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CVM já abriu 163 processos envolvendo a oferta irregular de investimentos em 2020

Em um levantamento exclusivo para a Folha de S. Paulo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável por fiscalizar o mercado de títulos financeiros, informou que apenas em 2020, já abriu 163 processos envolvendo a oferta irregular de investimentos.

As informações foram publicadas nesta quinta-feira, dia 28 de maio, no artigo intitulado “Novos nadadores no mar dos investimentos atraíram os tubarões”, escrito pelo colunista Marcos de Vasconcellos.

Os 163 processos sobre o chamado mercado marginal foram registrados apenas nos cinco primeiros meses deste ano e foram abertos a partir de denúncias de investidores. A título de comparação, durante todo o ano de 2018, foram 136 processos.

Fevereiro de 2020 merece destaque nesse contexto. Isso porque apenas no referido mês foram abertos 45 processos. Já em 2019, foram 11 e em 2018 apenas 8. 

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Casos de fraude aumentaram

Segundo informou a CVM, a impressão é que o número de casos que se confirmam fraudes aumentou. Já que as “stop orders”, ou seja, medidas cautelares em que a CVM suspende a atuação de pessoas e empresas enquanto investiga se estão oferecendo investimentos ou captando clientes de forma irregular, estão crescendo. 

Conforme informado pela autarquia, em 2019, foram 33 stop orders, em 2018, 11. Em 2020, apesar de os números ainda estarem em aberto, os alertas enviados pela autarquia têm sido constantes.

Além disso, por mais que a forma de divulgação desses esquemas tenha se modernizado, muitos dão apenas uma nova roupagem às velhas pirâmides financeiras, destacou Vasconcellos.

Mercado crescente de investidores

O aumento dos processo abertos pela CVM são resultado do crescimento do mercado de investidores. O colunista da Folha destacou, por exemplo, que. atualmente, há 2 milhões de “pessoas físicas” na bolsa. Juntas, elas possuem R$ 257 bilhões investidos. Esse número contrasta com os apenas 700 mil investidores no final de 2018.

Com isso, surgem as propostas que parecem “boas demais para ser verdade” que querem se aproveitar desse mercado crescente.

“Então, nesse momento de chegada ao mercado, aprender a analisar o que os anúncios, mensagens e “influenciadores” estão oferecendo é tão importante como saber diferenciar o Tesouro Selic do Tesouro IPCA”, ressaltou.

Segundo Vasconcellos, a oferta mais perigosa é a de investimentos com um alto retorno garantido. Assim, normalmente há um apelo para o FOMO, sigla em inglês para o chamado medo de perder a oportunidade.

Orientação geral

Para fugir desses golpes, Vasconcellos recomendou que os investidores não acreditem em quem oferece retorno garantido em investimentos de renda variável.

“E isso inclui aqueles feitos com criptomoedas, como o Bitcoin, e com moedas estrangeiras, ou Forex”.

Além disso, Vasconcellos sugeriu que o melhor a fazer ao receber uma proposta tentadora é checar se quem oferece aquele investimento está registrado na CVM.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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