Economia

ONU relata que USDT foi usada para lavagem de dinheiro no sudeste da Ásia

No epicentro de um “sistema bancário paralelo” criado por organizações criminosas e fazendo uso de novas tecnologias, a stablecoin USDT, da Tether, foi identificado como o método de pagamento preferido por grupos criminosos, especialmente na indústria de jogos de azar no sudeste asiático, de acordo com um recente relatório das Nações Unidas (ONU).

O relatório, divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, destaca como a USDT tornou-se uma ferramenta comum para lavagem de dinheiro, principalmente em plataformas ilegais de jogos de azar na região.

“Plataformas de jogos de azar online, especialmente aquelas operando ilegalmente, emergiram como veículos populares para lavadores de dinheiro baseados em criptomoedas, principalmente para aqueles usando Tether ou USDT na blockchain TRON25, alimentando a intensificação da economia digital ilícita do sudeste asiático, especialmente a indústria regional de ciberfraude”, afirma o relatório.

A USDT também é uma das moedas preferidas de criminosos envolvidos em golpes conhecidos como “pig butchering” ou golpes românticos, nos quais os criminosos conquistam a confiança das vítimas, sugerindo possíveis relações românticas antes de persuadi-las a transferir grandes quantias de dinheiro.

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USDT usada em lavagem de dinheiro

O representante regional da ONU, Jeremy Douglas, alerta que “o crime organizado efetivamente criou um sistema bancário paralelo usando novas tecnologias, e a proliferação de cassinos online pouco ou totalmente não regulamentados, juntamente com criptomoedas, potencializou o ecossistema criminal da região”.

Este não é o primeiro documento da ONU a alertar sobre o aumento do uso da USDT no submundo criminal do sudeste asiático. Em agosto do ano passado, a organização detalhou como centenas de milhares de pessoas estavam sendo traficadas por gangues criminosas e forçadas a realizar golpes e fraudes online na região.

O relatório insta os governos do sudeste asiático a adotarem uma resposta de direitos humanos. Além disso, solicita que bancos e exchanges de criptomoedas adotem uma abordagem abrangente, cooperando de acordo com os direitos humanos internacionais para impedir que traficantes convertam suas criptomoedas ilícitas em moeda fiduciária.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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