ETFs brasileiros de criptomoedas acumulam quedas de até 70% em 2022

Num levantamento feito pelo Valor Investe com 58 ETFs listados na B3, cinco ETFs de criptomoedas registraram as maiores perdas do ano. As desvalorizações, de acordo com os dados, variam entre 58% e até 70%.

Feito pelo professor Carlos Heitor Campani, da UFRJ, o levantamento pega dados da Quantum Finance, que tem um total de 70 ETFs ativos. Dos 58 fundos analisados, somente três registraram desempenho positivo no primeiro semestre de 2022.

“Em 2022, a vida não está sendo nada fácil para o Bitcoin e para o Ethereum, principais criptomoedas no mundo. Isso reforça o famoso ditado “não há almoço grátis”. O risco está presente mesmo em ativos que recentemente fizeram a imensa alegria de muitos investidores”, afirma Campani.

Dos cinco fundos de criptomoedas presentes na lista, dois são da gestora QR Capital e três da Hashdex. Há dois ETFs de Ether (ETH) na lista, um de Bitcoin (BTC) e os outros dois são fundos mistos de criptomoedas.

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A rentabilidade dos fundos leva em conta o desempenho entre 1 de janeiro até o fechamento do pregão de terça-feira (14).

De dividendos a commodities

Os únicos ETFs que não acumulam prejuízo até o momento em 2022 são: DIVO11, BBSD11 e FIND11. Os dois primeiros investem em índices de empresas que pagam dividendos com robustez. Ambos são geridos pelo Itaú Unibanco e seus retornos foram de 6,1% e 1,7%, respectivamente

Por sua vez, o FIND11 (do Itaú, taxa 0,60% a.a.) segue o índice financeiro da B3 (IFNC), que inclui bancos e previdência. O fundo registrou a segunda maior rentabilidade do ano (4,4%), atrás somente do DIVO11. 

Em quarto lugar da lista está o CMDB11 ETF do BTC Pactual que segue o Índice Teva Ações Commodities Brasil. Ou seja, o fundo rastreia o setor de commodities, que teve um forte crescimento em 2022 devido ao aumento do preço do petróleo.

No entanto, o CMDB11 não registrou nenhuma rentabilidade no período avaliado. Isso mesmo, o rendimento do fundo está zerado.

Criptomoedas no Z5

Por outro lado, as criptomoedas lideram a parte inferior do ranking com os maiores prejuízos do ano. O “melhor” ETF do mercado foi o QR Bitcoin (QBTC11), ETF da QR Capital que investe 100% em BTC. De acordo com o levantamento, o fundo acumula prejuízo de 56,9% até o momento.

Em seguida vem o Hashdex Nasdaq Bitcoin (BITH11), criado pela Hasdex e que também investe 100% em BTC, que perdeu 57,9% de seu valor. O Hasdex NCI (HASH11), que tem como referência o índice Nasdaq Crypto Index, vem na sequência, com 62,1% de perdas.

O quarto lugar também pertence a um ETF da Hashdex, o ETHE11, que aplica 100% em ETH e sofre perdas de 70,5%. E por fim está o QETH11, da QR Capital, com prejuízo de 70,6%.

A lista mostra que os investidores de ETH enfrentam um ano bem mais turbulento conforme o preço da criptomoeda registra perdas maiores. Em contrapartida, o BTC mostrou uma capacidade maior de resistir aos prejuízos do mercado, mesmo com a forte correção.

O CriptoFácil entrou em contato com a Hashdex e a QR Capital para comentar os desempenhos dos fundos e esta matéria será atualizada quando recebermos uma resposta.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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