Categorias Notícias

Petro é uma ferramenta de vigilância em massa, diz economista dos EUA

Não é de hoje que o Petro, criptomoeda criada pelo governo da venezuelano de Nicolás Maduro, causa polêmica. Desta vez, um economista dos Estados Unidos afirmou que o ativo é usado como uma ferramenta de vigilância massiva implementado pelo regime autoritário do país. 

O economista é William J. Luther que atua como diretor do Sound Money Project do Instituto Americano de Pesquisa Econômica. Trata-se de um projeto para realizar pesquisas e promover a conscientização sobre a estabilidade monetária e a privacidade financeira. 

Sanções dos EUA

Em um artigo, Luther apresentou os argumentos que baseiam a afirmação. Segundo ele, o Petro tem uma função bem clara: evitar as sanções impostas pelos Estados Unidos. Luther explicou que, como os EUA eram os principais compradores do petróleo venezuelano – principal fonte de receita do país -, as exportações de petróleo caíram um terço em 2019 depois que os EUA impuseram sanções econômicas à Venezuela. 

Além de proibir que os norte-americanos comprem petróleo da Venezuela, os EUA também querem impedir qualquer tipo de negócio com o país. Como os Estados Unidos conseguem rastrear as transações feitas em dólares americanos, o país teria que desenvolver uma estratégia para conseguir negociar com outros países. 

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

“É aí que entra o Petro. Como moeda digital, ele permite enviar ou receber fundos virtualmente em qualquer lugar do mundo. E, na medida em que essas transações sejam desconectadas do sistema financeiro dos EUA, é muito menos provável que sejam detectadas pelo governo dos EUA”, explicou. 

Monitoramento Interno

Uma outra questão envolvendo o Petro que não é tão clara assim é o monitoramento interno. Conforme explicou Luther, no que diz respeito às transações internas, o Petro não oferece muita privacidade financeira. 

“É fácil imaginar, então, por que o governo venezuelano pode querer pressionar seus cidadãos a trocar bolivares físicos por petros digitais, mesmo na ausência de sanções internacionais. O petro torna muito mais fácil monitorar as transações – e punir aqueles que conduzem transações inconsistentes com os objetivos do governo vigente”, esclareceu ele.

Luther ainda observou que ao exigir o uso do Petro, o regime de Maduro aperta seu poder e, ao mesmo tempo, ajuda nos esforços para acabar com a oposição política. 

“Infelizmente, ao ajudar o regime de Maduro a manter o poder, parece improvável que o petro melhore a vida dos venezuelanos comuns”, finalizou ele.

Leia também: Venezuelanos não querem comprar e aderir ao Petro

Compartilhar
Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

This website uses cookies.