Urbit confunde entusiastas de criptomoedas porque, primeiro, não é uma criptomoeda. Segundo, porque tampouco é um aplicativo ou programa.
“Se endereços de IP fossem negociáveis P2P como bitcoin, eles seriam Urbits” – Balaji Srinivasan
Urbit se assemelha muito mais a Linux e Windows (e ao Bitcoin) do que a Amazon e Google.
Trata-se de uma alternativa à computação em nuvem como a conhecemos.
A ideia é que você possa fazer login de qualquer lugar ou aparelho do mundo – materializando, aí, seu sistema operacional, junto com seu legado digital completo: comunidades, conversas, conexões; dados biométricos e história comportamental; num lugar seguro, privado e desenhado para durar.
Isto é Urbit: um computador simples, durável, que pertence 100% a você, para sempre.
Urbit e Bitcoin convergem na noção de que o Virtual está subsumindo o Real. As “alavancas de controle” da sua vida não são mais encarnadas no meio físico, mas no digital. Por exemplo: do que você tem mais medo – um batedor de carteiras na rua ou um hacker capaz de se apossar das suas contas online?
Se o Bitcoin é “ouro digital”, Urbit é “terra digital”.
Ambos se fundamentam em um conceito de propriedade inviolável. Mas um se preocupa com dinheiro; o outro, com a sua casa. Esqueça aqui o dinheiro de papel, ou as casas de concreto – estamos falando de valor virtualizado, e habitats idem.
Na essência, o projeto se resume a 2 coisas: um sistema operacional e uma infraestrutura de chaves públicas. Essas infraestrutura de chaves é o que determina a quem pertence qual endereço na rede – mais ou menos como o DNS denota quem é dono de qual domínio na web.
Cada endereço é como uma chave civilizacional: pense nele como o ingresso para um clube secreto, ou um tíquete para sua vida digital.
O espaço ocupável por endereços (chamemo-nos de Urbits) é finito. Eles se distribuem de forma ramificada.
Em Urbit, existem 256 galáxias, 65K estrelas e ~4B planetas. Cada um destes é um tipo de endereço (a escala é logarítmica), um tipo de Urbit.
Urbit não tem mecanismo de mineração, porque não precisa.
Os endereços foram adquiridos por investidores e colaboradores em eventos distintos – em 2013, 2016 e 2017.
A distribuição de Urbit não é justa. Nenhuma distribuição é.
Propriedade é sempre uma forma de anistia. Como dizer: “o que quer que tenha havido no passado, a partir de agora, é assim que será“. Quando concordamos que o que as pessoas têm é de fato delas, não importa como tenham obtido, significa que chegamos a uma fórmula para a paz (não confunda paz com justiça). Quando dizemos que “todos deveriam ter o que merecem“, não podemos esperar que todos concordem – o que significa que plantamos sementes permanentes de discórdia.
Urbit é uma cripto-rede que atrai gente estranha. Talvez por isso, muitos dos que se lembram do começo do Bitcoin simpatizam com ela.
A dificuldade de explicar, a aura de mistério, o fundador que se foi… será que, assim como o Bitcoin, Urbit é um fenômeno de longo prazo, recém saindo do berço?
Você pode muito bem “pagar pra ver”, acumulando alguns Urbits.
No relatório completo da Paradigma Education sobre Urbit, você encontra 5 jeitos de ganhar ou adquirir os seus. Tem os mais fáceis e os mais difíceis. Tem um, até, que não requer desembolsar um tostão, e pode te render uma estrela: um tipo de Urbit que vale, hoje, algo entre 2 e 4 mil dólares.
Dá muito bem pra colocar alguns Urbits num HD, jogá-lo em um cofre e voltar para ver o que aconteceu dali a 5 ou 10 anos.
Quando plugá-lo de novo a um computador, o sistema operacional fará upgrade para a última versão automaticamente, over-the-air – se houver ao menos um Urbit com o qual você possa se conectar. Talvez, ainda por cima, o valor dos seus Urbits tenha passado por um upgrade também.
? Para ler o relatório completo (paywall): CLIQUE AQUI ?
Aviso: O texto apresentado nesta coluna não reflete necessariamente a opinião do CriptoFácil
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