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Nexo é alvo de megaoperação; empresa teria colaborado com terroristas e com ‘Rainha das Criptomoedas’

A Nexo, empresa de empréstimo de criptomoedas, está sendo alvo de uma ampla investigação na Bulgária por supostas atividades ilegais. A investigação está sendo conduzida por promotores búlgaros na capital Sofia. Eles investigam a suposta formação de um grupo de crime organizado, crimes fiscais, lavagem de dinheiro, atividade bancária sem licença, fraudes informáticas e violações de sanções internacionais contra a Rússia.

“Em Sofia, medidas ativas estão sendo realizadas como parte de uma investigação pré-julgamento com o objetivo de neutralizar uma atividade criminosa ilegal da empresa de empréstimo de criptomoedas Nexo”, disse Siyka Mileva, porta-voz do gabinete do promotor, a repórteres.

Ainda segundo Mileva, a investigação ocorre no país porque os principais organizadores da plataforma são cidadãos búlgaros e as principais atividades são do território búlgaro.

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Nexo teria apoiado Ruja Ignatova

Os promotores búlgaros informaram que US$ 94 bilhões passaram pela plataforma Nexo nos últimos cinco anos. Em reais, isso equivale a mais de R$ 484 bilhões. Os promotores disseram ainda que descobriram que uma pessoa oficialmente considerada financiadora de atividades terroristas usou a plataforma para transferir criptomoedas.

As autoridades também suspeitam que a Nexo “agiu de acordo com o esquema de Ruja Ignatova”, uma fraudadora búlgara condenada, e a pirâmide OneCoin que ela liderou. A “Rainha das Criptomoedas”, como é conhecida, está no top 10 das pessoas mais procuradas pelo FBI. 

De acordo com a porta-voz do gabinete do promotor, mais de 300 investigadores, policiais e agentes de segurança estiveram envolvidos na operação. A promotoria disse que a Nexo tem operado por meio de muitas empresas, muitas das quais eram apenas “caixas de correio”, ou seja, empresas de fechada.

À reportagem da Reuters, um funcionário de relações públicas da Nexo confirmou que as autoridades búlgaras estavam em um de seus escritórios. Contudo, ele afirmou que a unidade “tem apenas funções operacionais relacionadas a despesas – folha de pagamento, suporte ao cliente, back office”.

Segundo o portal local Sofia News Agency, a investigação contra a Nexo teve início há alguns meses. Isso ocorreu depois que serviços estrangeiros detectaram transações suspeitas, que supostamente visavam contornar as sanções impostas pela União Europeia, Grã-Bretanha e EUA contra bancos russos, bem como empresas e cidadãos do país.

Ainda segundo o portal, o cofundador da Nexo, Antoni Trenchev, é um ex-deputado da Bulgária. Além disso, outros membros da equipe de gestão também são búlgaros, como Georgi Shulev, filho da ex-vice-primeira-ministra Lidiya Shuleva, Kosta Kantchev, Kalin Methodiev e Sokol Yankov.

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O que disse a Nexo?

No Twitter, a empresa publicou uma sequência de declarações, alegando que sempre cooperou com as autoridades. Além disso, a Nexo informou quais medidas estão tomando contra a prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao terrorismo.

A empresa também observou que “infelizmente, com a recente repressão regulatória às criptomoedas, alguns reguladores adotaram uma abordagem de atacar primeiro e perguntar depois”.

“Em países corruptos, isso beira a extorsão, mas isso também vai passar”, disse um dos tuítes. Por fim, a Nexo observou que sempre cooperou com reguladores, dizendo que espera anunciar “notícias empolgantes” nas próximas semanas.

A Nexo foi fundada em 2017 pelos búlgaros Kosta Kantchev e Antoni Trenchev. O negócio da empresa consiste, sobretudo, na captação de criptoativos, sobre os quais paga juros, e a concessão de empréstimos contra garantias. Após a notícia da investigação, mais de US$ 3 milhões (R$ 155 milhões) deixaram a plataforma da empresa. Além disso, a criptomoeda nativa da empresa, a NEXO, caiu cerca de 7%, para R$ 3,70.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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