Economia

Dólar está perdendo força como reserva global, diz Banco Central Europeu

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), alertou recentemente que o status do dólar dos EUA como moeda de reserva global “não deve mais ser dado como certo”. Durante uma entrevista ao Conselho de Relações Exteriores, Lagarde abordou a crescente tendência de desdolarização que vem ocorrendo no mundo.

Ela observou que o dólar americano se consolidou como “a moeda internacional, a reserva global e a moeda de transação”, com o euro em segundo lugar. Entretanto, salientou que “novos padrões comerciais podem ter ramificações para pagamentos e reservas internacionais de moeda”.

A presidente do BCE destacou ainda o papel da China no cenário global. De acordo com a presidente do BCE, nas últimas décadas, o país aumentou mais de 130 vezes seu comércio bilateral de bens com mercados emergentes e economias em desenvolvimento. Além disso, se tornou o maior exportador mundial.

Segundo Lagarde, “pesquisas recentes indicam que há uma correlação significativa entre o comércio de um país com a China e sua participação em renminbi como reservas”.

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Dólar como reserva global

Citando um estudo que constatou que as alianças comerciais podem aumentar a participação de uma moeda nas reservas do parceiro em cerca de 30%, a chefe do BCE alertou que essas tendências podem criar oportunidades para países que buscam reduzir sua dependência do sistema de pagamentos e estruturas monetárias ocidentais.

No entanto, Lagarde enfatizou que isso não indica uma perda iminente do domínio do dólar ou do euro no cenário global. Ainda assim, ela reconheceu que os dados sugerem a necessidade de estar atentos à moeda utilizada nas transações comerciais.

A tendência de desdolarização tem se intensificado à medida que um número crescente de países opta por moedas locais para acordos comerciais em vez do dólar americano.

Criptomoedas

O advento das criptomoedas mostrou que os pagamentos internacionais podem ser feitos com facilidade usando um dinheiro digital. E isso tem impulsionado a criação de CBDCs que também atuam enfraquecendo o dólar.

Além disso, os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão trabalhando na criação de um novo tipo de moeda. A ideia é reduzir ainda mais a sua dependência do dólar.

A advertência de Lagarde sobre o fim do dólar como reserva de valor global reflete as mudanças no cenário econômico mundial e a crescente influência de economias emergentes.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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