Supostas pirâmides do RJ movimentaram R$ 40 bilhões em 6 anos; saiba como evitar golpe

A Polícia Federal está investigando um grupo de empresas apontadas como pirâmides financeiras na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Além da GAS Consultoria Bitcoin, alvo da Operação Kryptos deflagrada na quarta-feira (25), outras nove empresas são objeto de investigação da PF.

De acordo com uma fonte da Polícia Federal, as supostas pirâmides de criptomoedas movimentaram cerca de R$ 40 bilhões nos últimos 6 anos.

Além disso, uma parte considerável desse volume, mais de R$ 15 bilhões, foram movimentados nos últimos 12 meses. Apenas o líder da GAS, Glaidson Acácio dos Santos, teria movimentado cerca de R$ 2 bilhões em suas contas bancárias.

Como funcionam as supostas pirâmides

A promessa, em geral, é de altos rendimentos com supostas aplicações em Bitcoin e outros criptoativos. 

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Contudo, na prática, muitas das empresas sequer investem nas criptomoedas, usando esses ativos apenas como chamariz para atrair vítimas com pouco conhecimento deste mercado.

Os clientes também são estimulados a atrair mais investidores para o negócio, algo característico dos esquemas de pirâmide.

Assim, o dinheiro dos novos clientes vai sendo usado para remunerar as pessoas em níveis acima da pirâmide até que, em determinado momento, o “negócio” insustentável desmorona.

Como resultado, a empresa fecha as portas, os donos desaparecem e os clientes ficam no prejuízo. Foi o que aconteceu recentemente com uma das empresas da Região dos Lagos investigada pela PF.

Conforme noticiado pelo CriptoFácil, em julho deste ano a empresa Black Warrior (BW), que se apresentava como uma corretora financeira com aplicações em Bitcoin, encerrou suas atividades.

Consequentemente, diversos investidores ficaram no prejuízo e começaram a denunciar a empresa por golpe em Cabo Frio.

O que diz a CVM sobre as pirâmides

De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as pirâmides são esquemas irregulares para captação de recursos da população. Nesses esquemas, os lucros são pagos com os aportes de novos participantes, que pagam para aderir à estrutura.

“A adesão de novos membros expande a base da pirâmide. Mas essa expansão é insustentável e, inevitavelmente, não será suficiente para pagar todos os compromissos. Atrasos nos pagamentos levarão ao desmoronamento do esquema, gerando prejuízos especialmente para os novos aderentes”, diz a autarquia.

A CVM ainda destaca que, em geral, as pirâmides financeiras não são de competência da autarquia. No entanto, configuram crimes contra a economia popular. Por isso, são comunicados pela entidade ao Ministério Público.

No Brasil, este é um dos principais tipos de golpes financeiros. Segundo um levantamento recente, 14% das vítimas de fraudes no Brasil foram enganadas por pirâmides financeiras.

Dicas para reconhecer pirâmides financeiras

Para reconhecer potenciais esquemas de pirâmides financeiras, é importante estar atento a alguns elementos característicos:

  • Ênfase no recrutamento: quando o negócio é focado na captação de novos membros ou quando promete rendimentos para recrutar mais participantes;
  • Ausência de um produto genuíno: quando o produto/serviço vendido é pouco claro, confuso ou difícil de avaliar.
  • Produtos tecnológicos: criptomoedas, day trade e mineração, por exemplo, podem atrair e enganar pessoas que não dominam o assunto;
  • Promessa de lucro alto e fácil em pouco tempo: alta rentabilidade em pouco tempo, em geral, quer dizer que o dinheiro virá do recrutamento e não de venda;
  • Ausência de renda comprovada: quando não há documentos que comprovem a atuação legal do negócio;
  • Estrutura de comissão confusa: as pirâmides, geralmente, possuem sistemas de remuneração complexos ou atrelados a indicação.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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