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Pompliano afirma que Satoshi Nakamoto merece o Prêmio Nobel da Paz

Anthony Pompliano, investidor e cofundador do Morgan Creek Digital Assets, argumentou que Satoshi Nakamoto deveria receber o Prêmio Nobel da Paz por inventar o Bitcoin. Em uma mensagem publicada no Twitter nesta terça-feira, 03 de setembro, Pompliano escreveu:

“Satoshi deve ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Finalmente, temos uma moeda que pode assumir o status de reserva global sem que ninguém tenha que se envolver em violência.”

E o prêmio vai para…

A proposta de Pompliano enfrenta um obstáculo: Satoshi Nakamoto desapareceu no final de 2010 e nunca mais foi identificado ou se manifestou sobre o Bitcoin. Não que essa seja uma barreira intransponível – em 2015, Nakamoto chegou a ser indicado ao Nobel de economia.

O desaparecimento de Nakamoto provocou quase tanta especulação e fervoroso interesse quanto a criptomoeda que ele inventou em 31 de outubro de 2008, data da publicação do whitepaper do Bitcoin.

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Considerações pragmáticas à parte, o argumento de Pompliano explora a crença entre muitos defensores das criptomoedas de que as moedas fiduciárias nacionais são essencialmente “lastreadas pela força” – afinal, sua hegemonia é baseada na coerção, controle centralizado de suprimentos e monopólio do poder exercidos pelo Estado.

O primeiro exemplo de moeda fiduciária foi criado no século III, quando o imperador chinês Qin Shi Huang padronizou as moedas de diferentes estados que estavam em guerra, produzindo a primeira moeda unificada do império chinês, o bàn liǎng.

Após a Segunda Guerra Mundial, no século passado, a ascensão dos Estados Unidos como superpotência econômica mundial fez o dólar se transformar em uma moeda de reserva global – um espelho da proeminência do país que logo se transformou num instrumento para aumentar sua influência e poder.

Incerteza para as moedas fiduciárias

Em menos de duas décadas do século XXI, as moedas fiduciárias nacionais e o sistema bancário de reservas fracionadas, em vigor desde 1971, estão enfrentando intensos choques geopolíticos em todo o mundo.

No domingo, 01 de setembro, a Argentina restabeleceu os controles cambiais, limitando a liberdade dos cidadãos e das empresas de comprar moeda estrangeira. A motivação foram as sucessivas desvalorizações no peso argentino em relação ao dólar, fruto do descontrole fiscal do país vizinho e de outras incertezas internacionais.

Com a invenção das criptomoedas descentralizadas – e a criação de criptomoedas por parte de Estados e até de empresas privadas, como a Libra do Facebook – o sistema financeiro atual e o seu controle pelos principais governos são confrontados com desafios sem precedentes.

Em meio ao tumulto da prolongada guerra comercial entre EUA e China, o diretor do departamento de pesquisa do Banco Popular da China (PBoC) argumentou que a China emitirá sua própria moeda digital para servir como uma alternativa e competidora tanto para o dólar quanto para a Libra do Facebook.

“Se a moeda digital estiver intimamente associada ao dólar americano, poderá criar um cenário no qual as moedas soberanas coexistam com as moedas digitais centradas no dólar americano. Mas haveria, em essência, um chefe, que é o dólar americano e os Estados Unidos.”

Caso as criptomoedas descentralizadas prosperem e tragam realmente uma paz duradoura e o fim do controle estatal sobre o dinheiro, o Prêmio Nobel da Paz para Satoshi Nakamoto poderia deixar de ser uma ilusão dos maiores entusiastas do Bitcoin.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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