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Inédito: minerador de Bitcoin lucra mais com taxas do que com recompensa

A rede do Bitcoin (BTC) minerou o seu bloco de número 788.695 no último domingo (7), e este bloco entrou para a história. Isso porque este foi o primeiro bloco no qual o minerador recebeu um valor maior em taxas do que pela recompensa do bloco.

De acordo com a Mempool do Bitcoin, o bloco em questão rendeu 6,701 BTC em taxas, ou aproximadamente R$ 928 mil, enquanto a recompensa é de 6,25 BTC (R$ 865 mil). Como resultado, o minerador recebeu 12,951 BTC no total (R$ 1,79 milhão).

No entanto, este não foi o único bloco a registrar esse fenômeno durante o final de semana. Isso porque outros mineradores receberam mais recompensas com taxas do que com a recompensa. Segundo apuração do CriptoFácil, o fenômeno aconteceu em pelo menos outros dez blocos.

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O crescimento nas taxas reflete o aumento da demanda do Bitcoin para outros usos além do envio de dinheiro. Os Ordinals e os tokens BRC-20 também ampliaram a demanda pelo uso da rede – e o lucro dos mineradores.

Alta demanda na rede Bitcoin

A remuneração dos mineradores do Bitcoin ocorre de duas formas: fixa e variável. O valor fixo é a recompensa do bloco, também chamada de “transação Coinbase”, que premia o minerador por disponibilizar sua energia para a rede.

Esta recompensa cai pela metade a cada 210 mil blocos, cerca de quatro anos, e chegará a zero por volta do ano 2140. Atualmente, a transação dá ao minerador 6,25 BTC por bloco, valor que cairá para 3,125 BTC no próximo ano.

Já a remuneração variável envolve as taxas pagas pelos usuários que enviam transações na rede, e isso varia com o uso. Ou seja, quanto mais pessoas utilizarem a rede do Bitcoin, mais taxas elas geram para remunerar o minerador.

Normalmente, as taxas correspondem a no máximo 20% da remuneração total do bloco, mas isso enquanto o Bitcoin só fazia transações financeiras. Conforme o uso da rede aumentou, as taxas também cresceram, encarecendo o uso. Atualmente, o custo médio para enviar uma transação no bloco seguinte (cerca de 10 minutos) está em US$ 12, ou quase R$ 60.

Taxas como vetor de ataque

Contudo, muitas dessas transações também podem servir como um vetor de ataque, tentando sobrecarregar a rede do Bitcoin. Os hackers começam a entupir a rede com transações sem propósito, visando apenas congestionar a rede e aumentar o custo de uso.

Isso impede que as pessoas utilizem a rede, tornando o Bitcoin “inviável” no curto prazo. Tal manobra aconteceu em 2017, quando a rede sofreu ataques de pessoas que defendiam o aumento dos blocos da rede.

Para se ter uma ideia do nível de congestão, a exchange Binance chegou a suspender as operações de saque de BTC por causa da alta demanda. “Paralisamos temporariamente os saques de Bitcoin devido ao grande volume de transações pendentes”, disse a exchange no Twitter.

Duas horas depois, a exchange retomou os saques e fez ajustes nas taxas para evitar novos problemas. Mas esse fato serviu para mostrar que uma súbita elevação no custo do Bitcoin ainda pode causar impactos no curto prazo.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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