China quer controlar o mercado de criptomoedas da forma errada

A China tem investido contra o mercado de criptomoedas nas últimas semanas. As ações proibitivas têm envolvido restrições quanto à mineração de criptomoedas e às atividades das exchanges.

Ainda não há um motivo claro por trás das ações chinesas. Uma das possíveis motivações, esta mais relacionada com a mineração, pode ser a preocupação em relação aos tratados ambientais assinados pelo país.

Ainda, rumores apontam para outra motivação, essa relacionada com as negociações de outras criptomoedas no país. Entusiastas acreditam que a China não quer “competição” com sua moeda digital.

Desta forma, a nação asiática tenta controlar o mercado de criptomoedas, da mesma forma como exerce controle sobre outros aspectos na vida dos chineses. Entretanto, parece que a potência liderada por Xi Jinping está controlando da forma menos efetiva possível.

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Exchanges e governos

É de entendimento geral que, normalmente, exchanges centralizadas cooperam com governos. Embora as criptomoedas sejam descentralizadas, plataformas de negociação como OKEx e Huobi não são.

Nesse cenário, até mesmo no Brasil exchanges revelam cooperar com reguladores financeiros. No caso dos Estados Unidos, o Departamento de Justiça até mesmo disse que isso se trata de uma obrigação das exchanges, ao se referir à Binance.

Então eis o seguinte cenário: entre 2017 e 2018, quando as criptomoedas foram banidas da China pela primeira vez, elas continuaram existindo. Um forte mercado paralelo de criptomoedas surgiu no país.

Inclusive, jornalistas como Colin Wu afirmam que os maiores usuários de USDT do mundo são chineses. Desta forma, o comércio de moedas digitais continuou existindo.

Conforme as exchanges fizeram um tímido retorno na China, operando em uma zona cinza e incerta, certo é que contas com objetivos escusos foram abertas junto às empresas.

O ponto é que, nesse contexto, a China poderia recorrer a pontos centralizados de informação para investigar indivíduos. Todavia, isso deixa de existir quando exchanges desaparecem e o mercado paralelo retorna com força total.

Acontecendo na prática

Uma vez que as informações dificilmente deixam a China, o jornalista Colin Wu é um importante porta-voz do que acontece por lá.

Na primeira semana de julho, Wu noticiou em seu Twitter a queda súbita dos serviços do mercado de balcão da Huobi. Apesar da queda, a plataforma ficou apenas alguns minutos fora do ar.

Curioso é o contexto: um dia antes, um órgão de Pequim colocou fim a uma associação da qual o fundador da Huobi e outras grandes exchanges faziam parte. O grupo tinha como objetivo desenvolver a indústria blockchain no país.

Ainda nesse sentido, o jornalista completou dizendo que caso a plataforma fosse desligada, ela não deixaria de existir. O mercado de balcão da Huobi apenas migraria para um mercado paralelo.

“O governo chinês não teria assistência da exchange para prender as pessoas que usam criptomoedas para lavar dinheiro,” explicou Wu.

Entretanto, ao deixar as exchanges em funcionamento, pessoas são encorajadas a continuar usando os serviços. Segundo o jornalista, isso criou um “dilema” para o governo chinês.

Então, o que fazer?

Felizmente, os próximos passos são algo que a China deverá decidir. Entretanto, enquanto isso, as exchanges ainda localizadas no país sofrem com as consequências.

Mensalmente, a Huobi realiza a queima dos seus tokens HT. Trata-se de um token semelhante à Binance Coin (BNB). As queimas são feitas usando 20% do contrato da plataforma e a receita para queimas os tokens.

Com base em uma estimativa, tendo em vista que a quantidade de HT destruídos caiu significativamente, parece que a exchange sofreu uma queda de 64% em receita. Ou seja, não está sendo lucrativo permanecer na China.

Brasil pode ser a solução?

Conforme pools de mineração e exchanges correm para fugir da China, parecendo um filme de ação da Sessão da Tarde, opções começam a ser consideradas.

Maggie Wu, empresária do ramo de capital de risco que atua no mercado de criptomoedas da América Latina, afirmou recentemente que Brasil e México são os mercados mais promissores da região.

Infelizmente, embora o CEO da OKEx tenha dito com exclusividade ao CriptoFácil que o Brasil é uma região atraente para exchanges, isso não envolve a sede.

Então, não. O Brasil, no estado atual, dificilmente será uma alternativa viável para sediar grandes exchanges. De qualquer forma, resta aguardar qual será a próxima decisão da China.

Esta é uma matéria de opinião e não representa necessariamente a postura do CriptoFácil.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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