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Conheça os maiores fundos multimercado que investem em criptomoedas

Os hedge fund, conhecidos no Brasil como fundos multimercado, são uma forma de investimento alternativa aos investimentos tradicionais (como Bolsa de valores, Renda fixa e fundos de investimento em ações), com graus de risco variados (indo do muito baixo ao altíssimo), com poucas restrições (podem investir em vários tipos de ativo ao mesmo tempo, como ações, renda fixa, derivativos e etc) e em algumas situações, altamente especulativos.

Atualmente, muitos desses fundos começaram a olhar para os criptoativos como forma de diversificar seu portfólio, ainda que em quantidade reduzida. Em um estudo rigoroso publicado em maio de 2019, a empresa de auditoria PwC e a empresa de investimentos Elwood concluíram que a grande maioria dos fundos de investimento em criptomoedas possui um capital muito pequeno alocado neste segmento.

Porém, existem grandes fundos nesse mercado e muitos deles são bastante conhecidos dos investidores. Hoje, vamos conhecer os cinco maiores fundos multimercado que operam criptoativos – e outros fundos de menor porte.

Digital Currency Group/Grayscale Investments

O Digital Currency Group foi fundado em 2015 por Barry Silbert, investidor veterano que possui participações em empresas como Coinbase, Ripple e BitPay. O grupo já investiu em quase 130 projetos relacionados a criptoativos, com um tamanho médio das rodadas de investimentos de US$3,4 milhões entre 2016 e 2018.

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O grupo possui mais mais investimentos em criptoativos do que praticamente todos os outros fundos do setor. Seu capital foi responsável por apoiar as operações de grandes players do mercado, incluindo Circle, Chainalysis, Blockchain.com, Shapeshift, Parity, Ledger, Luno, Kraken, Korbit e eToro.

Um de seus investimentos mais populares na mídia recente é a Grayscale, uma subsidiária do Digital Currency Group que investe diretamente em criptoativos. Em seu relatório financeiro do segundo trimestre de 2019, a Grayscale revelou que tinha ativos sob gestão (AUM) no valor de US$2,7 bilhões. Como uma indicação de quão volátil o valor pode ser, ele também revelou que esse número triplicou desde o primeiro trimestre de 2019. Apenas um de seus fundos (o Bitcoin Trust) teve uma rentabilidade de 300% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mais revelador, o último relatório da Grayscale também detalhou como a maior parte da demanda por investimentos em criptoativos vem de investidores institucionais – que representaram 84% de sua base de clientes desde julho de 2018. Como tal, está claro que longe de ser um ecossistema descentralizado, os fundos de criptoativos já despertam a atenção de grandes empresas e muito dinheiro.

Polychain Capital

Fundada em 2016 pelo investidor de criptomoedas Olaf Carlson-Wee, a Polychain Capital é outro fundo multimercado focado em criptoativos, mas que também possui apoio de investidores tradicionais.

No final de 2018, o fundo relatou ter US$591,5 milhões em ativos sob sua gestão, uma queda de quase 50% em relação ao US$1 bilhão registrado no final de 2017. No entanto, dados da empresa de análise Crypto Fund Research afirmam que, desde junho de 2019, o fundo registrou US$967 milhões em criptoativos sob gestão.

Assim como a maioria dos outros grandes fundos, o Polychain também investe em startups relacionadas a blockchain e criptomoedas; seu portfólio contém 37 empresas do tipo, de acordo com a Crunchbase. Entre suas participações estão Coinbase, Kik, Celo e dYdX, na qual a Polychain conseguiu investir graças, em grande parte, ao levantamento de cerca de U$S175 milhões para o seu fundo de capital de risco no final de 2018.

Uma coisa que vale a pena notar sobre a Polychain Capital é que ela recebeu um apoio significativo para seu capital de risco e fundos de criptoativos através de outras grandes empresas de capital de risco. Em 2017, fechou uma rodada de financiamento de US$200 milhões, na qual participaram a Sequoia Capital, a Andreessen Horowitz e a Union Square Ventures. Esse fundo, portanto, é uma junção do mercado financeiro tradicional com o inovador ecossistema de criptoativos.

Pantera Capital

Fundada inicialmente em 2003 e sediada em San Francisco, a Pantera Capital já foi um fundo de investimento tradicional, mas alterou seu foco em 2013 para projetos de criptomoedas e blockchain.

De acordo com uma série de estimativas, os ativos sob gestão da Pantera Capital estão avaliados entre US$335 milhões e US$724 milhões devido às flutuações de valor nos últimos meses. A empresa também investiu uma quantia considerável em 72 startups e projetos relacionados ao setor, tendo levantado pelo menos US$200 milhões de capital de risco externo para financiar tais investimentos (US$13 milhões em 2016, US$25 milhões em 2017 e US$175 milhões em 2018-2019).

Quanto à perspectiva geral da Pantera Capital, o fundo está muito otimista quanto ao futuro das criptomoedas e da blockchain. Em julho, seu CEO e fundador Dan Morehead previu que o Bitcoin poderá atingir US$42 mil até o final do ano e que poderá alcançar até US$356 mil em alguns anos.

Apesar dessa confiança, a Pantera Capital também sofre com contratempos no mercado. Em dezembro de 2018, a empresa admitiu que poderia ser forçada a pagar restituições e multas por cerca de 25% de sua carteira de oferta inicial de moedas (ICO), uma vez que essa proporção da carteira provavelmente viola as leis americanas de valores mobiliários. Da mesma forma, durante o mercado de queda de 2018, seu fundo de criptoativos registrou perdas de até 77% nos primeiros 10 meses daquele ano.

Galaxy Digital

Lançado em 2018 pelo ex-parceiro do Goldman Sachs Michael Novogratz, o Galaxy Digital é um dos principais fundos multimercado de criptomoedas. No final de junho de 2019, seu total de ativos sob gestão era avaliado em US$393,3 milhões, uma queda em relação aos valores de maio (US$421,6 milhões). Durante o ano de 2018, o fundo registrou um prejuízo líquido no balanço de US$272,7 milhões, em grande parte por causa do mercado de baixa nos preços dos criptoativos.

Além dos investimentos em criptomoedas, o Galaxy Digital também investiu em cerca de 20 startups e projetos. Nomes como a Bakkt, BlockFi, Ripple, Block.one, BitFury, BitGo e Bitstamp estão presentes no seu portfólio. Como os outros fundos desta lista, tais empreendimentos foram possíveis graças a investimentos do mercado financeiro tradicionai. Quando a Galaxy Digital foi lançado, o fundo possuía não apenas US$400 milhões do capital próprio da Novogratz, mas também arrecadou mais US$200 milhões em captações externas.

Andreessen Horowitz

O Andreessen Horowitz é um dos fundos mais tradicionais do mercado, e estabeleceu seu próprio fundo de investimento em criptomoedas, chamado a16z. Até o momento, a empresa afirma que seu fundo vale US$350 milhões, enquanto em junho de 2018, quando foi lançado, o total chegou a US$300 milhões.

Apesar dos valores relevantes, o a16z tem um capital modesto comparado aos US$7 bilhões em ativos que a Andreessen Horowitz administra no total. No entanto, é provável que o valor de a16z tenha aumentado desde maio. Mais importante, no entanto, é o fato de que um enorme fundo de investimento, com US$7 bilhões em ativos sob sua gestão, acredita no potencial do Bitcoin e da blockchain, o que significa um grande voto de confiança para o mercado.

Este voto de confiança não deriva apenas do investimento direto em criptoativos. Andreesseen Horowitz e a16z também detém participações em uma série de startups: Coinbase, Maker, Filecoin, dYdX e até o famigerado CryptoKitties. Em agosto de 2018, o fundo, junto com a Polychain Capital, investiu US$105 milhões na startup de nuvem baseada em blockchain Dfinity, e investiu mais US$61 milhões em uma rodada anterior, em fevereiro do mesmo ano.

Outros fundos

Apesar de serem os maiores fundos do mercado, eles não são os únicos existentes. Diversos fundos menores também possuem participações e investimentos em criptoativos e empresas do setor.

  • A Union Square Ventures, que tem cerca de US$256 milhões em criptoativos sob gestão, de acordo com a Crypto Fund Research;
  • Blockchain Capital, que foi lançado em 2018 e arrecadou US$150 milhões para seu novo fundo em março de 2018, elevando para US$250 milhões a quantidade de criptoativos sob sua gestão;
  • A IDG Capital, que foi lançada na China em 1992 e investe tanto no mercado tradicional quanto em criptoativos, e possui US$210 milhões em criptoativos sob gestão;
  • BlockTower Capital, que foi lançado em 2017 e tem cerca de US$130 milhões em criptoativos (em dezembro de 2018);
  • Boost VC, um fundo com sede na Califórnia lançado em 2014, que possui US$95 milhões em criptoativos;
  • Fenbushi Capital, um fundo de criptoativos baseado na China que tinha US$50 milhões em ativos sob gestão no início de 2018.

Leia também: BTG Pactual lança fundo de investimento focado em criptoativos

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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