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Wall Street Journal diz que NFTs estão em ‘colapso’, mas dados desmentem

Em um artigo publicado na terça-feira (4), o The Wall Street Journal afirmou que o mercado de NFTs está “em colapso”.

Segundo o artigo, um levantamento feito pelo jornal mostrou que as vendas diárias dos colecionáveis digitais baseados em blockchain caíram mais de 92% desde seu pico em setembro. Além disso, o número de carteiras ativas negociando NFTs também teria despencado em um percentual semelhante.

Contudo, dados mais completos e abrangentes indicam justamente o oposto

NFTs em queda?

Em seu artigo ao WSJ, Paul Vigna usa dados do relatório mais recente da plataforma NonFungible.com. No entanto, conforme apontou Timothy Craig em um artigo opinativo, o relatório teve como base um escopo limitado de dados. 

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Segundo Vigna, seus dados abrangem transações envolvendo NFTs ERC-721 da rede Ethereum, NFTs na cadeia Ronin usadas no jogo Axie Infinity e NFTs no blockchain Flow. Isso, para Craig, é insuficiente para analisar o panorama geral:

“Dado o alto número de NFTs Ethereum que agora usam contratos aprimorados, como ERC-1155 e ERC-721A, a amostra do NonFungible se inclina para NFTs mais antigas”, afirma Craig.

Segundo o crítico do artigo do WSJ, o levantamento exclui muitas coleções mais recentes, como, por exemplo, a Azuki, que atualmente é a sexta coleção NFT mais negociada de todos os tempos. Isso porque a coleção usa um contrato ERC-721A. 

Além disso, Craig aponta que as duas sidechains do Ethereum incluídas no relatório da NonFungible, Ronin e Flow, tiveram um péssimo trimestre.

A Ronin viu sua base de jogadores diminuir drasticamente após ser alvo de um hack de US$ 620 milhões. Enquanto isso, a rede Flow viu seu maior produto de NFTs, o NBA Top Shot, despencar nos últimos meses.

NFTs de outras blockchain ignorados

Ainda, Craig observa que, “por alguma razão”, os dados da NonFungible não consideram NFTs baseados em outras blockchains, como Solana e Polygon.

De acordo com dados da CryptoSlam, a rede Solana processou mais de US$ 11 milhões em volume de negociação. Já a Polygon, por sua vez, facilitou mais de US$ 1,4 milhão em negociações NFT no período. 

“Ao excluir a segunda e a terceira cadeias mais ativas para negociação de NFT, os dados do NonFungible não representam com precisão todo o setor. As alegações de que os dados indicam um mercado de NFT em declínio são, na melhor das hipóteses, enganosas”, enfatiza Craig.

Outros levantamentos indicam alta dos NFTs

Dados do relatório mais recente do Dapp Radar também indicam que Vigna está errado. De acordo com o levantamento, o número de negociações envolvendo NFTs atingiu um recorde histórico no primeiro trimestre do ano.

Ao todo, mais de 116 milhões de transações em dapps e marketplaces NFT em todas as blockchains foram registradas. Trata-se de um aumento de 22% em relação ao quarto trimestre de 2021.

Outro exemplo de que o mercado de NFT continua aquecido é o caso recente da maior venda de NFTs da história pela Yuga Labs, responsável pela coleção de NFTs Bored Ape Yacht Club.

Na última semana, a Yuga Labs vendeu mais de 55.000 terrenos para seu próximo jogo de metaverso. Dessa forma, arrecadou mais de US$ 310 milhões em vendas iniciais. Menos de uma semana desde o lançamento, a coleção ultrapassou US$ 700 milhões em volume de negócios, conforme aponta Craig.

“Vigna afirma que o mercado está perdendo o interesse pelas NFTs. Mas a verdade é que ele não sabe onde procurar. Para quem acompanha o espaço diariamente, a mania NFT continua forte”, afirma o crítico.

Por fim, Craig afirma que os NFTs podem até sofrer um declínio no futuro em resposta à incerteza econômica. Mas, por enquanto, ao contrário do que o The Wall Street Journal sugere, o mercado de NFT está crescendo.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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