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Presidente da Unick Forex afirma nunca ter prometido devolver dinheiro para investidores

O Jornal NH publicou nesta quarta-feira, 22 de janeiro, que obteve acesso a escutas telefônicas envolvendo conversas do presidente da Unick Forex e pessoas próximas a ele. Em uma das conversas, Leidimar Lopes afirma que criou a empresa para “quem quer continuar” e fala sobre os clientes que estavam solicitando saques integrais de seus valores mantidos na plataforma: “Eles que vão se f… agora.”

Presidente afirma que não ia pagar investidores e manda familiar andar armado

De acordo a conversa divulgada pelo Jornal NH entre Lopes e um familiar próximo, ocorrida em setembro de 2019, ele afirma:

“Eu nunca falei pra ninguém que devolvia dinheiro pra alguém. Ou ouviu eu falando alguma vez isso aí pra alguém? Que se f… agora.”

Por meio do diálogo, é possível ver um completo desdém do presidente da Unick Forex com os investidores que pediram o saque integral dos seus valores retidos na plataforma. O motivo dos pedidos de saque foi o atraso no pagamento dos rendimentos, que à época da conversa já não eram pagos há três meses.

Ele se mostra irritado com os pedidos de saque em massa e afirma:

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“Por que os que continuam tão tudo certo aqui? Por que eles quiseram cancelar? Eles que vão se f… agora. Não mandei ninguém pedir cancelamento. Eu organizei a empresa pra quem quer continuar, não pra quem quer parar.”

O familiar com quem Lopes conversa afirma que “dá até medo de sair”, referindo-se às ameaças sofridas pelos investidores que não conseguem reaver seus valores. O presidente da Unick Forex então afirma:

“É, tem que se cuidar. Quando ir pra lá, ir com a (inaudível) e com a pistola carregada, e se baterem no carro ou se chegarem perto, não tem que pará. Se furar um pneu, uma coisa, tem que continuar.  Porque daqui um pouco o cara tá ali atrás e finge um acidentezinho, dá aquela batidinha só pro cara parar e descer. Tem que se fazer de loco eeee lá no meio do mato lá, se alguém se atravessar, tem que meter em cima e tocá-lhe fogo. Não dá pra dá moleza.”

O familiar de Lopes então responde:

“É, já vô carregar os pentes. Carreguei dois pente de bala, vou carregar mais um outro. Eu tô a fim de ir lá pra fora, lá pra Neli uns dia. Ficá pra lá.”

De acordo com informações constante dos autos, aparentemente os valores contidos nas contas particulares dos membros da Unick desapareceram. Desta forma, não há nas contas quantias para ressarcir os clientes da empresa – apenas os 1.500 Bitcoins apreendidos no momento da prisão de Leidimar Lopes. Os valores foram supostamente convertidos em imóveis ou enviados ao exterior.

Presos há três meses

Leidimar Lopes, Danter Silva (diretor de marketing da Unick) e Fernando Lusvarghi (diretor do setor jurídico da Unick) foram presos em outubro de 2019, como resultado da deflagração da Operação Lamanai, orquestrada pela Polícia Federal. Como resultado da operação, 10 mandados de prisão  e 65 mandados de buscam e apreensão foram cumpridos. o Um relatório da Receita Federal estima que a Unick Forex tem uma dívida que beira R$1,1 bilhão com seus mais de 23 mil clientes.

Desde então, Lopes já impetrou pedidos de habeas corpus em diversas jurisdições, inclusive ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, todos eles sendo negados.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou os três diretores da Unick, além de outros 12 nomes que atuavam junto à empresa, pelo crime de integrar organização criminosa, previsto no artigo 2º da Lei 12850/2013 – conhecida também como Lei de Organizações Criminosas. Fora da competência do MPF, integrantes da Unick estão respondendo pelos crimes de emissão de títulos ou valores mobiliários sem autorização prévia da autoridade competente (art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), evasão de divisas (art. 22 da Lei nº 7.492/86), lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº 9.63/98) e operação de instituição financeira sem autorização legal (art. 16 da Lei nº 7.492/86).

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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