Mineradora de Bitcoin da Rússia é incluída na lista de sanções dos EUA

O governo dos Estados Unidos incluiu pela primeira vez uma mineradora de criptomoedas em sua lista de sanções. A BitRiver foi sancionada na quarta-feira (20) e com isso não poderá operar nos EUA, bem como realizar negócios com empresas estadunidenses.

De acordo com o Gabinete de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC, na sigla em inglês), as sanções ocorreram porque a BitRiver tem sede em Moscou. Nesse sentido, o ato faz parte da série de medidas impostas contra o governo da Rússia e suas empresas.

Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez alertas sobre o uso de criptomoedas na Rússia. Um relatório da terça-feira (19) diz que há riscos do país utilizar a mineração como forma de escapar das sanções já impostas.

O banco TranskapitalBank e dez subsidiárias da BitRiver foram alvos das novas sanções. A medida também afeta a holding que controla a mineradora. Embora tenha sede na Suíça, a holding é vista como pertencente a controladores russos na prática.

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Mineração russa é risco para sanções

Segundo dados da Universidade de Cambridge, a Rússia possui 11,23% do poder de processamento (hash rate) do Bitcoin (BTC). Ou seja, o país ocupa a terceira posição, atrás somente do Cazaquistão (18,1%) e do próprio EUA (35,4%).

Com base nos dados, o OFAC disse que a Rússia tem “vantagens comparativas” significativas em termos de mineração. O país tem um vasto território, clima propício e energia barata e acessível.

No entanto, as empresas de mineração dependem de equipamentos importados e pagamentos em moeda fiduciária. Só que o país teve suas reservas em dólar bloqueadas, o que impede o governo e as empresas de ter acesso à moeda.

Dessa forma, as mineradoras estão vulneráveis ​​a sanções, algo que os EUA começaram a fazer. A BitRiver foi a primeira empresa desse mercado a ser impedida via sanções.

Brian E. Nelson, subsecretário de Terrorismo e Inteligência Financeira, disse que o Tesouro pode e irá atrás de qualquer pessoa ou empresa que ajude a fugir sanções impostas pelos EUA.

Guerra popularizou criptomoedas

Conforme noticiou o CriptoFácil, o início da guerra na Ucrânia fez as criptomoedas ganharem força entre os russos. De acordo com os dados, mais de 17 milhões de russos possuem criptomoedas, com quase 16,5 trilhões de rublos (US$ 214 bilhões) em ativos.

Atualmente, este valor representa cerca de 12% do valor total das criptomoedas, que está em US$ 1,9 trilhão. Ou seja, uma grande parte dos cidadãos russos conhece as criptomoedas e já investe pesado neste mercado.

É por isso que os EUA estão atacando diretamente as empresas de mineração russa. O governo Joe Biden afirma que o governo de Vladimir Putin minera criptomoedas e, em seguida, pode trocá-las por rublos ou dólares. Para evitar as sanções, eles podem utilizar plataformas descentralizadas.

De fato, Putin disse que a regulação das criptomoedas “está nos holofotes”, e o projeto de lei nesse sentido foi aprovado em abril. Então talvez a mineração pudesse ser vista como um ás acima da manga do governo para evitar sanções econômicas.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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