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Uma pesquisa da empresa de análise de dados Glassnode apontou que a Binance parece ter mais reservas do que aponta seu sistema de Prova de Reservas (PoR). De acordo com a Glassnode, essa diferença pode chegar a até 38%.
A Binance entrou nos holofotes depois que a FTX entrou em colapso – e praticamente pelos mesmos motivos. No entanto, o CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, tem reiterado que a exchange possui reservas suficientes para lidar com o momento de baixa e compensar os seus clientes.
De fato, a Binance teve que processar cerca de US$ 8 bilhões em saques apenas em um dia, um recorde para a empresa, e conseguiu atender a demanda. Os dados na blockchain também não indicaram nenhum comportamento de risco semelhante ao caso da FTX.
Os dados on-chain mais recentes da Glassnode avaliam os saldos mantidos pela Binance tanto em Bitcoin (BTC) quanto em Ether (ETH). A empresa estima que a Binance tem a posse total de 584.600 BTC em suas reservas.
Esse valor diverge da auditoria PoR revelada pela exchange, já que as reservas indicam que a Binance possui 359.300 BTC em carteiras autodeclaradas na auditoria. A diferença é de mais de 200.000 BTC, ou quase 39%, e vale cerca de R$ 18,5 milhões em valores atuais.
Reservas de BTC declaradas pela Binance (azul) e avaliadas pela Glassnode (vermelho).
No caso das reservas de ETH, a Glassnode verificou que os saldos mostrados em sua análise batem com a quantidade declarada pela Binance em sua comprovação de reservas. Ou seja, a exchange possui cerca de 4,65 milhões de ETH. Portanto, há correspondência nas atividade de auditoria interna da exchange e no levantamento da Glassnode.
Reservas de ETH avaliadas pela Glassnode.
Os dados na blockchain revelaram que houve uma maior volatilidade nos saldos das exchanges da Binance em dezembro. Isto é, a exchange registrou uma movimentação atípica de retiradas e depósitos de fundos.
Os dados on-chain do Volume de Depósito e Retirada de Bitcoin da Binance indicam retiradas significativas de BTC nos últimos dias. A exchange registrou a maior saída líquida de BTC em 13 de dezembro, com o saque de 57,3 mil criptomoedas.
A título de comparação, a maior saída líquida de BTC da FTX ocorreu em 9 de novembro, quando os clientes sacaram 61,4 mil BTC da plataforma.
Enquanto isso, os fluxos de ETH são mais estáveis e relativamente “típicos”. A maior saída líquida ocorreu em 13 de dezembro, com o saque de 456.700 ETH.
Para stablecoins, a Binance registrou cerca de US$ 3,2 bilhões em saídas nos últimos 30 dias. O valor corresponde a retiradas combinadas das maiores stablecoins do mercado: USDT, USDC, BUSD e DAI.
A Glassnode observou que a saída total em todas as exchanges foi de US$ 4,8 bilhões. Isso significa que a Binance responde por 66% das saídas de stablecoin, em linha com a participação de mercado.
Em nota ao CriptoFácil, a Binance declarou que os ativos dos usuários são todos lastreados na proporção de um para um e a estrutura de capital da exchange não tem dívidas.
“Pessoas depositam e sacam recursos todos os dias por diversos motivos diferentes. Mantemos saldos nas hot wallets (carteiras quentes, conectadas a uma rede) para garantir que sempre tenhamos fundos mais do que suficientes para atender às solicitações de saque e, conforme necessário, recompomos os saldos destas carteiras”, disse a exchange.
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