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Série Exchanges Brasileiras – Stratum

Dando continuidade à segunda parte da Série Exchanges Brasileiras, a corretora de criptomoedas entrevistada de hoje é a Stratum.

A exchange surgiu por meio de uma das figuras mais conhecidas do ecossistema de Bitcoin do Brasil: Rocelo Lopes, empresário do setor de mineração de criptomoedas e fundador das empresas CoinBR e CoinPY. E foi o próprio Rocelo que falou ao Criptomoedas Fácil a respeito da criação da exchange, da expansão dos produtos da Stratum e de um dos seus principais diferenciais: a ausência de KYC (know your customer), procedimento que solicita informações de identificação do usuário para registro na plataforma. Confira!

Criptomoedas Fácil: Olá, como surgiu a ideia de montar uma corretora de criptomoedas?

Rocelo Lopes: Em 2013, um cliente que estava em débito com a empresa pediu para quitar o pagamento de seis faturas atrasadas com Bitcoin. Era pegar ou largar, então eu decidi pegar e guardar. Lembro que, três meses depois que recebeu o pagamento, a cotação do bitcoin estava seis vezes maior. Ou seja, acabei ganhando bem mais do que o valor inicial da dívida (risos). Depois de conversar com pessoas do mercado no mundo inteiro, fui para Tóquio conhecer a maior corretora de criptomoeda que existia e bati o martelo: voltaria para o Brasil e iniciaria uma operação de mineração de criptomoedas. Depois de alguns meses de testes, percebeu que deveria montar o nosso datacenter, por conta do custo de energia elétrica e de outros benefícios concedidos pelo governo daquele país.

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Em julho de 2014, a coinPY já tinha as primeiras máquinas minerando no Paraguai. Fomos precursores nesse serviço. Logo percebemos que o mercado tinha uma demanda de pessoas querendo minerar e, devido ao custo de energia elétrica, não conseguiam. Passamos, então, a alugar espaço no datacenter. Hoje, a mineradora conta com mais de seis mil máquinas, de 10 países diferentes, e chega a minerar o equivalente a 20 bitcoins entre mineração de Bitcoin e outras moedas por dia.

Atualmente, a CoinBR se uniu com um fundo de investimentos de Hong Kong e passou a se chamar Stratum/CoinBR. A estratégia lançou a plataforma da exchange e a SmartWallet (carteira virtual da corretora) no mercado internacional e amplia o alcance dos serviços oferecidos atualmente, como compra e venda de Bitcoin e outras moedas digitais, mineração, gerenciamento de carteira eletrônica via aplicativos (iOS e Android), serviço PDV SmartPay e o primeiro caixa eletrônico de Bitcoin da América Latina.

CF: Quem são os fundadores? Qual o histórico profissional deles?
RL: Rocelo Lopes, empresário do segmento de criptografia. Fundador das empresas CoinBR e CoinPY.
CF: Quantos funcionários possuía quando surgiu e quantos funcionários possui agora?
RL: Quando fundei a coinBR éramos 4 e agora somos 32 em todas as empresas.
CF: Atualmente, quais criptomoedas são negociadas na plataforma?
RL: Em nossa plataforma, negociamos Bitcoin (BTC), Bitcoin Cash (BCH), Bitcoin Gold (BTG), Ethereum (ETH), Smartcash (SMART), DASH, DigiByte (DGB), Zcash (ZEC), Zcore (ZCR), e Ripple (XRP).
CF: Existem planos para a inclusão de novas criptomoedas/tokens?
RL: Sim, pretendemos incluir novas moedas em 2019, as quais estamos analisando.
CF: A empresa oferece outros produtos além da negociação de criptomoedas? Quais?

RL: Sim. Além do serviço de mineração, temos outros produtos. Alguns deles são:

SmartWallet – Gerenciamento de carteira eletrônica via aplicativos (iOS e Android), que possibilita desde o simples armazenamento de criptomoedas até pagamentos de boletos, impostos, recarga de celular.

SmartPay –  Avançado sistema de PDV para lojas fisicas e virtuais, que possibilita o lojista a receber em mais de 10 tipos de criptomoedas sem se preocupar com a cotação vigente. O lojista ainda é beneficiado com 1% do valor da transação, sempre pagos em Smartcash, o que funciona como uma espécie de programa de fidelidade.

Bank to crypto  – Criada para facilitar a compra da criptomoeda sem necessidade de cadastro ou ter conta em banco. A ideia é ser o mais simples possível e abrir espaço para aquelas pessoas que estão iniciando como investidor. Para comprar, basta colocar o endereço da sua carteira virtual e e-mail. Na sequência, o comprador recebe uma mensagem com um código para depósito. Então, basta ir no banco, seja na internet ou na agência, depositar qualquer valor que desejar. Na mesma hora, o equivalente em criptomoeda entra na carteira virtual. A plataforma trabalha com valores de R$ 100 a R$ 9.999,99  e permite a compra de Bitcoin, Bitcoin Cash, Ethereum e Smartcash.

Cointrade – Desenvolvida em Florianópolis (SC), é uma plataforma de compra e venda de criptomoedas baseada em livro de ofertas.

Coindex – Outra plataforma descentralizada de negociação em criptomoedas.

CoinPY Datacenter para mineração de criptomoedas, sediada no Paraguai. Disponibilizamos ambiente para aluguel de energia elétrica e internet para usuários que possuem máquinas e precisam de uma estrutura barata. Também vendemos máquinas para os clientes que não sabem por onde começar ou não possuem equipamento próprio.
CF: Em um mercado como o de exchanges, onde a cada semana surge uma empresa com uma “proposta diferenciada”, quais os pontos que diferenciam a Stratum das demais exchanges?
RL: A grande vantagem que vejo é a de não ter KYC. Outra vantagem que temos é usar uma plataforma com desenvolvimento próprio, sem o auxílio de terceiros, e ter uma ferramenta desenvolvida internamente que conecta Cripto com sistema bancário de forma automatizada.
CF: A Stratum possui uma plataforma que permite a compra de criptomoedas sem a necessidade de KYC. Quais são as vantagens e riscos de utilizar essa plataforma?
RL: Não ter KYC traz a vantagem de não ter os dados expostos em um mercado muito sensível. Ela também proporciona agilidade na criação e usabilidade da plataforma. Quanto aos riscos, o maior deles é o usuário que criou a conta perder acesso ao e-mail utilizado na plataforma e esquecer o PINCODE e as palavras de recuperação para a conta. Se isso acontecer, o usuário não terá acesso a conta.
CF: Em todo o mundo, governos estão apertando o cerco nas negociações de criptoativos e na exigência de KYC. Esse não pode ser um risco para a Stratum?
RL: No momento em que se fizer necessária uma regulamentação adequada, vamos atender a todas as exigências propostas pelos órgãos.
CF: Cerca de quantos clientes a corretora possui?
RL: Atualmente contamos com 180 mil clientes. Esperamos um crescimento de 25% na nossa base para 2018.
CF: Qual o perfil médio dos clientes cadastrados na exchange? Idade, sexo, ticket médio.
RL: Detalhes sobre idade/Sexo não sabemos porque não fazemos KYC, o que não nos dá acesso a esses dados. Já o ticket médio por cliente é de R$500.
CF: Qual a expectativa de faturamento da empresa para 2018?
RL: Registramos um valor de mercado na casa dos R$ 10 milhões. Temos o objetivo de faturar R$ 100 milhões até o final do ano, totalizando R$500 milhões em 2018.
CF: Em sua opinião, quais são os principais riscos e desafios para as exchanges de criptomoedas no mercado brasileiro?
RL: Os riscos envolvem a regulamentação, que deve ser feita de forma correta que atenda o mercado, a proximidade com os bancos e fintechs, o entendimento global das autoridades policiais e, para mim, o maior desafio: como construir aplicações de fácil acesso e uso.
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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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