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SEC deve convocar ex-consultor chefe de investimentos do Telegram para depor em caso contra ICO da empresa

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) quer que o ex-consultor chefe de investimentos do Telegram testemunhe e entregue documentos relacionados à venda de tokens da empresa, informou a Coindesk na última sexta-feira, 06 de dezembro.

A SEC solicitou ao Tribunal Superior da Inglaterra e do País de Gales autorização para obter o testemunho e os documentos de John Hyman, ex-banqueiro de investimentos do banco Morgan Stanley e da Renaissance Capital. Hyman atualmente reside no Reino Unido.

O pedido transfronteiriço foi incluído em uma série de documentos arquivados pela SEC na sexta-feira no Tribunal Distrital dos EUA do Distrito Sul de Nova York. A agência está tentando interromper o lançamento da Telegram Open Network (TON), o ambicioso projeto de blockchain do Telegram, bem como a emissão dos tokens da TON, denominados Grams. A SEC considera os tokens como valores mobiliários não registrados, uma alegação que o Telegram negou repetidamente.

De acordo com o documento, a SEC quer o testemunho de Hyman em razão de seu envolvimento na captação de recursos para a TON e do seu contato com “mais de uma dúzia” de investidores. O CEO do Telegram Pavel Durov descreveu Hyman em janeiro de 2018 como o principal consultor de investimentos da empresa e a pessoa que “administra a distribuição dos Grams”, disse a SEC.

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Ainda de acordo com o documento, Hyman “se comunicou com os compradores dos tokens Gram, confirmou os detalhes da transação e forneceu atualizações contínuas aos investidores a respeito de seus investimentos”.

E-mails comprometedores

O processo também apresenta algumas trocas de e-mail da empresa com investidores norte-americanos, revelando supostas táticas de captação de recursos usadas durante a ICO da Telegram, que arrecadou US$1,7 bilhão em 2018 – a maior ICO da história.

Por exemplo, em um e-mail, Hyman disse que o Telegram “decidiu, por razões regulatórias, que nunca faríamos qualquer forma de oferta pública direta. O público poderá comprar os tokesn Gram quando a rede estiver funcionando e não diretamente do Telegram”.

Ao escrever para Blake Byers da Google Ventures, em maio de 2018, Hyman disse que haveria uma terceira rodada privada de captação de investimentos, além das duas concluídas em fevereiro e março. Mas os planos dessa rodada aparentemente foram descartados.

Hyman também afirmou que estava de olho no mercado secundário de negociação dos tokens, aberto após a primeira rodada de vendas em fevereiro de 2018. De acordo com as comunicações entre Hyman e um dos representantes dos investidores, o consultor da Telegram solicita regularmente atualizações no mercado secundário de Grams.

“Olá, Stan, você já viu alguma atividade do mercado cinza, a que preço”, dizia um dos e-mails de Hyman.

Embora os investidores da TON tenham sido estritamente proibidos de revender seus direitos aos tokens antes do lançamento da rede, sob a ameaça de perdê-los, o mercado secundário de fato floresceu, com várias ofertas de exchanges para a negociação dos direitos de aquisição do token, como a japonesa Liquid.

O julgamento do processo entre a SEC e o Telegram está marcado para fevereiro de 2020.

Leia também: CEO e fundador do Telegram é convocado a depor em caso contra a SEC

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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