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Novas exchanges brasileiras são intimadas a informar se hackers da Lava Jato possuem Bitcoin

Em um novo desdobramento da Operação Spoofing, que prendeu pessoas e hackers ligados à invasão do celular do Ministro Sérgio Moro e outras autoridades do Brasil, mais exchanges de criptomoedas foram intimadas pela Justiça a revelar possíveis valores em Bitcoin dos investigados. Agora, além das plataformas Mercado Bitcoin, Braziliex e FoxBit, que já haviam sido intimadas a prestar informações, também foram intimadas 3xbit, Brasil Bitcoin e OmniTrade.

Além dos possíveis recursos em Bitcoins e criptoativos, a Justiça quer obter histórico de transações, senhas e chaves privadas e públicas que possam ser associadas aos suspeitos tendo em vista que uma das linhas de investigação é que eles foram contratados para realizar o ataque. O alvo principal nesta ação é o do casal Gustavo Henrique e Suelen Priscila, pois Henrique afirma que era negociante de Bitcoin e que o dinheiro apreendido em sua residência, cerca de R$ 100 mil provinha de atividades com criptomoedas.

A polícia também argumenta que busca dados sobre a existência de contas de criptomoedas “que poderiam ser controladas por Walter Delgatti como forma de ocultar pagamentos recebidos por suas atividades ilícitas, bem como para se determinar a real dimensão das invasões praticadas”.

Como mostra o portal G1, em documento enviado ao juiz de Brasília, a PF também informou que ainda aguarda a análise dos registros de celulares e do computador de Walter Delgatti, apontado como o hacker que invadiu os telefones das autoridades. Delgatti Neto já declarou a Polícia Federal que não cobrou dinheiro do site Intercept Brasil para revelar as mensagens.

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Aos investigadores o hacker, por outro lado, revelou que entrou em contato com o jornalista do site Intercept em maio, no Dia das Mães, e que foi a ex-deputada Manuela d’Ávila, do PCdoB do Rio Frande do Sul, quem intermediou esse contato Glenn Greenwald. Manuela d’Ávila disputou a última eleição presidencial como vice na chapa com Fernando Haddad, do PT.

Delgatti afirmou que a procurou depois de encontrar o número de celular dela na agenda telefônica da ex-presidente Dilma Rousseff, que ele diz também ter invadido. O telefone de Dilma, por sua vez, foi obtido na lista de contatos do telefone do ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão, do MDB, que também foi hackeado. Segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também teve sua conta do Telegram invadida pelo hacker.

Após os contatos começou a enviar o arquivo ao jornalista e declarou que “em nenhum momento passou seus dados pessoais para Glenn Greenwald; que Glenn ou qualquer jornalista de sua equipe conhece o declarante; e que nunca recebeu qualquer valor, quantia ou vantagem em troca do material disponibilizado ao jornalista Glenn Greenwald”.

Manuela d’Ávila afirma que no dia 12 de maio, recebeu um comunicado do Telegram, informando que o dispositivo dela havia sido invadido no estado da Virgínia, Estados Unidos, e que, minutos depois, recebeu uma mensagem de uma pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém da lista de contatos dela. Na sequência, a pessoa disse que, na verdade, era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras; que essa pessoa não se identificou; que disse morar no exterior; e que queria divulgar o material, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza.

A ex-deputada declarou ainda que, pela invasão do celular e pelas mensagens enviadas, imaginou que se tratasse de alguma armadilha de adversários políticos, e que, por isso, apesar de ser jornalista e poder fazer matérias com sigilo de fonte, repassou o contato do jornalista Glenn Greenwald. Manuela d’Ávila afirmou ainda que desconhece a identidade de quem invadiu o celular dela; que se coloca à disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos; e que pediu aos advogados para entregar cópias das mensagens à Polícia Federal.

Leia também: Juiz ordena que exchanges forneçam dados de suspeitos envolvidos no vazamento de mensagens de Sérgio Moro

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Luciano Rodrigues

Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.

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