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Exchange descentralizada: saiba o que é e como utilizar uma DEX

As exchanges descentralizadas, mesmo para quem já negociou criptomoedas, não costumam ser uma realidade presente. As famosas exchanges usadas pela maioria dos investidores são centralizadas. Essas plataformas trouxeram enormes facilidades na negociação de criptomoedas, pois concentram compradores e vendedores em um só lugar. Além disso, as exchanges possuem critérios que tem como objetivo garantir a segurança dos seus clientes.

Entretanto, o processo de cadastro pode ser muito burocrático e com riscos à privacidade. Em contrapartida, as exchanges tradicionais não são 100% seguras contra hackers e outros tipos de golpes. Por isso, as exchanges descentralizadas (DEX) funcionam como uma alternativa mais segura e menos invasiva para quem deseja discrição e privacidade.

Mas o que é uma DEX, cujo conceito ganhou fama com as finanças descentralizadas (DeFi)? As DEX são seguras e possuem grandes vantagens? E, por fim, quais os riscos de aderir a negociações feitas nessas plataformas? Vamos conferir as respostas no texto de hoje, passando, antes disso, pelo conceito de exchanges centralizadas, ou tradicionais, e das DEX.

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Como funciona uma exchange centralizada

Conforme apontado no início do texto, as exchanges desempenham um papel fundamental no mercado. Sem elas, compradores e vendedores teriam muito mais dificuldades para negociar suas criptomoedas, especialmente aqueles que operam com grandes valores. Adicionalmente, as exchanges servem como formadoras de preço, criando uma referência para todo o mercado.

De acordo com o Cointrader Monitor, apenas no Brasil, as exchanges movimentaram 52.595,17 Bitcoins entre 01 e 31/05/2021, que equivale a aproximadamente R$ 12 bilhões. Precisamente, o valor movimentado foi de R$ 12.419.451.709,64. Tente imaginar todo esse dinheiro sendo negociado sem o intermédio dessas empresas.

Dessa forma, a exchange funciona como um intermediário de confiança entre as negociações tanto na garantia de segurança quanto na formação do preço. Isso pode ser visto no mercado atual, onde grande parte dos traders utilizam preços de exchanges para realizar análises de compra e venda. As principais empresas desse mercado são:

  • Binance;
  • Coinbase;
  • Kraken;
  • OKEx;
  • Bitstamp;
  • Foxbit;
  • Mercado Bitcoin.

O procedimento de cadastro é algo padrão em quase todas as plataformas. É feito um cadastro com nome, e-mail e senha de usuário. Algumas plataformas solicitam o envio de documentos do novo cliente para realizar a verificação de identidade (KYC). Feito isso, basta enviar seus reais (ou criptomoedas) e começar a negociar.

Ao abrir uma conta, o usuário de uma exchange recebe um endereço para o qual deve depositar, ou de onde deve sacar, as criptomoedas com as quais opera. Na maioria das exchanges, este endereço é único. Se por um lado isso traz praticidade, por outro diminui o grau de privacidade dessas plataformas.

As exchanges tradicionais possuem algumas vantagens, sendo a maior delas o alto grau de liquidez. Por serem plataformas conhecidas no mercado, essas empresas já contam com uma base enorme de clientes. Dessa forma, conseguem fornecer maior liquidez para as criptomoedas negociadas lá, além dos preços serem bastante competitivos.

Por outro lado, exchanges são plataformas marcadas pela sua centralização. Ou seja, possuem um dono conhecido, sede, CNPJ (ou cadastro equivalente) e se submetem aos trâmites da lei do país onde atuam. Em virtude disso, essas plataformas exigem que os usuários preencham diversos dados para conseguir operar, dados que podem ser comprometidos ou vazados em caso de ataques nessas plataformas.

DEX: do início às DeFi

Embora tenham ganhado fama recentemente, as DEX não são um fenômeno tão recente. Na verdade, as primeiras versões dessas plataformas surgiram com o objetivo de negociar BTC. Por exemplo, o site LocalBitcoins foi um dos primeiros protótipos de DEX, lançado há quase dez anos. Outro exemplo é a Bisq, exchange open source cujo software pode ser baixado e instalado em qualquer computador, permitindo a negociação sem depender de cadastros em exchanges.

Plataformas como Waves, 0X e Counterparty também são exemplos de antecessoras das DEX. Em seguida, foi a vez do Ethereum (ETH) conhecer suas primeiras DEX. “EtherDelta e IDEX foram as primeiras exchanges não custodiais a vingar na Ethereum, mas ambas tinham pontos centrais de falha, foram paradas”, afirmou Felipe Sant’anna, da Paradigma Education.

Uniswap e a segunda era das DEX

A segunda era das DEX surgiu com a ascensão das DeFi, cujo conceito explicamos na primeira parte deste material. Entre as principais plataformas, a Uniswap é a que obteve o maior destaque. Esta DEX lidera o volume total desse mercado, com cerca de R$ 5,6 bilhões negociados (somando as plataformas Uniswap v2 e v3).

Com o tempo, as DeFi e as DEX passaram a migrar para outras redes. Conforme o Ethereum via suas taxas de uso dispararem, redes como a Binance Smart Chain (BSC) começaram a despontar. Um símbolo disso é a PancakeSwap, principal DEX da BSC. Atualmente, as principais DEX do mercado são:

  • Uniswap;
  • PancakeSwap;
  • 1inch;
  • SushiSwap;
  • BakerSwap.

O sucesso das DEX independentes fez com que grandes exchanges passassem a investir neste mercado. A pioneira entre elas foi a chinesa Binance, que lançou a plataforma Binance DEX em 2019. Entretanto, o principal volume do mercado ainda está nas mãos de DEX criadas sem o apoio de grandes empresas.

Como funciona uma DEX?

As DEX funcionam similarmente às exchanges tradicionais, porém com algumas diferenças relevantes. Em primeiro lugar, as DEX funcionam através de contratos inteligentes criados em uma determinada blockchain, e não por meio de ordens ou livros. Segundo, as DEX operam por meio de conexões com as carteiras dos usuários.

Em outras palavras, uma DEX não exige que a pessoa deposite criptomoedas em uma carteira externa, abrindo mão da posse delas. Por isso, as DEX não precisam de terceiros de confiança ou de seguros para operarem. Ao mesmo tempo, as DEX registram todas as suas ordens na blockchain, garantindo confiança e independência na auditoria de qualquer problema.

Para utilizar uma DEX não é preciso criar cadastro nem digitar qualquer dado pessoal. Basta apenas conectar uma carteira de criptomoedas com a plataforma desejada. As criptomoedas são negociadas direto da carteira e jamais passam por nenhum terceiro. De maneira idêntica, nenhum dado do usuário é lido ou coletado pela DEX, o que representa um alto grau de privacidade no uso dessas plataformas.

Como não possuem ordens ou livro de oferta, as DEX atuam por meio dos Automated Market Maker (AMM). Essas DEX permitem que os AMM forneçam suas criptomoedas para dar liquidez às negociações das plataformas. Em troca, recebem algum tipo de incentivo, como pagamento de juros ou desconto nas taxas.

Aliás, os AMM podem fornecer liquidez para qualquer token, o que significa que as DEX podem suportar qualquer tipo de negociação, desde que haja liquidez suficiente. Isso quer dizer que um token não precisa ser “listado” em uma DEX, como ocorre nas exchanges tradicionais. Em resumo, essas plataformas tendem a ser mais ágeis na negociação de tokens novos ou mais obscuros, visto que não passam pela burocracia da listagem tradicional.

Por fim, muitas plataformas DeFi atuam tanto como DEX quanto como plataformas de empréstimos. Dessa forma, elas replicam quase que fielmente os ecossistemas tradicionais dos bancos, nos quais é possível negociar ativos e, simultaneamente, obter rendimentos. Novamente, o tipo de plataforma dependerá do contrato inteligente que a executa.

Vantagens e desvantagens das DEX

As DEX trouxeram diversas inovações para o mercado de criptomoedas. Logo, é inegável a quantidade de vantagens que essas plataformas apresentam para os usuários. Entre as principais delas estão as seguintes:

  • Sem KYC: como não exigem verificação de identidade, as DEX não guardam nenhum dado ou documentação de quem as utiliza. Sem essas informações, não existem incentivos para que hackers roubem dados dos usuários em ataques às DEX. Ao mesmo tempo, governos totalitários ou autoritários não podem exigir que as plataformas revelem dados que não possuem;
  • Eliminação de terceiros: as DEX não são empresas, logo não possuem qualquer tipo de intermediário para suas negociações. Outra vantagem é que não existem criptomoedas custodiadas com as DEX, o que reduz o incentivo para roubos de fundos;
  • Menos burocracia: sem papelada, cadastros longos ou dificuldade de utilizar. Basta um celular (ou computador), uma carteira e pronto, negocie quantas e quais criptomoedas quiser;
  • Incentivos financeiros: como foi mostrado anteriormente, as DEX oferecem incentivos aos provedores de liquidez. Muitas vezes os pagamentos podem ser bastante elevados, gerando uma excelente oportunidade para obter renda passiva com criptomoedas;
  • Taxas menores: com estrutura mais descentralizada e enxuta, as DEX consomem menos recursos. Logo, tendem a cobrar taxas menores em suas negociações. Isso beneficia especialmente quem negocia baixos valores e, portanto, tem mais a perder com os altos custos das exchanges tradicionais.

Todavia, as DEX também possuem riscos. Ao mesmo tempo, existem certos incômodos ou desvantagens em utilizar essas plataformas, embora alguns deles possam ser temporários, conforme o mercado segue seu desenvolvimento. Os principais deles são:

  • Liquidez: as DEX ainda possuem um baixo volume de negociação quando comparado com as exchanges tradicionais. A Uniswap, por exemplo, negocia cerca de R$ 5 bilhões por dia, ao passo que a Binance negocia quase 20 vezes mais. A baixa liquidez tende a causar problemas para quem deseja negociar volumes maiores;
  • Usabilidade: criar uma conta em uma exchange tradicional é bastante trabalhoso. Por outro lado, a usabilidade das DEX ainda é um problema para quem não entende como elas funcionam. Além disso, a senha da conta de uma exchange pode ser recuperada, enquanto perder a senha da carteira pode impedir para sempre o acesso à conta em uma DEX;
  • Taxas: paradoxalmente, as taxas são uma vantagem e uma desvantagem. Normalmente, elas custam menos que nas exchanges tradicionais. Se, todavia, as taxas da blockchain dispararem (como já ocorreu no Ethereum), o custo para utilizar uma DEX pode aumentar inesperadamente e até superar as taxas de exchanges centralizadas;

Conclusão

Embora as DEX tenham surgido muito antes das DeFi, os últimos três anos alavancaram a popularidade dessas plataformas. Através de descentralização, privacidade e uma variedade de produtos, as DEX se expandiram. Hoje, seu uso cresce a cada dia e a tendência é que elas façam parte da nova revolução que ocorrerá no mundo das criptomoedas.

Não há dúvidas que as DEX ainda possuem enormes desafios. As plataformas precisam ser mais acessíveis aos usuários, bem como a cultura de dependência em relação a serviços centralizados precisa diminuir. No momento em que as pessoas dependerem menos de terceiros para negociar suas criptomoedas, o setor terá um salto ainda maior em seu desenvolvimento.

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