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Vitalik Buterin: Objetivo de cripto não é jogar com figuras de macacos de milhões de dólares

Em 2021, a Revista TIME elegeu Vitalik Buterin, fundador do Ethereum, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Agora, ele foi capa de uma das edições da revista que o chamou de “príncipe das criptomoedas”.

Em uma longa e detalhada matéria, a revista conta a trajetória de Buterin desde antes da criação da rede que hospeda a segunda maior criptomoeda em valor de mercado, a Ether, até os dias atuais.

A publicação define Buterin como “ironicamente engraçado e quase totalmente desprovido de pretensão ou ego”; um “pensador de tudo, fluente em disciplinas que vão da teoria sociológica ao cálculo avançado e à história do imposto territorial”.

A reportagem também destaca as preocupações de Buterin com o futuro do Ethereum e das criptomoedas em geral.

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Preocupação com mal uso das criptomoedas

Para o programador de 28 anos, a tecnologia cripto deve ser usada com fins de experimentação sociopolítica. Isso inclui sistemas de votação mais justos, planejamento urbano, renda básica universal e projetos de obras públicas.

Além disso, ele vê as criptomoedas como uma forma de libertação dos governos autoritários e do domínio do Vale do Silício.

Contudo, em vez disso, os ativos digitais vêm sendo usados para especulação, lavagem de dinheiro, evasão fiscal, golpes e demonstração de riqueza.

“O perigo é que você tem esses macacos de US$ 3 milhões e isso se torna um tipo diferente de jogo”, disse ele referindo-se à coleção de NFTs Bored Ape Yacht Club. “Definitivamente, há muitas pessoas que estão apenas comprando iates e Lambos [Lamborghinis].”

Buterin reconhece que sua visão para o Ethereum corre o risco de ser superada pela ganância. Assim, precisou abandonar a neutralidade e ser mais arriscado em suas falas:

“Se não exercitarmos nossa voz, as únicas coisas que são construídas são as que são imediatamente lucrativas. E essas estão muitas vezes longe do que é realmente o melhor para o mundo.”

Uso de criptomoedas na guerra

Já que propositalmente não tem a capacidade de impedir que o Ethereum se desvie do curso – pois a plataforma é descentralizada – Buterin se limita a fazer publicações em seu blog, participar de conferência, dar entrevistas e conduzir pesquisas:

“Eu tenho gritado muito, e às vezes esse grito parece uivar contra o vento”, diz ele.

Recentemente, Buterin se pronunciou publicamente sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, região onde nasceu. Ele condenou os ataques de Vladimir Putin e disse que o ato era um “crime contra o povo ucraniano e russo”. Além disso, se juntou à onda global e doou milhares de dólares em ajuda à Ucrânia. 

Apesar do impacto terrível da guerra, ele ponderou sobre um aspecto “positivo”:

“Um aspecto positivo da situação nas últimas três semanas é que isso lembrou a muitas pessoas no espaço cripto que, em última análise, o objetivo do espaço cripto não é jogar jogos com figuras de macacos de milhões de dólares, é fazer coisas que realizam efeitos significativos no mundo real”, escreveu Buterin em um e-mail para a TIME em 14 de março.

Buterin disse ainda que prefere que o Ethereum ofenda algumas pessoas do que se transforme em algo que não significa nada.

Futuro das criptomoedas

Por fim, sobre o futuro das criptomoedas, Buterin teme que governos ditatoriais usem cripto. Para ele, o pior cenário é que a tecnologia blockchain acabe se concentrando nas mãos de governos ditatoriais. Por isso, defende fortemente a descentralização das criptomoedas desde já.

De acordo com Buterin, a tecnologia cripto é o equalizador mais poderoso contra a vigilância implantada por governos e empresas.

“Eu adoraria ter um ecossistema que tivesse muitos loucos bons e loucos ruins. A loucura ruim é quando há apenas enormes quantias de dinheiro sendo drenadas e tudo o que está fazendo é subsidiar a indústria de hackers. Loucura boa é quando há trabalho de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento e bens públicos saindo do outro lado. Então tem essa batalha. E temos que ser intencionais e garantir que mais coisas certas aconteçam.”

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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