Economia

Vítimas de pirâmides financeiras tendem a cair novamente em golpes, diz CVM

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou na quinta-feira (11), um relatório da pesquisa sobre a tomada de decisão de investidores em investimentos irregulares. A autarquia observou, entre outras coisas, que as vítimas das chamadas pirâmides financeiras tendem a cair novamente em esquemas irregulares.

De acordo com a CVM, o objetivo do relatório foi analisar o efeito da percepção de risco na tomada de decisão em investimentos que possuem características semelhantes a pirâmides financeiras.

A CVM desenvolveu o referido trabalho em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) no âmbito do convênio firmado entre as instituições. Além disso, o estudo contou com a colaboração e a supervisão da Gerência de Educação e Inclusão Financeira (GEIF) da Superintendência de Orientação a Investidores (SOI) da CVM.

“Este estudo traz dados importantes sobre o comportamento do investidor, que irão auxiliar a CVM no desenvolvimento de estratégias e ações com foco em educação financeira e na proteção ao investidor”, destacou Paulo Portinho, Gerente de Educação e Inclusão Financeira da CVM.

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Vítimas de pirâmides caem novamente em golpes

Conforme relatou a CVM, o estudo testou 12 hipóteses de pesquisa relacionadas à propensão de investir ou convidar novos investidores.

Dentre os principais resultados encontrados, a CVM descobriu que o risco é apenas responsável por uma mudança no comportamento das manipulações de investimento regular. No entanto, não é responsável pela mudança no comportamento de investimentos irregulares.

Além disso, o estudo indicou que indivíduos que já foram vítimas de pirâmides financeiras são mais propensos a investirem novamente em esquemas irregulares e de alto risco, do que aqueles que não foram vítimas.

De acordo com os pesquisadores da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EBAPE), Matheus Moura e Ricardo Lopes Cardoso, uma possível explicação para essa inclinação se trata de uma determinada predisposição das vítimas em investir em esquemas de alto risco.

Outro ponto que a pesquisa revelou é que essas mesmas vítimas também demonstraram maior inclinação a convidar novos investidores a participarem destes esquemas fraudulentos, percebidos como de alto risco.

Para o inspetor Philip Silberman, da Gerência de Educação e Inclusão Financeira da CVM, a propensão a aceitar esquemas fraudulentos também pode estar relacionada à falta de conhecimento do funcionamento do mercado financeiro, bem como de parâmetros econômicos básicos.

“Este desconhecimento torna o investidor propenso a acreditar em retornos irreais uma vez que lhe faltam ferramentas de comparação que ajudem seu julgamento. A solução de tal situação apenas pode ser atingida com a educação financeira maciça da população”, destaca Silberman.

Participação do cidadão

De acordo com a CVM, a participação de investidores foi fundamental para a realização do estudo. Entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023, a CVM convidou cidadãos cadastrados em sua base de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) para participarem do experimento. Ao todo, a autarquia recebeu 1.377 respostas válidas.

No estudo, os participantes se depararam com investimentos fictícios. Então, responderam sobre a propensão a investir na oportunidade apresentada, bem como a quantidade de novos investidores que estariam dispostos a trazer para investimento.

Dois dos investimentos apresentados possuíam algumas características de pirâmides financeiras. O objetivo era observar se os participantes alocados nessa manipulação teriam comportamento diferente daqueles direcionados a investimento sem essa característica.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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