A empresa de biotecnologia Portunus lançou no dia 25 de abril a iniciativa “Cores do Brasil” que, por meio de sequenciamento genético, tem como objetivo conscientizar as pessoas à respeito da miscigenação que torna o povo brasileiro tão diferente e, ao mesmo tempo, tão único frente às possibilidades mundiais de hibridação. Trata-se da primeira iniciativa do tipo na América do Sul.
De acordo com o ebook disponibilizado na página oficial da iniciativa:
“O estudo tem o potencial não apenas de fazer um preciso mapa genético do Brasil, mas também carrega o benefício de trazer impactos sociais significativos ao modo como a sociedade brasileira se organiza a partir de seus traços físicos.”
Através do projeto é possível levar até as pessoas o entendimento de que, apesar de fisicamente diferentes, os brasileiros apresentam diferenças mínimas em seus cernes genéticos.
Para participar, basta apoiar o projeto por meio da campanha em andamento na plataforma Catarse dentro de uma das opções que inclua o sequenciamento genético. Depois disso, o apoiador receberá um kit do projeto Cores do Brasil para realizar a coleta do próprio DNA, devendo a amostra ser enviada de volta à Portunus. O tempo estimado para obtenção do resultado é até seis semanas após o envio.
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Dados genéticos serão armazenados em uma blockchain
Para armazenar os resultados dos sequenciamentos pertencentes aos participantes do projeto, a Portunus contará com a ajuda da Genobank.io, empresa norte-americana especializada na privacidade de dados genéticos. Toda informação genética será armazenada na blockchain criada por meio da parceria.
A CEO da Portunus Isis Eich falou com o CriptoFácil por email sobre o que incentivou a empresa a buscar tecnologia blockchain:
“A Portunus buscou a parceria com a Genobank.io porque eles são a empresa mais relevante na Blockchain atualmente para armazenamento de informação genética. A privacidade dos dados genômicos foi uma preocupação nossa desde o começo.
Nós temos acompanhado casos de sequenciamento em outros projetos fora do Brasil, nos quais outras empresas venderam dados biológicos ou mesmo os entregaram para o FBI e, desde então, muitas empresas do ecossistema que realizam sequenciamento no mundo todo se voltaram para a questão da privacidade do cidadão comum.
Deste modo, nós idealizamos, no Brasil, uma campanha que desde a concepção evita esse problema e, ao mesmo tempo, cria um precedente histórico no Brasil e na América do Sul tanto para o mapeamento genético populacional quanto para a questão do armazenamento de dados biológicos pessoais sensíveis na blockchain. O genoma de uma pessoa deveria, e por nós será, mantido, completamente sob o controle da pessoa que é dona da informação genética.”
Por meio da declaração prestada por Eich, nota-se que não foi um encontro eventual entre biomedicina e blockchain, mas uma união já planejada entre as duas esferas para estabelecer a segurança das informações genéticas prestadas.
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