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Agência de risco destaca que a tecnologia blockchain pode combater fraudes em eleições

A Weiss Ratings, agência de classificação de risco de ativos, divulgou, em seu site, um artigo no qual ela defende o uso da tecnologia blockchain para combate às possíveis fraudes nas eleições norte-americanas deste ano.

Embora o foco dos noticiários nacionais esteja nas eleições para presidente aqui do Brasil, 2018 também é ano eleitoral nos Estados Unidos – as eleições parlamentares são realizadas dois anos após a eleição presidencial. E as eleições deste ano certamente estarão envoltas no mesmo manto de desconfiança que cobriu a eleição de 2016, acusada de sofrer interferência do governo da Rússia em favor do então candidato e atual presidente do país Donald Trump.

Desconfiança eleitoral e soluções

Em todo o mundo, os eleitores locais demonstram instatisfação cada vez maior com o processo de escolha de seus representantes. No Brasil, a alegação de falta de lisura nas urnas eletrônicas levou o Congresso Nacional a aprovar, no ano passado, o voto impresso como uma forma de auditar as urnas. A medida trouxe grande polêmica para as eleições de 2018.

Nos Estados Unidos, a desconfiança da população também é enorme. Com um processo eleitoral que soa complexo para muitos – e cujo resultado pode demorar dias para ser conhecido – a fé dos norte-americanos em seu sistema eleitoral nunca foi tão baixa. De acordo com uma pesquisa da Comissão Knight sobre Confiança, Mídia e Democracia, apenas 24% dos eleitores norte-americanos estão “muito confiantes” de que os votos serão contados com precisão nas eleições deste ano. E 58% esperam que governos estrangeiros tentem novamente interferir no processo eleitoral, considerado fundamental para estabelecer quem controlará o Congresso do país.

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Em virtude desses dados, o economista Tony Sagami publicou um artigo no site da Weiss Ratings onde expressa suas preocupações com a lisura do processo eleitoral e apresenta uma solução: o uso da tecnologia blockchain no combate às potenciais fraudes.

“O conceito-chave de um livro-razão distribuído é que ele faz um registro permanente, imutável e verificável de qualquer transação entre duas partes. As transações também ocorrem em uma rede mundial de computadores que, juntos, verificam transações e impedem que sejam alteradas”, explica Sagami.

Em outras palavras, a descentralização de uma rede de blockchain permite, ao mesmo tempo, que a segurança e resiliência do sistema possam mitigar praticamente qualquer fraude e que o sistema possa ser auditado por qualquer pessoa, a qualquer momento, e possa fornecer dados do histórico de qualquer eleição registrada. Essa segurança, de acordo com o economista, torna o uso da tecnologia bastante adequado para processos eleitorais.

“É essa segurança que torna a tecnologia blockchain tão aplicável ao voto. Cada votação seria incorporada com um código digital e armazenada em bancos de dados transparentes que não podem ser adulterados, alterados ou excluídos. Os supostos hackers teriam que mudar o código de todas as transações em todo o mundo, o que é tecnicamente impossível”, pontua.

A teoria alcança o mundo real

Se engana quem acredita que a visão de Tony Sagami é algo que só poderá ser aplicado em um futuro muito distante: o uso da blockchain em processos eleitorais já é uma realidade, inclusive nos Estados Unidos.

Segundo o artigo, o estado da Virgínia Ocidental usou cédulas baseadas em blockchain para eleitores militares estrangeiros de dois de seus condados durante as suas primárias de maio. As autoridades eleitorais ficaram tão satisfeitas com os resultados que planejam expandir o sistema blockchain para todo o estado, ainda nas eleições deste ano.

O sucesso da Virgínia Ocidental chamou a atenção de outros estados: Ohio, Colorado, Delaware e Illinois aprovaram alguma forma de legislação eleitoral para blockchain. Sagami acredita que é apenas uma questão de tempo até que a tecnologia blockchain seja usada para garantir todas as eleições nos EUA.

Em outros países, testes e aplicações práticas também foram realizados com sucesso. Na África, Serra Leoa entrou para a história como o primeiro país a realizar uma eleição presidencial com o uso de uma blockchain. Na Europa, a Suíça teve o seu primeiro teste do uso de blockchain em uma eleição. A cidade de Zug, localizada no Crypto Valley suíço, fez testes para a votação de um referendo nacional sobre o uso de identidades digitais. A votação foi conduzida pela tecnologia.

E o Brasil não está atrás nessa corrida. O registro de doações eleitorais para candidatos atraiu os mesmos para as vantagens de utilizar a blockchain para dar transparência e segurança nesse processo. A candidata Marina Silva foi a primeira entre os postulantes à presidência a utilizar a tecnologia para registrar as doações recebidas pela sua campanha, com o objetivo de fornecer transparência aos recursos obtidos.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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