Telegram mira arrecadar US$2 bilhões em sua oferta inicial de moeda

Os objetivos da oferta inicial de moeda (ICO, na sigla em inglês) do aplicativo de mensagens Telegram não são nada modestos. Mesmo com apenas quatro meses desde o lançamento da oferta, a companhia planeja arrecadar cifras próximas dos US$2 bilhões.

Motivos para otimismo não faltam. Mesmo sem ter um produto lançado, apenas nos últimos dois meses, a ICO da empresa já levantou US$850 milhões por meio de dois fundos de venture capital da região do Vale do Silício, Califórnia, EUA. O objetivo é levantar mais US$850 milhões em uma segunda rodada de investimentos, e o mesmo valor em uma terceira, conforme descrito no whitepaper do projeto.

Com os fundos planejados, caso sejam levantados integralmente, o Telegram passaria da cifra dos US$2 bilhões em sua ICO. Isso o colocaria, de longe, na liderança entre os projetos que mais levantaram recursos na história, superando em mais de 10 vezes o valor levantado pela Tezos, em 2016.

TON

Os recursos serão destinados a um ambicioso projeto que visa unir as funcionalidades de moedas digitais como Bitcoin e Ethereum. Segundo o whitepaper, os fundos serão destinados para a criação de uma nova rede, a Rede Aberta Telegram (do inglês, Telegram Open Network, TON) e também para a criação da criptomoeda que será utilizada na rede.

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Riscos de regulamentação

Os planos grandiosos da ICO, no entanto, surgem em um contexto pouco favorável, quando as autoridades financeiras em todo o mundo vêm agredindo algumas ICOs, as quais tiveram um crescimento exponencial durante o ano passado.

A principal preocupação dos reguladores se dá com a grande quantidade de projetos criados, muitos dos quais como uma forma inovadora para levantar milhões e milhões de dólares em curtos períodos de tempo, mas sem oferecer nenhum produto ou inovação relevante.

Desde o início do ano, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) tem emitido intimações e exigindo informações sobre ICOs que possam ter violado a lei. O problema é que a forma de aplicar as leis existentes, nesses casos, ainda não é clara. Apesar disso, empresas como a Telegram ainda estão procedendo com suas ofertas.

Ceticismo

Grandes empresas de venture capital participaram da ICO, incluindo Benchmark, Sequoia e Kleiner Perkins. Dito isto, muitos dos capitalistas de risco que investiram em outras ICOs no espaço criptográfico até agora eliminaram: empresas como Union Square Ventures, Andreessen Horowitz, Greylock e Polychain Capital, segundo o New York Times, jornal norte-americano.

A principal razão para a fuga dessas empresas da ICO é que não há, no momento, nem um protótipo para o projeto – apenas o whitepaper, que descreve a forma que o Telegram pretende que o projeto se pareça no futuro. A equipe da empresa prometeu lançar o software no final deste ano ou no início do próximo ano.

Depois dos inúmeros casos de golpes no passado, os investidores passaram a ser mais cautelosos e menos confiantes em projetos que não possuem nada lançado.

“Não consigo, em 132 páginas, ter a menor intuição sobre como provar que os problemas que precisam ser resolvidos pelo projeto serão, de fato, resolvidos”, aponta Charles Noyes, analista da Pantera Capital, sobre o projeto Telegram.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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