Economia

Empresas de El Salvador ‘ignoram’ Bitcoin em seus planos de inovação tecnológica

Há cerca de um ano, El Salvador adotou o Bitcoin (BTC) como moeda de curso legal. No entanto, a adoção por parte da população e das empresas não foi como o esperado. Por exemplo, a criptomoeda não foi levada em conta por companhias em seus planos mais recentes de inovação tecnológica.

Conforme destacou a diretora executiva da Associação Nacional de Empresas Privadas de El Salvador (ANEP), Leonor Selva, os empresários do país estão trabalhando para a transformação tecnológica de seus negócios. Entretanto, o BTC não teve destaque no processo.

Em uma entrevista recente sobre o evento de inovação empresarial e transformação digital que acontecerá em outubro, Selva observou que as empresas salvadorenhas estão passando por uma “redução no uso do Bitcoin”.

De acordo com a executiva, a criptomoeda “não obteve os resultados de abertura de novos mercados ou geração de mais oportunidades de revitalização econômica” como havia prometido o presidente do país, Nayib Bukele.

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Apesar disso, as empresas do setor seguem cumprindo o que determina a “Lei Bitcoin”. Ou seja, continuam oferecendo aos clientes a possibilidade de pagar por produtos e serviços com o BTC.

Bitcoin em El Salvador

Conforme noticiou o CriptoFácil, no dia 7 de setembro completou-se um ano da adoção do BTC como moeda legal em El Salvador.

Desde então, o país ganhou destaque no mundo pela sua iniciativa e coragem. Ao mesmo tempo, enfrentou críticas de órgãos como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que criticou a iniciativa.

Mas o sonho do presidente Nayib Bukele parece não estar dando certo. Além dos atrasos em projetos como os Bitcoin Bonds, a adoção do BTC pelos salvadorenhos segue em ritmo lento.

Para estimular a adoção da criptomoeda, El Salvador gastou uma grande parte do seu dinheiro. O governo deu US$ 30 em BTC a todos os cidadãos que baixaram o aplicativo da Chivo Wallet. Mas, de acordo com uma pesquisa do Bureau Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA, os resultados não foram positivos.

O levantamento descobriu que apenas 10% dos salvadorenhos continuam a usar o Bitcoin em operações diárias. Ou seja, após gastar o incentivo de US$ 30, 90% dos salvadorenhos deixaram de fazer transações com o BTC na carteira.

Além disso, Bukele usou dinheiro público para comprar Bitcoin ao longo de seu mandato. Contudo, com a queda de preço do BTC, o feito foi considerado um fracasso.

Bukele vai buscar reeleição

Apesar de tudo isso, Bukele afirmou que pretende tentar a reeleição em 2024, quando seu mandato atual chegar ao fim. Vale destacar que a Constituição do país proíbe os candidatos de cumprir dois mandatos de forma sequencial.

Mas, dias antes de El Salvador tornar o BTC uma moeda legal, seu tribunal superior decidiu que os candidatos poderiam, afinal, cumprir um segundo mandato.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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