou em 21 milhões a quantidade de Bitcoins existentes. Porém, estes Bitcoins são programados para serem emitidos aos poucos, durante um longo período de décadas, de acordo com o sistema do Bitcoin.

O processo de mineração de Bitcoin consiste em tentar decifrar códigos com valores criptografados emitidos pelo software. Esses códigos estão presentes em cada transação ou conjunto de transações, os chamados “blocos”. Os nós são responsáveis por validar as transações, ao passo em que os mineradores fazem a validação dos blocos de transações.

Assim, seu objetivo é tornar o uso da criptomoeda viável e garantir sua escassez. O ato de minerar Bitcoin também reforça sua alusão com o ouro, metal que só pode ser obtido pelo processo de mineração. Porém, enquanto a mineração do ouro envolve o uso de procedimentos e recursos físicos, a mineração de Bitcoin é um problema essencialmente matemático.

Proof of Work

Prova de Trabalho (ou Proof of Work, cuja sigla é PoW) é o aspecto mais importante da mineração de Bitcoin. É através dela que a rede do Bitcoin pode ser auditada 24 horas por dia, com total transparência. No entanto, esse mecanismo não foi criado por Satoshi Nakamoto, mas surgiu pelo menos 15 anos antes.

A ideia apareceu pela primeira vez em 1993, em um artigo publicado por Cynthia Dwork e Moni Naor como um mecanismo para combater spams de e-mails. Nesse sistema, o usuário deveria provar que gastou um certo tempo para encontrar alguma resposta que satisfaça algum requisito que o verificador pedisse. A tarefa de encontrar tal resposta deve ser difícil e trabalhosa para o protocolo funcionar, mas não impossível.

Posteriormente, esta ideia foi aperfeiçoada por Adam Back, que criou um sistema de Proof of Work chamado Hashcash. O conceito tinha uma proposta semelhante ao de Dwork e Naor, e era tão eficiente que serviu de inspiração para Satoshi ao construir o PoW do Bitcoin.

Na criptomoeda, o mecanismo funciona através da solução de um código matemático disponibilizado pelo sistema. Todos os mineradores estão trabalhando com suas máquinas, 24 horas por dia, em busca da solução deste código. Para isso, eles emprestam seu poder computacional na busca dessa solução, que está ligada a cada novo bloco de transações na rede.

Eventualmente, um desses computadores encontrará a solução do problema. Ao fazer isso, ele automaticamente envia essa transação, assim, “provando” para os demais computadores que o “trabalho” foi bem sucedido. Com isso, o novo bloco é encontrado e adicionado ao sistema.

Esse sistema requer um grande poder computacional, que vai gerar muitos gastos (os quais veremos mais adiante). Para manter o incentivo para os mineradores gastarem poder computacional, o sistema oferece Bitcoins como forma de pagamento para manter a rede online. Cada bloco possui uma quantidade de recompensas, mais o valor de todas as taxas de transação coletadas, que recompensam a PoW destinada pelos usuários.

Como minerar Bitcoin?

Como minerar Bitcoin é o próximo passo, agora que já sabemos o que é a mineração e o conceito de Prova de Trabalho. A atividade é vista por muitos como uma forma de obter renda e ganhar novos Bitcoins de forma passiva. No entanto, hoje ela possui uma série de particularidades e riscos que precisam ser levados em conta. Vamos conhecê-los.

Mineradora de Bitcoin

Mineradora Antminer - Bitmain

Uma mineradora de Bitcoin pode significar duas coisas. O termo pode se referir tanto às máquinas responsáveis pelo processo de mineração quanto ao espaço onde várias máquinas são reunidas para minerar Bitcoin. Neste último caso, é comum também serem utilizados os termos “fazenda de mineração” ou “pool de mineração.”

Muitas pessoas ainda pensam sobre minerar Bitcoin em casa e ganhar um bom dinheiro com um simples computador. Infelizmente, essa prática não é viável desde 2013. A inviabilidade começou com a chegada dos circuitos integrados de aplicação específica (ASIC, na sigla em inglês). 

Esses chips são muito mais potentes que os computadores normais e deram um novo passo na mineração. Os ASICs estão presentes em todas as principais máquinas de mineração de Bitcoin, como a Antminer. Essas máquinas empregam um enorme poder computacional para um único objetivo: minerar Bitcoin.

Além disso, existem outros fatores que devem ser levados em consideração na hora de entrar no mercado de mineração. Isso porque os custos que envolvem essa atividade costumam ser bastante elevados para pessoas físicas. Alguns dos principais custos envolvidos são:

  • Preço da mineradora;
  • Manutenção de equipamentos;
  • Energia elétrica;
  • Clima e isolamento do local.

Preço da mineradora de Bitcoin

Minerar Bitcoin com seu computador pessoal é inviável, como vimos anteriormente. Por isso, é muito importante fazer bem a escolha da sua máquina. Um exemplo de mineradora de Bitcoin é a Antminer, produzida pela chinesa Bitmain, considerada a mais potente e lucrativa do setor. É o equipamento de mineração mais utilizado no mundo.

No entanto, estes equipamentos não são fabricados no Brasil, o que pode trazer dificuldades no preço (pois são cotadas em dólar) e no transporte (o frete e os impostos de importação no Brasil são altíssimos). Como a mineradora é grande (possui cerca de 8kg), é muito provável que o frete e os impostos sairão bem caros.

A título de exemplo, a mineradora mais moderna atualmente é a Bitcoin Miner S21 Pro, da Bitmain. Este equipamento custa US$ 6.318. Com o preço do dólar nos atuais R$ 5,64, apenas a mineradora sairia a um custo entre R$ 35.646,79. Um investimento bastante alto para ser feito por uma única pessoa.

No entanto, a Bitmain não é a única empresa que fabrica equipamentos para mineração de Bitcoin. Atualmente ela possui uma série de concorrentes neste mercado, o que torna a opção de escolha mais fácil. Algumas das maiores concorrentes da Bitmain no setor são:

Manutenção do equipamento

Como todo equipamento eletrônico, as mineradoras de Bitcoin tendem a se desgastar e ficar obsoletas com o tempo. E como elas ficam ligadas 24 horas por dia, o desgaste tende a ser bem maior. Assim, a troca de peças e manutenção são gastos que devem ser considerados, e cuja estimativa é bem variável.

Energia elétrica

Este é o maior gasto que a atividade de mineração requer. Lembre-se: a mineradora precisa ficar ligada 24 horas por dia. Por isso, ela vai gastar uma boa quantidade de energia. Por exemplo, uma Bitcoin Miner S21 Pro, modelo de ponta da Bitmain, gasta cerca de 3510 quilowatts por hora (kWh) em um mês. Se o custo de energia na sua cidade for de R$ 0,50 kWh, a sua conta de energia sairá por R$ 1755 – isso apenas para o consumo da mineração de Bitcoin.

Clima e isolamento acústico

Os custos com eletricidade não se resumem apenas ao consumo da mineradora. Estas máquinas também produzem muito calor, o que demanda um ambiente climatizado para elas. Se você mora na região nordeste do Brasil, por exemplo, onde as temperaturas chegam facilmente aos 30 graus, não tem jeito: você precisará incluir um ar condicionado em seus gastos.

Além disso, você vai precisar de um isolamento acústico, pois as máquinas são extremamente barulhentas. Mesmo uma só mineradora já faz um barulho que pode incomodar pessoas que morem na mesma casa onde ela está. Por isso, mais um gasto que deve ser levado em conta.

Outros gastos

Junto com esses gastos, é preciso levar em conta outros como: taxas na venda dos Bitcoins obtidos, halving (o corte pela metade na emissão de novos Bitcoins), impostos e outros. E lembre-se que seu único lucro será com os Bitcoins recebidos na mineração. Desta forma, muitos cálculos devem entrar no jogo quando se considera minerar Bitcoin.

Fazendas de mineração

Outro ponto é a extrema concorrência que existe neste mercado. Infelizmente, a atividade de mineração de Bitcoin tornou-se cada vez mais profissional. Hoje, existem diversas empresas que trabalham exclusivamente com isso e operam centenas ou até milhares de máquinas. As fazendas de mineração ocupam galpões inteiros com mineradoras, em uma escala industrial.

Assim, a mineração de Bitcoin individual não é mais uma atividade lucrativa. Por isso, muitos usuários preferem conectar suas máquinas a pools de mineração. Através desses pools, eles se unem a outros usuários e empregam parte do poder computacional para ajudar na busca pela PoW. 

Quando um membro da pool encontra um hash e recebe a recompensa, ela é dividida entre todos os participantes. Cada um deles recebe de acordo com a quantidade de poder computacional que cedeu para a busca (isso é calculado pelo sistema). Assim, pequenos mineradores conseguem se unir e obter ganhos com mais frequência, ainda que menores.

Por isso, a escolha de uma boa pool de mineração é fundamental para o sucesso da empreitada. Quanto maior a pool escolhida, maior a probabilidade de que uma das máquinas dela consiga encontrar blocos com facilidade. Assim, todos os mineradores são recompensados. Eis uma lista das principais pools de mineração atuais: