ZHealth: projeto brasileiro une medicina e blockchain

Recentemente, o CriptoFácil noticiou sobre um projeto brasileiro que empregou tecnologia blockchain para garantir a privacidade dos dados de seus usuários, de autoria da empresa de biomedicina Portunus.

Aparentemente, a relação entre privacidade e medicina nunca foi tão fortalecida. Com o advento da tecnologia blockchain, outro projeto brasileiro quer dar aos pacientes o controle sobre seus prontuários médicos, criando uma rede unificada de instituições de saúde que dividem os mesmos registros médicos dos pacientes.

ZHealth: medicina e blockchain

Recentemente, a PUC do Paraná realizou em conjunto com dois hospitais da Rede Marista um programa de aceleração de startups da área de medicina. Dentre as finalistas estava a ZHealth, que aplica a tecnologia blockchain na esfera médica.

De acordo com o site oficial do projeto, a proposta da startup é:

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

“Nossa proposta é simplificar a forma como os dados de saúde são organizados. A partir de uma rede blockchain – que confere segurança, autenticidade e controle de acesso – nós pretendemos unificar os dados pessoais e empresariais de saúde em uma rede compartilhada por todos os participantes. Para isso, desenvolvemos uma API que se conecta facilmente com qualquer sistema hospitalar, laboratorial, farmacêutico e demais áreas, permitindo com que pacientes, profissionais de saúde e empresas do ramo tenham total controle sobre o dado produzido pelos mesmos e possibilitando um intercâmbio seguro e específico dessas informações.”

O CriptoFácil conversou com Matheus Hirata, CIO da ZHealth, visando entender melhor a iniciativa. Hirata informou que, a princípio, o projeto seria desenvolvido sobre a blockchain do Ethereum – contudo, os altos custos para armazenagem de dados fez a equipe buscar por alternativas.

Por esta razão, o projeto se baseou sobre a rede Hyperledger da IBM, aproveitando para absorver a experiência no ramo de tecnologia blockchain da empresa norte-americana. Apesar de se basear na Hyperledger, todo o restante do projeto foi feito internamente. Hirata explicou sobre o que motivou a adoção de blockchain:

“Nós estávamos com a ideia de criar um sistema de dados simplificado, mas nós imaginávamos que não tardaria até que as instituições de saúde começassem a alterar os dados por conta própria. Como outros dois membros do projeto eram entusiastas das criptomoedas, assim como eu, nós pensamos na tecnologia blockchain como solução para o problema de imutabilidade.”

Ainda de acordo com Hirata, além da solução da IBM ser mais acessível, a empresa fornece um incentivo para startups cujos projetos são considerados por eles como relevantes – auxiliando o custeio da ZHealth.

Ele ressalta a importância de um sistema que guarde informações médicas dos pacientes por meio de um exemplo pessoal.

“Eu fiz um exame com contraste em 2017, que leva iodo – contudo, eu sou alérgico. Ninguém anotou que eu era alérgico e eu entrei em choque após a aplicação de iodo. Se houvesse um sistema que mostrasse que eu sou alérgico desde o início dos preparativos, eu não teria corrido esse risco.”

Obstáculos

Hirata afirmou que, apesar do projeto estar caminhando bem, a equipe da ZHealth encontra obstáculos. O primeiro deles é o desconhecimento acerca de blockchain por conta das instituições de saúde, causando temor.

O fornecimento de dados também é outro obstáculo. Por temerem o desconhecido, as empresas não fornecem os dados necessários, ainda que seja para o melhor interesse delas e de seus pacientes.

Porém, o CIO da ZHealth ressaltou que mesmo assim eles estão progredindo, estando até mesmo em negociações com o governo paraguaio.

“O Paraguai acredita na tecnologia e a maioria das pessoas com as quais conversamos entendem de blockchain. Isso nos deu uma boa abertura para diálogo.”

Outras iniciativas

Além da rede responsável por armazenar os dados dos pacientes de forma unificada, a equipe da ZHealth está desenvolvendo outras soluções. Uma delas, segundo Hirata, é um sistema de gestão gratuito para clínicas, por meio da qual a captação de dados fica mais simples.

Com a base totalmente pronta, um sistema de dispositivos utilizáveis (wearables) também será disponibilizado. Por meio dos dispositivos e da inteligência desenvolvida, padrões de saúde poderão ser reconhecidos e diagnósticos fornecidos.

A previsão de Hirata é que, ainda em 2019, o aplicativo com os prontuários dos pacientes e a rede para wearables já esteja disponível.

Leia também: Especialista brasileiro aponta que blockchain também pode fazer o ser humano viver mais

Compartilhar
Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

This website uses cookies.