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Alerta contra pirâmides financeiras foi destaque em audiência na Câmara dos Deputados

Nesta quarta-feira, 23 de outubro, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados do Brasil, que discute a regulamentação de criptoativos no país, realizou mais uma audiência pública para debater o tema.

Estiveram presentes na ocasião: Bruno Balduccini, Daniel Steinberg, Marcelo de Castro Cunha Filho, Ricardo Fernandes Paixão e Tiago Reis. Desta vez, o destaque foi para a fala de Tiago Reis, analista de investimentos que falou sobre pirâmides financeiras e seus riscos.

Além de analista, Reis é fundador da casa de análise de investimentos Suno Research, uma das maiores do país. Além disso, ele realizou um extenso movimento na Internet – junto com outros influenciadores digitais – visando conscientizar as pessoas sobre o risco de aplicar dinheiro em pirâmides financeiras. O movimento foi apelidado por ele como “Operação Faraó”.

Durante sua fala à Comissão, Reis destacou que mais de quatro milhões de pessoas são vítimas de esquemas de pirâmide financeira no Brasil, dado que foi destacado pelo CriptoFácil em julho. Ele também explicou o conceito de pirâmide financeira como um “esquema de distribuição de dinheiro da base para o topo”.

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Sobre a distribuição geográfica dos esquemas de pirâmide, Reis destacou que entre as denúncias recebidas pela equipe de sua empresa, “percebemos uma certa concentração nas regiões Nordeste e Centro-Oeste”. Entre as teorias sobre o crescimento das pirâmides, Reis destacou o aumento do acesso à Internet – que aumenta a proliferação digital desses esquemas -, a queda dos juros no Brasil – que leva os cidadãos a buscarem retornos maiores e acabam caindo em riscos – e a falta de educação financeira no país – que impede as pessoas de calcularem.

Ele também destacou que as criptomoedas são uma tecnologia legítima, mas que “estão sendo usadas como embalagem para fraude”.

“Essas pirâmides se utilizam da narrativa de utilizarem criptomoedas. Hoje, são criptomoedas, no passado era boi gordo, já foram relógios, cosméticos.”

Reis também destacou o caráter irreal dos retornos prometidos por essas empresas.

“Como analista de investimentos, vejo que nenhuma dessas promessas de rendimento faz sentido. Warren Buffett, um dos maiores investidores da história, obteve retornos médios de 1,5% ao mês, cerca de 20% ao ano, em dólar. Existem empresas que chegam a oferecer essa porcentagem por dia, algo que é bastante ambicioso.”

Para finalizar, Reis destacou as recentes operações da Polícia Federal feitas contra a empresa Unick Forex – que foi destaque no CriptoFácil – e forneceu algumas sugestões para que tais crimes possam ser combatidos com mais eficiência.

  • A criação de leis específicas para o combate a crimes de pirâmides financeiras no Brasil;
  • Aumentar o treinamento para as forças policiais e o Ministério Público conseguirem lidar com esse tipo de crime;
  • Dar mais poder para a Comissão de Valores Mobiliários poder agir com mais rapidez contra essas empresas e atuar de forma preventiva, a fim de permitir que o esquema seja desmontado antes que os fundadores possam fugir com o dinheiro das vítimas;
  • Criminalizar não apenas os estelionatários, mas também criar penas para quem apoia efetivamente esses esquemas;
  • Trazer mais educação financeira para os brasileiros.

No final, Reis destacou que não investe em criptomoedas, mas que reconhece o potencial inovador para o sistema financeiro e lamentou o uso das criptomoedas por golpistas.

Leia também: AO VIVO: Audiência pública sobre regulamentação de criptomoedas (PL 2303/2015)

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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