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IDO, ICO, IEO e IFO: saiba o que são e quais as diferenças

O mundo das criptomoedas é recheado de siglas, assim como o título deste texto. De fato, os termos listados formam uma verdadeira sopa de letrinhas. Em comum, ambos se referem a “ofertas iniciais” de alguma coisa, ou, no caso, algum token específico. Tais ofertas podem ser criadas por pessoas, empresas ou até entidades sem um comando central.

Essas ofertas possuem algumas semelhanças, bem como diferenças entre si. De maneira geral, cada uma se difere, conforme já mencionado, na forma e por onde é realizada. Portanto, confira as diferenças entre ICO, IEO, IFO e IDO neste texto. De antemão, confira abaixo o significado de cada uma dessas siglas:

  • Initial Coin Offering (ICO);
  • Initial Exchange Offering (IEO);
  • Initial Farm Offering (IFO);
  • Initial DEX Offering (IDO).

A origem

Em primeiro lugar, cabe destacar a origem dessas siglas, que, paradoxalmente, está no mercado de ações. As quatro foram inspiradas na famosa sigla IPO, que significa Initial Public Offering (Oferta Pública Inicial). O termo é utilizado no mercado financeiro para designar empresas que estão iniciando a negociação de suas ações na bolsa de valores.

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De maneira análoga, os tokens que passam por essas ofertas geralmente estão iniciando suas negociações. Por isso que todas essas ofertas contém o I, de Initial (inicial). Afinal, são tokens recém-lançados por empresas ou projetos que ainda estão na fase de buscar capital dos investidores.

Embora a primeira oferta de tokens tenha sido lançada em 2013, o boom no mercado de tokens começou em 2017. Com a valorização do Bitcoin (BTC) e, posteriormente, do Ethereum (ETH), o mercado abriu os olhos para esta modalidade. Pessoas e empresas enxergaram nos tokens uma forma rápida e barata de captar recursos e financiar projetos. 

Uma oferta de tokens pode ocorrer de maneira independente, por meio de exchanges ou até via finanças descentralizadas (DeFi). Conforme a evolução do mercado, novos tipos de ofertas surgiram e criaram seu nome. Atualmente, as quatros modalidades citadas neste texto são as mais conhecidas e que movimentam a maior quantidade de recursos.

ICO

Sigla em inglês para Oferta Inicial de Moedas, esta foi a primeira modalidade de venda de tokens a surgir no mercado. Em uma ICO são emitidos tokens que posteriormente são lançados no mercado. Não há regras específicas: qualquer pessoa, empresa ou grupo pode criar um token e lançá-lo via ICO. Portanto, a modalidade possui um alto grau de liberdade de entrada.

Essa oferta é lançada no mercado e aberta para qualquer investidor que deseje comprar os tokens oferecidos. Basta que este investidor possua uma carteira e tokens da blockchain onde a ICO for realizada. A maioria desses tokens são emitidos no Ethereum, ou seja, é preciso possuir tokens Ether (ETH) para adquirir os tokens criados.

Através de uma ICO, os investidores podem emitir basicamente qualquer tipo de token. Por exemplo, há os tokens que dão acesso a algum produto ou serviço (utilities). Outra ICO pode criar tokens que representem algum ativo real (ouro, bens imóveis ou móveis). Por fim, a empresa pode captar investimento através da tokenização de parte do seu patrimônio, transformando o detentor dos tokens em um sócio (security).

A primeira ICO foi realizada em 2013 pela Mastercoin, uma das primeiras plataformas a permitir a criação de tokens. Na época, o valor arrecadado pela venda foi de US$ 5 milhões, quantia irrisória perto dos mais de US$ 6 bilhões arrecadados pela modalidade em 2017. Porém, as pressões regulatórias e a grande quantidade de golpes fizeram a modalidade entrar em declínio a partir de 2019.

IEO

Sigla em inglês para Oferta Inicial de Exchange. As IEOs são uma modalidade mais restrita de emissão de tokens, pois, ao contrário das ICOs, demandam um terceiro de confiança na operação. Neste caso, o terceiro costuma ser uma exchange, plataforma que intermedia a negociação de criptomoedas.

Uma IEO pode acontecer de duas maneiras: pela própria exchange ou por terceiros utilizando sua plataforma. O primeiro modelo é o mais comum e também o que possui mais exemplos de sucesso. Nele, a própria exchange resolve criar e distribuir seu próprio token, ou seja, a exchange cria e emite o produto.

Esses tokens geralmente concedem descontos e serviços especiais ao seu detentor, que podem utilizá-los diretamente na plataforma da empresa. Muitas plataformas também oferecem produtos financeiros aos detentores dos tokens, como poupanças que rendem juros, por exemplo. O token também serve como referência de preço para outras criptomoedas, criando pares de negociação dentro da exchange.

Nesse sentido, o exemplo de IEO mais bem sucedido é a Binance Coin (BNB), token criado pela Binance, maior exchange do mundo em volume negociado. O token foi criado em 2018 e inicialmente oferecia descontos nas taxas cobradas pela plataforma. Com o crescimento da Binance, o BNB ganhou novas utilidades e uma demanda que fez seu preço disparar quase 1.000% desde janeiro de 2021.

Além de lançar seu próprio token, as exchanges podem utilizar-se de uma IEO para vender tokens criados por terceiros. Dessa forma, se uma pessoa ou empresa resolve lançar uma criptomoeda e fazer essa venda na plataforma de uma exchange, isso se qualifica como uma IEO. 

O token lançado é negociado na exchange, da mesma forma que uma ação lançada em uma bolsa de valores específica, como B3 ou Nasdaq, por exemplo. Esse tipo de venda possui vantagens significativas em relação às ICOs. Há, por exemplo, poucos casos de fraudes em projetos lançados via IEO. Além disso, as IEOs contam com:

  • Segurança e credibilidade de uma plataforma reconhecida no mercado;
  • Por meio de uma IEO, o investidor tem acesso a uma base consolidada e grande de clientes, dependendo do tamanho da corretora;
  • O token possui uma maior chance de ser negociado e, com isso, ganhar liquidez no mercado;
  • As exchanges possuem mecanismos para avaliar os riscos de cada projeto, reduzindo o risco de fraudes e perdas ao investidor.

IFO

Sigla em inglês para Oferta Inicial de Farms. De maneira geral, as IFOs funcionam como as ICOs, mas também possuem diferenças entre si. A principal delas é que as IFOs são voltadas para as finanças descentralizadas (DeFi), com o lançamento de tokens ocorrendo por meio das exchanges descentralizadas (DEX).

As IFOs permitem que usuários comprem tokens por meio de “pré-vendas” hospedadas através de uma DEX. Tais pré-vendas servem para a aquisição antecipada dos tokens antes que eles sejam listados para a negociação em geral, ou seja, uma IFO dá ao investidor a chance de adquirir os tokens a preços mais baratos. Atualmente, a DEX PancakeSwap é uma das principais plataformas onde ocorrem as IFOs.

Para participar de uma IFO, os usuários devem fornecer liquidez, isto é, deixar seus tokens na plataforma da DEX. O valor, por sua vez, é utilizado para garantir a aquisição dos tokens durante a pré-venda. Normalmente, a DEX pede liquidez em um par de seu próprio token mais o token da rede onde ela é executada. Por exemplo, as IFOs da PancakeSwap costumam pedir liquidez no par Cake-BNB (Cake é o token da PancakeSwap).

Esta liquidez deve ser fornecida por meio de uma carteira com o formato adotado pela rede onde o token é emitido. Assim, tokens do Ethereum devem ser enviados em carteiras ERC-20, tokens da BNB no padrão BEP-20, e assim por diante. Normalmente, cada DEX possui uma lista com instruções sobre como participar dessas ofertas. 

Algumas DEX possuem um sistema de veto para impedir a oferta de tokens que possam parecer suspeitos, como golpes. No entanto, tal recurso não está disponível em todas as plataformas. Além disso, esse veto não garante o sucesso ou integridade do token, o que significa que os usuários devem sempre fazer sua pesquisa antes de investir.

IDO

Por fim, há as Ofertas Iniciais de DEX, ou seja, quando um token é lançado diretamente na plataforma de uma DEX. Os tokens lançados nesta oferta podem representar qualquer ativo que esteja negociado na DEX. Mas os seus detentores não possuem direitos de acionistas sobre a entidade que emitiu os tokens.

As IDOs podem ser criadas para representar não apenas criptomoedas, como também qualquer outro tipo de ativo. Música, filmes, obras de arte, tudo isso pode ser tokenizado e ter seu lançamento numa DEX. Essa IDO oferece às empresas uma ferramenta para envolver suas comunidades em uma economia que enriquece seus produtos e serviços, permitindo que eles façam decisões de negócios inteligentes sobre seus ativos.

De certa forma, as IDOs são semelhantes às IEOs. A principal diferença é que, no caso das IEOs, as empresas lançam seus tokens e levantam fundos através de uma exchange centralizada, ao passo que as IDOs ocorrem em uma DEX. Em ambos os casos, a negociação dos tokens é imediata, uma vez que o projeto consiga levantar os fundos. Apesar de estarem nas DEX, as IDOs também possuem uma série de regras, como:

  • o projeto deve pagar uma soma enorme ou oferta a parte dos tokens para ser lançado na DEX;
  • há uma política de não competição, ou seja, o projeto não pode listar seus tokens em outras exchanges;
  • os criadores do projeto têm uma margem muito pequena para controlar os parâmetros da venda de token.

Algumas DEX famosas no mercado oferecem serviço de IDO, como o caso da Binance Dex, Uniswap e Polkastarter. Atualmente, muitos traders preferem adquirir tokens via IDO do que por meio de ICOs. Isso porque, nas ICOs, o emissor dos tokens possui mais controle sobre a rodada de captação, o que pode gerar uma desvantagem. Já as IDOs, por serem intermediadas por uma DEX, tendem a gerar uma maior isonomia entre as partes. 

Em suma, o mercado de emissão de tokens registrou um grande crescimento nos últimos anos. Desde a popularidade das ICOs até a segurança das emissões por exchanges, a modalidade segue em adaptação e constante evolução. Longe de terem diminuído, as ofertas de tokens seguem seu caminho rumo a se tornarem uma nova opção de investimento para o mercado de criptomoedas.

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