A polêmica envolvendo a empresa paraibana de criptomoedas Braiscompany cresce, à medida que mais clientes denunciam atrasos nos pagamentos. De acordo com o blogueiro paraibano Bruno Giovanni, 8 mil clientes da Braiscompany já denunciam atraso de pagamentos.
Segundo Giovanni, autor do Blog do BG, os investimentos giram em torno de R$ 30 milhões por mês.
O blogueiro citou fontes internas que trouxeram os alertas. A empresa, que tem sede em Campina Grande, possui muitos clientes na cidade que estão receosos com a possibilidade de falência da Brais, como a empresa é conhecida.
De acordo com fontes obtidas também pelo CriptoFácil, o alcance da Braiscompany chegou a todos os níveis. Até mesmo pessoas de alto poder aquisitivo, como ex-vereadores de Campina Grande, possuem investimentos com a empresa.
Uma dessas fontes afirmou que um desses ex-vereadores e um médico local tiveram um mal-estar após saberem da situação da empresa. Ambos estão internados em um hospital de Campina Grande, conforme informou Giovanni.
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CEO da Brais culpa Binance
Na terça-feira (10), Antonio Neto Ais, dono da Braiscompany, gravou um vídeo em suas redes sociais falando sobre o caso. Pela primeira vez, Ais admitiu que a empresa enfrenta atrasos sucessivos nos pagamentos aos clientes.
De acordo com o CEO, os atrasos ocorreram por causa da Binance, exchange que a Braiscompany utiliza para fazer os pagamentos. Segundo o empresário, a corretora tem colocado travas em saques e liquidações da empresa.
Além disso, Ais também mencionou problemas de atualização por causa do lançamento do suposto aplicativo da empresa. De fato, a empresa utilizou essa mesma justificativa dias atrás, quando o humorista Lucas Veloso usou suas redes sociais para criticar a empresa.
“Desde novembro a empresa vem sofrendo alguns problemas técnicos e vem tentando resolver dia após dia com a criação de aplicativo e outras soluções tecnológicas”, disse Ais na live.
Por fim, o CEo da Braiscompany afirmou que os advogados estão entrando com pedido de liminar para desbloqueio de conta pela empresa que presta serviço nessa questão.
Binance responde
Procurada pelo CriptoFácil, a Binance afirmou que não realiza operações em contas de clientes sem a devida autorização dos usuários.
Em sua resposta, a exchange reitera que não realiza quaisquer ações em contas que não sejam devidamente embasadas nos termos e condições, contratos e políticas vigentes e aceitos por todos os usuários. Além disso, a Binance atua em total colaboração com as autoridades para coibir que pessoas mal intencionadas utilizem a plataforma.
“A Binance, maior provedora global de infraestrutura para ecossistema blockchain e maior corretora de criptomoedas do mundo, reforça seu compromisso com a proteção e a segurança dos usuários, que são prioridade para a empresa. Como líder de mercado no Brasil e no mundo, a Binance realiza investimentos constantes em novas ferramentas e processos para continuar contribuindo para o desenvolvimento do setor cripto de forma sustentável e segura. Isso inclui o programa de compliance mais robusto do setor de fintech, que incorpora princípios e ferramentas de análise para prevenção a ilícitos financeiros”, disse a exchange.
Reclamações crescem
Enquanto o caso da Braiscompany segue ativo, a empresa segue alvo de reclamações dos usuários na Internet. De acordo com o site Reclame Aqui, o número de reclamações disparou nos últimos cinco dias.
A maioria dos comentários diz respeito a quebra de acordo, ou seja, uma suposta falta de cumprimento das cláusulas. Em seguida vem as reclamações de atrasos na entrega dos pagamentos e propaganda enganosa.
Natureza das reclamações contra a Braiscompany. Fonte: Reclame Aqui.
No ano passado, a Braiscompany enfrentou acusações de operar um esquema de pirâmide financeira, já que a empresa oferece rendimentos acima do mercado. A média de juros oferecidos pela empresa é de 8% ao mês, ao passo que a taxa Selic é de 13,75% ao ano.
Um dos principais acusadores da Braiscompany foi o analista Tiago Reis, fundador da Suno Research. Reis, por sinal, voltou a falar sobre o caso na última quinta-feira (5). Sem citar o nome da empresa, o analista escreveu o seguinte tuíte:
Fonte: Tiago Reis/Twitter.
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