“Todo mundo ganha com day trade, menos o trader”, diz veterana

No ano de 2020, a Bolsa de Valores nacional viu disparar o número de investidores pessoas físicas. No período, o Brasil ultrapassou a marca de 3 milhões de investidores individuais aplicando na B3.

Com esse aumento, a atividade de day trade (compra e venda diária de ações) virou uma das tendências mais fortes entre os investidores iniciantes.

Atraídos pela promessa de dinheiro rápido e fácil com day trade por vendedores de cursos e influenciadores digitais, esses novatos terminam, na maioria das vezes, perdendo seu capital e desistindo da atividade.

Day trade é lucrativo?

De acordo com a fundadora da casa de análises Spiti, Luciana Seabra, o aumento do número de investidores na bolsa é algo a ser comemorado.

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No entanto, a abordagem sobre essa atividade que vem sendo replicada por investidores de primeira viagem é preocupante:

“O que me preocupa é quem investe na bolsa e só olha para o curto prazo. Alguns anúncios hoje em dia estão prometendo, através da prática do day trade, a conquista de bens, como carro e casa de luxo, em pouquíssimo tempo. Isso não existe. E pode nos fazer perder uma janela importante”, afirmou em entrevista ao CNN Brasil Business.

Conforme explicou Seabra, essa ilusão de dinheiro fácil culmina com um “trauma” quando a promessa não se concretiza. E isso pode afastar esses novos investidores da bolsa de forma permanente.

Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que analisou aproximadamente 100 mil pessoas que começaram a fazer day trade entre 2013 e 2016 reforça a fala da gestora.

O levantamento revelou que mais de 99% dos investidores da modalidade day trade desistem após não obter lucros. 

Além disso, dos quase 100 mil, apenas 127 conseguira lucrar acima de R$ 100 por mais de 300 sessões.

Para a gestora, isso comprova que só os próprios investidores não conseguem lucrar com day trade:

“Todo mundo ganha dinheiro com o day trade, menos o investidor. Os vendedores dos cursos milagrosos ganham, as plataformas de marketing digital também e as corretoras, idem. Para combater isso precisamos continuar investindo em educação. Mas utilizando as mesmas armas dos influenciadores.”

Mercado tradicional precisa falar língua dos iniciantes

Por outro lado, ela observou que o mercado tradicional tem algo a aprender com os influenciadores digitais.

Segundo ela, é preciso haver um esforço por parte das gestoras tradicionais para falar a mesma língua dos iniciantes. 

Ou seja, usar uma linguagem simples para introduzir conceitos de mercado a esse público.

“Já passou da hora de o mercado respeitar esse trabalho realizado na internet. Foram estes influenciadores que conseguiram fazer com que as pessoas físicas olhassem para o mercado financeiro, através de conversas simples e diretas. Podemos aprender algo com este modelo.”

Documentário da gestora traz análise crítica do day trade

Para abordar o tema que assusta os gestores e atrai cada vez mais investidores individuais, a Spiti lançou na última segunda-feira (15) um documentário chamado Money Dopers.

A produção da Bicho+TILT tece uma abordagem crítica ao day trade a partir da história de um personagem que vive o sonho dos ganhos rápidos e volumosos com a atividade, enquanto especialistas alertam para os riscos.

Além disso, no documentário, há depoimentos de investidores que perderam dinheiro com a modalidade.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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