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Embora as crises globais nunca sejam bem-vindas, elas tendem a levar as pessoas a encontrar soluções para desafios cruciais.
Após a crise financeira de 2008, por exemplo, o interesse em investimentos de impacto cresceu. A crise do COVID-19 demonstrou ainda mais a necessidade de cooperação por meio de estratégias de investimento orientadas por valores e ética tanto quanto pelo lucro.
Desde que a pandemia começou no início de 2020, vimos um aumento no número de empresas construindo equipes ESG dedicadas, de acordo com o chefe da Instituição Financeira de Desenvolvimento do JP Morgan. E os investidores institucionais estão lançando mais fundos de investimento focados em impacto para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Mais de US$ 715 bilhões em ativos sob gestão estão agora comprometidos com investimentos de impacto. Esta é uma mudança de paradigma que está remodelando o futuro do investimento. É por isso que existe um ajuste natural entre investimento de impacto e DeFi, o que, é claro, não apenas derrubou a ordem tradicional nas finanças. Também está fornecendo aos investidores de impacto uma ferramenta poderosa para acompanhar o desempenho.
O DeFi permitiu que qualquer pessoa com internet e uma carteira digital ganhasse uma renda passiva.
A ideia por trás do investimento de impacto é direta – você investe seu dinheiro para estimular mudanças positivas no meio ambiente, direitos humanos, práticas trabalhistas e igualdade. A expectativa é que você gere retorno financeiro sobre seu capital, ou pelo menos, seu capital seja devolvido.
Mas o verdadeiro impacto do investimento de impacto é frequentemente questionado. Muitos investidores acreditam que fazer o bem é uma troca entre retorno social e ambiental e retorno financeiro ajustado ao risco.
Como resultado, as empresas sociais geralmente enfrentam maior escrutínio, com investidores analisando o desempenho até o último dólar.
É aí que entra o DeFi. Impulsionados por líderes inovadores, os projetos financeiros descentralizados já estão levando a eficiência do investimento de impacto a um novo nível.
No ano passado, milhões de pessoas em todo o mundo descobriram como a tecnologia blockchain está reduzindo as barreiras de acesso à geração de riqueza, ajudando as pessoas a acessar finanças de uma maneira que nunca puderam no passado.
À medida que as NFTs se tornaram a “palavra do ano” do Collins Dictionary, acumulando um total de US$ 14,1 bilhões no ano passado, acima dos US$ 65 milhões do ano anterior, artistas de países em desenvolvimento usaram NFTs para obter uma renda em tempo integral. E os jogos de jogar para ganhar ajudaram os aldeões a sair dos ciclos de pobreza. Moedas de memes transformaram adolescentes em milionários.
Além de simplesmente manter e negociar, o DeFi permitiu que qualquer pessoa com internet e uma carteira digital ganhasse uma renda passiva – uma ferramenta de geração de riqueza tradicionalmente limitada àqueles que já têm o privilégio de possuir riqueza, obter rendimento, ajudando milhões a se libertarem da escravidão financeira e acessar ativos anti-inflacionários.
Isso se tornou uma ferramenta crítica para a sobrevivência em países como Argentina ou El Salvador, que sofrem com a queda do peso.
O poder da Tokenomics e das economias de incentivo da DeFi introduziu uma nova ferramenta que está trazendo mais pessoas e, consequentemente, mais liquidez para os pools de geração de riqueza. Ao recompensar os detentores de criptomoedas por participar e apostar nos ecossistemas econômicos, as pessoas não apenas podem investir e ver uma empresa crescer, mas também acessar rendimento adicional por sua participação em apostas, com taxas de retorno nunca vistas antes nas finanças tradicionais.
E no DeFi, as taxas de retorno podem ser maiores que os projetos tradicionais de investimento de impacto, porque você está abrindo o investimento para um grupo descentralizado de investidores, onde qualquer pessoa pode optar por bloquear ativos digitais como forma de obter APY.
Isso se tornou a receita perfeita para o sucesso com o investimento de impacto.
Então, como superamos o desafio de incentivar mais pessoas a fazer o bem com seu dinheiro? Faça investimentos de impacto no blockchain. Com a poderosa tokenômica do DeFi, os investidores não precisam mais sacrificar a) impacto ou b) recompensas financeiras. Eles podem alcançar ambos.
O valor do DeFi é que você pode investir facilmente em um projeto que está indo bem e, ao apostar o token nativo do projeto, está trazendo maior liquidez e retornos tanto para o projeto quanto para o seu próprio portfólio.
O modelo tokenômico de um projeto de infraestrutura blockchain ou uma solução L2 pode existir da mesma forma que um projeto de investimento de impacto. Exceto que, na outra ponta do contrato inteligente, existem pessoas reais e projetos de empresas sociais na cadeia de suprimentos.
Temos o poder de construir sistemas mais justos e eficientes para agricultores não bancarizados em todo o mundo graças ao poder do DeFi, empréstimos coletivos e construção de cadeias de suprimentos sustentáveis onde os agricultores não são mais o elo mais fraco.
No nosso caso, esses agricultores estão no México, Brasil e Honduras. Os investidores de criptomoedas neste modelo têm duas opções: eles podem simplesmente emprestar uma stablecoin para um retorno estável e modesto (ainda mais alto do que a maioria dos bancos tradicionais) a 8% APY, ou podem optar por apostar o token nativo para obter um rendimento mais alto bloqueando seus fundos em um pool de garantias coletivas.
Agricultores não bancarizados têm acesso a novas ferramentas de financiamento e são capazes de produzir mais volume e melhorar a qualidade de suas lavouras.
Ambas as opções acionam o capital a ser fornecido para vários projetos agrícolas para ajudar os pequenos agricultores a gerar novos negócios e renda. Os fundos dos credores (também conhecidos como stakers ou traders), bloqueiam ativos em um contrato inteligente de empréstimo coletivo até que o valor acordado seja alcançado e, em seguida, é liberado automaticamente na conta da cooperativa de agricultores. Isso também permite que os agricultores planejem e projetem melhor suas obras e despesas com a terra, em vez de calcular quanto eles conseguem colher e vender.
Finalmente, isso abriu as portas para o pioneirismo de ecossistemas de valor mútuo benéfico que estão conectados ao mundo real. Agricultores não bancarizados têm acesso a novas ferramentas de financiamento e são capazes de produzir mais volume e melhorar a qualidade de suas colheitas, enquanto os investidores podem ver retornos notáveis enquanto contribuem para o impacto socioeconômico e ambiental em pequenas comunidades agrícolas.
Os compradores podem acessar um mercado estável, com um produto sustentável e totalmente rastreável ao longo de toda a cadeia de suprimentos. Os intermediários são removidos para que os pequenos agricultores se beneficiem do preço final de suas colheitas, melhorando seu padrão de vida por meio de sua própria produtividade, ficando menos expostos à pressão para vender suas colheitas a preços mais baixos para colocar comida na mesa de suas famílias a tempo.
O capital de empréstimo vem com um risco. O que acontece se um agricultor do outro lado do protocolo não puder pagar o empréstimo?
Graças ao poder da tecnologia blockchain, se um agricultor descumprir, os pools de garantias coletivas e liquidez no DeFi podem reduzir significativamente esses riscos. A garantia garante o pagamento aos credores em casos de inadimplência. Depois de testar essa teoria, podemos dizer com segurança que em 100% dos casos, os credores foram totalmente compensados com seu principal e juros.
Como isso é possível? Inspirado no modelo de segurança do protocolo Aave, um pool de compensação bloqueia tokens nativos e os originadores de empréstimos do outro lado do contrato inteligente – no mundo real – devem apostar sua própria contribuição do token nativo para atuar como garantia para seus próprios empréstimos. As partes interessadas apostam 100% de suas garantias, portanto, há quase zero chance de que os credores tenham prejuízo.
Em circunstâncias em que um fazendeiro deixa de pagar um empréstimo, são vendidos tokens suficientes no sistema de compensação para compensar o inadimplemento para garantir que os credores obtenham seu retorno sobre os juros, começando com a participação do originador do empréstimo, depois a participação do auditor, depois a comunidade de interessados, e por último, se esses tokens não fossem suficientes, a reserva do sistema de compensação que consiste em 50% da oferta total de tokens nativos.
Tudo isso é possível graças ao poder do crowd-collateral na forma de staking pools DeFi, que garante que sempre haja uma quantidade suficiente para compensar os investidores a qualquer momento. Para 1,2 bilhão de agricultores sem banco no mundo que não possuem dinheiro ou dados para serem elegíveis para pontuação de crédito ou não possuem ativos que podem ser tokenizados, esse sistema se torna um bilhete para sair da pobreza.
O desafio de ver os ecossistemas de investimento de impacto crescerem em um momento crítico da história será simplesmente envolver mais pessoas no DeFi. Educar as pessoas sobre os benefícios do DeFi e envolver mais pessoas ajudará nisso.
Tokenomics de incentivo são novas ferramentas poderosas para criar mudanças, e veremos mais casos de uso dessa superfície em 2022. Ela permite que as pessoas sejam recompensadas por sua participação, tanto financeira quanto socioeconômica, à medida que contribuem para alcançar o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas Metas.
A pandemia tornou-se um catalisador de mudanças, colocando investidores em todo o mundo em ação, tentando resolver alguns dos problemas mais desafiadores que enfrentamos hoje. DeFi não é apenas uma maneira de os profissionais cripto obterem ganhos. O DeFi se tornou uma tábua de salvação para muitos, e veremos mais pools de liquidez e contratos inteligentes conectados a projetos do mundo real.
Para os investidores, temos a oportunidade de nos orgulhar de nossos investimentos. A comunidade DeFi está cheia de agentes de mudança brilhantes e capacitados e estamos empolgados com a inovação vinda deste espaço em 2022.
*Gabriela Chang é cofundadora da EthicHub , uma plataforma baseada em blockchain que fornece financiamento e garantias para pequenos agricultores em economias emergentes.
Aviso: O texto apresentado nesta coluna não reflete necessariamente a opinião do CriptoFácil.
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