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Suíça debate sobre criptomoedas e aplicação de KYC em empresas

No dia 04 de março, foi realizado na cidade de Lausanne, na Suíça, o evento “Crypto KYC/AML: Encontrando o Equilíbrio entre Eficiência e Compliance”. Como o próprio nome já sugere, foram discutidas questões a fim de encontrar um equilíbrio entre os crescentes requerimentos de compliance e a eficiência dos negócios envolvendo criptoativos.

Além disso, foi levada em consideração a recente iniciativa do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), que implica em políticas mais rígidas sobre lavagem de dinheiro nos meios tecnológicos.

Dentre os participantes do evento estava Yulgan Lira, CEO da Colb Blockchain Experts, que contou ao CriptoFácil como foi o debate no evento.

Atenção ao GAFI

Lira contou ao CriptoFácil como se deu o evento no geral:

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“O evento se baseou nos impactos das novas regulamentações do GAFI no mundo do blockchain, sobretudo para os virtual assets service providers (VASP). Apesar das normas não serem, a priori, obrigatórias, os Estados estão se movimentando para aplicar os parâmetros como direito nacional. O evento se baseou no debate sobre a correta balança entre permitir os negócios do setor de criptoativos e regular para diminuir as chances de crimes cometidos com criptomoedas.”

Ele divide ainda que muito se dividiu sobre soluções para atingir o equilíbrio discutido no evento. Aos olhos de Lira, algumas soluções foram interessantes:

“O aprofundamento de tecnologia de KYC para identificar a carteira do cliente e saber se o Bitcoin vem ou vai para alguma carteira marcada em blacklist. Estão indo além do simples conhecimento sobre o cliente.

Lira ressalta um ponto importante, mas que ainda é um problema:

Outro debate importante é sobre o direito ao esquecimento, em que as informações devem ser retidas até um certo tempo e, posteriormente, apagadas. Mas algumas aplicações que usam estão enfrentando problemas para apagar os dados que já foram inclusos no blockchain.”

Desta forma, nota-se que há uma preocupação geral em atender as regras governamentais sobre compliance, a fim de tornar os negócios envolvendo criptomoedas “legais” aos olhos do Estado.

Carência de regulamentação

O CEO da Colb Blockchain Experts aponta para a constante analogia com o mundo dos bancos, sem um interesse em entender a esfera de blockchain:

“Praticamente, as empresas de criptomoedas estão tendo que se adequar, cada vez mais, a normas do sistema financeiro tradicional, como bancos. Pessoalmente, acredito que deve haver um esforço para entender melhor o mundo do blockchain e, com isso, apresentar regulações mais condizentes com a nova realidade distribuída. O mercado é muito novo, apenas 10 anos, as empresas de criptoativos não lidam com o volume de transação e de risco de bancos, portanto, a regulação deve necessariamente considerar a realidade presente dessas empresas.”

As empresas participantes do evento, com base no que foi exposto por Lira, parecem apresentar uma grande preocupação em seguir diretrizes governamentais. Contudo, igualmente há uma preocupação em tornar os negócios eficientes, algo difícil de executar quando se está seguindo diversos requerimentos que tornam moroso todo o fluxo de uma empresa.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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