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Única transação movimenta US$1 bilhão em Bitcoin com taxa de apenas US$700

O dia 06 de setembro de 2019 já pode se tornar mais uma data histórica para o Bitcoin. Na última sexta-feira, uma transação mexeu com a comunidade por causa da sua magnitude.

Em uma só operação, foram movidos cerca de 94 mil Bitcoins de uma carteira para outra. A quantia é equivalente a impressionantes U$1 bilhão, no momento da escrita. Para título de comparação, o detentor desta carteira tornou-se o investidor em criptoativos mais rico do mundo, ocupando o 6º lugar entre as carteiras mais valiosas (as cinco primeiras são carteiras pertencentes a exchanges).

A transação logo foi alvo das mais diversas apostas e especulações. Quem seria o dono desta carteira? Qual o objetivo de uma transação com valores tão altos? E quais os riscos de utilizar a rede do Bitcoin para mover um valor tão elevado?

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Detalhes da transação

Ao analisar a transação em si, podemos identificar alguns detalhes interessantes. Primeiro, a operação consistiu de um conjunto de transações da rede Legacy do Bitcoin movidas em direção a um endereço SegWit (a diferença entre endereços Legacy e SegWit está no começo; Legacy começam com o número 1 e SegWit com o número 3).

O mais importante, porém, não foi o alto valor transacionado, mas sim os custos dessa transação: cerca de US$700. O valor pode parecer extremamente alto para a maioria de nós – afinal, não é todo mundo que tem um bilhão de dólares na carteira. Mas em comparação ao total, as taxas representam irrisórios 0,00007% do valor da transação (em dólares).

Por fim, o terceiro aspecto relevante desta transação é o tempo. O usuário conseguiu mover seus Bitcoins em menos de 20 minutos. Para ser mais exato, a transação “demorou” 17 minutos para ser incluída no bloco e, com isso, efetivada.

A importância do Bitcoin

Pelo fato de não se ter certeza da origem dessa transação (ocorreram especulações de que essa carteira pertenceria à startup Bakkt, cujo serviço de custódia de Bitcoin foi aberto no mesmo dia 06, mas nada foi confirmado), só restam especulações até o momento. Mesmo assim, a transação colocou à prova, como nenhuma outra, o grande poder do Bitcoin.

Façamos um exercício de imaginação. Suponhamos que um cidadão que possui investimentos em um país que passa por crises constantes ou cujo governo não seja confiável (como Argentina, Venezuela e até mesmo o Brasil) está receoso de perder o seu capital e resolve retirar seu dinheiro desse país.

Caso ele faça essa retirada por meio do sistema financeiro tradicional, provavelmente enfrentará uma série de burocracias, além de pagar altos impostos que vão corroer boa parte do seu capital. Por fim, existe o fator tempo: uma transação de fundos dessa magnitude dificilmente levará menos do que alguns dias. Em outras palavras, o investidor perderá dinheiro e tempo para retirar o seu próprio capital, que é seu por direito.

Com o Bitcoin, no entanto, essas perdas são praticamente inexistentes. As taxas são absolutamente irrisórias, uma transação pode ser feita em menos de 20 minutos e qualquer valor (de alguns trocados até uma fortuna milionária) pode ser guardado em uma simples carteira no bolso do dono.

O poder do Bitcoin não é o de enriquecer alguém com facilidade, e sim permitir que a riqueza já existente seja movida com facilidade. O Bitcoin é um bote salva-vidas. Na última sexta-feira, sua capacidade de levar riquezas em segurança foi testada como nunca antes, e, como sempre, o teste foi um sucesso.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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