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Startup argentina vende terreno virtual por US$120 mil

Recentemente, uma startup argentina trouxe uma proposta totalmente inusitada: usar dinheiro real para compra de imóveis virtuais (ou seja, que nunca poderão ser habitados por uma pessoa). Um terreno virtual de 100 m² pode valer mais de US$120 mil e promete uma gestão compartilhada e construída coletivamente.

Para muitos economistas e cientistas políticos, a tendência da sociedade é caminhar para uma economia descentralizada num processo conhecido como uberização, no qual os ativos deixam de ser de propriedade individual e passam a ser compartilhados. O foco na propriedade privada é a motivação da equipe da Decentraland (DCL), uma plataforma virtual criada na blockchain do Ethereum e que é uma mistura de jogo, secondlife e facebook, mas com gestão em blockchain, tokens ERC20 e ERC721.

Aqui os usuários podem “criar”, “experimentar” e “monetizar conteúdo e aplicativos”. Neste universo, o “mundo” (ou land) é totalmente controlado pelos usuários e cada terreno pertencente a um usuário é denotado por um conjunto de coordenadas cartesianas (x, y). Você pode conferir o mapa.

No ano passado, ocorreu um leilão público das primeiras unidades virtuais da terra e incluiu 45 mil parcelas individuais. Cada um deles tinha um preço de 1000 MANA (o token nativo da plataforma), que valia em torno de US$100. Até 35 mil encomendas foram compradas com um preço médio de US$300, ou 3000 MANA. Cerca de 161.483.050 tokens MANA foram gastos no total, o que significa algo em torno de US$28 milhões. Interessante notar que todos os tokens utilizados durante esta compra inicial, ao invés de irem para os fundadores, foram destruídos para reforçar a natureza descentralizada do projeto.

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As terras em Decentraland são divididas em quatro categorias:

  • Terrenos privados – comprados no leilão, com um adicional de 12 mil parcelas que serão vendidos no segundo leilão em 2018;
  • Distritos que foram dados a diferentes projetos antes mesmo do início do leilão. O distrito chamado Universidade oferecerá cursos educacionais, enquanto Vegas City será usado para entretenimento e cassinos;
  • Terras comunitárias que deve ser usada para parques e projetos similares;
  • Estradas que permitirão viajar, realizar descobertas de conteúdos, experiências diferentes e similares.

O tamanho deste universo já é considerável neste momento, mas ainda vai precisar de muita expansão, uma vez que espera atrair bastante gente. O processo de criação de novas terras, assim como a taxa de crescimento, ainda serão determinados. No entanto, o cenário mais provável simplesmente repetirá o evento do leilão. Todos os tokens MANA reunidos serão, mais uma vez, serão queimados, o que reduzirá seu suprimento. Isso é crucial para entender adequadamente a economia do DCL.

Este pode ser um dos aplicativos que redefinirá completamente o uso da blockchain e pode ser a primeira organização autônoma descentralizada que é totalmente funcional. Os contratos inteligentes que serão parte da propriedade do DCL permitirão a construção de novas organizações e isso pode levar a dar direitos de voto aos token e tomar várias decisões como um coletivo. O governo será descentralizado e as decisões serão tomadas de acordo com o feedback da comunidade. Eventualmente, o poder e o próprio projeto serão transmitidos aos próprios usuários.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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