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BitMEX explica sobre seu fundo de segurança para acalmar os ânimos

Após a insatisfação causada em usuários da BitMEX durante uma paralisação surpresa da plataforma no dia 13 de março, a empresa tem enfrentado duras críticas feitas pela comunidade dos criptoativos, especialmente no Twitter.

No dia 23 de março, o CEO da BitMEX, Arthur Hayes, publicou em seu Twitter um artigo no blog da exchange explicando como funciona seu fundo de segurança – que os usuários afirmam ser apenas o “fundo de aposentadoria” de Hayes, insinuando que são roubados pelo mesmo.

Como funciona o fundo

De acordo com a publicação da exchange, o fundo de segurança agiu como linha de defesa nos eventos de liquidação em massa ocorridos no dia 13 de março, ao tentar prevenir que ocorresse uma retirada de alavancagem automática (ADL, na sigla em inglês). Isso significa que o fundo de segurança não permite a retirada de alavancagem das posições lucrativas de traders contra posições liquidadas, a fim de prevenir perda total dos saldos dos usuários.

A BitMEX então explica o que o seu fundo de segurança supostamente não faz:

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“Não cobre os custos operacionais ou contribui com os lucros da BitMEX;
Não demanda pagamento de traders com saldo negativo;
Nao é utilizado para manipular mercados, intencionalmente ou não.”

Uma camada de proteção

A publicação então explica como funciona a perda total do saldo e a liquidação causada pela ferramenta de liquidação da BitMEX. O valor de perda total é quando o valor que levaria toda a banca do usuário é atingido, deixando-o sem fundos.

O valor de liquidação é um valor um pouco mais seguro, no qual a posição é encerrada um pouco antes do usuário perder toda sua banca, mas devendo o mesmo pagar uma taxa de 0,5% – chamada de manutenção de margem.

É explicado pela exchange:

“O fundo de segurança é a margem disponível para a ferramenta de liquidação para encerrar posições. Quando a perda da ferramenta de liquidação em um contrato é maior do que o saldo do fundo de segurança alocado para este contrato, a ferramenta de liquidação atinge seu valor de perda total e não pode mais negociar. Nesse ponto, o único mecanismo restante para proteger a integridade do mercado é a ADL. Os traders bem sucedidos, listados por lucratividade e alavancagem, têm suas posições forçadamente encerradas pela ferramenta de liquidação. Quanto maior o fundo de segurança e menor a posição na ferramenta de liquidação, mais longe o valor de perda total da ferramenta de liquidação estará do valor pelo qual ela adquire a posição, significando em uma chance menor de ADL. O fundo de segurança fornece uma camada de proteção entre nossos usuários e a ADL. Quanto maior ele for, menor é a chance da ADL ocorrer.”

Nos dias 12 e 13 de março, a exchange afirma que os valores declinando de US$ 8.000 para US$ 4.000 criou um “péssimo exemplo único”. A BitMEX afirma que o fundo de segurança não foi zerado, a liquidez declinou significativamente durante a movimentação, e uma segunda movimentação semelhante levaria o fundo “aos seus limites” – embora a exchange assegure que ele sobreviveria.

Como funcionou nos dias de caos?

A exchange afirma que, entre os dias 12 e 13 de março, houve um grande volume de liquidações. Isso gerou uma posição em comprado grande no par XBT/USD para a ferramenta de liquidação.

O algoritmo de troca desfez a posição da ferramenta de liquidação em valores que ficaram cada vez mais agressivos, ou seja, mais baixos. Durante este período, a atividade da ferramenta de liquidez resultou em perdas significativas para a BitMEX, que forma descontadas do fundo de segurança. A maior perda ocorreu no dia 13 de março, de 2.606 BTC.

Conforme a ferramenta de liquidez fechou algumas de suas posições acima de seu valor médio de entrada, o fundo de segurança cresceu em 4.457 BTC, atingindo o pico de 37.836 BTC antes de perder 2.606 BTC.

Desta forma, a BitMEX afirma que tudo funcionou como o planejado, não sendo necessário fechar a plataforma e que a paralisação se deu “de fato” por conta de um ataque externo.

Leia também: BitMEX justifica falha crítica em seu sistema e devolve 40 BTCs a usuários

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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