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Nesta segunda-feira (29), a gigante de pagamentos Visa anunciou sua primeira transação em USDC, stablecoin lastreada em dólar.
O processo de liquidação ocorreu na rede Ethereum e contou com a parceria da Crypto.com, empresa com foco em criptomoedas.
Segundo a Visa, o objetivo é ampliar a capacidade de atender operações com USDC ainda este ano.
Atualmente, a Visa processa transações envolvendo criptomoedas e moedas fiduciárias liquidando as primeiras. Ou seja, o valor em criptomoedas enviado é convertido para moeda fiduciária.
Tal processo gera taxas de conversão e, para evitar que isso aconteça, foi firmada uma parceria com a Crypto.com. Por meio da parceria, os valores serão convertidos na stablecoin USDC.
Desta forma, os valores entre clientes que optem por usar criptomoedas podem ser transacionados diretamente em USDC. Esse modelo é, especialmente, vantajoso para empresas cujo modelo de negócio se baseia em criptomoedas.
A rede já conta com 35 plataformas parceiras de criptomoedas, incluindo Coinbase, Crypto.com, BlockFi e Bitpanda.
Ao descobrir que parte dos parceiros já utilizavam USDC para pagamentos de funcionários e fornecedores, Cuy Sheffield, chefe de criptomoeda da Visa, compreendeu a necessidade da implementação.
Sheffield conta que foi um “ajuste natural” adotar a stablecoin.
Para o processo interno, a Visa optou pelo apoio do Anchorage, primeiro banco de criptoativos fretado pelo governo federal.
A escolha não ocorreu por acaso. A empresa está atenta às discussões de moedas digitais dos bancos centrais (CBDCs).
O interesse por trás do projeto piloto é alinhar estratégias no mercado de criptomoedas antes da aprovação das CBDCs.
Segundo a pesquisa do Banco de Compensações Internacionais (BIS), cerca de 80% dos bancos centrais estão envolvidos em assuntos e planejamentos de criptomoedas próprias.
Neste contexto, Sheffield diz que o caminho mais fácil para viabilizar o uso de CBDCs é permitir que as carteiras digitais emitam credenciais Visa a seus clientes:
“À medida que nos envolvemos com bancos centrais em todo o mundo, pensamos que é realmente importante que as CBDCs sejam integradas ao ecossistema de pagamento.”
De acordo com o chefe de criptomoedas da Visa, essa estratégia possibilitaria a movimentação de fundos de mais de 70 milhões de clientes na rede de pagamento.
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