SEC acusa Binance de violar leis com ICO da Binance Coin em 2017

Em 2017, a Binance realizou uma Oferta Inicial de Moeda (ICO) para lançar sua criptomoeda de governança, a Binance Coin (BNB). Cinco anos depois, no entanto, os reguladores federais dos Estados Unidos começam a voltar seus olhos para esta oferta.

De acordo com um relatório divulgado pela Bloomberg, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) está revisando a oferta de BNB. A autarquia afirma que a Binance teria violado as leis de valores mobiliários do país. 

Nesse sentido, a BNB não seria uma criptomoeda de utilidade, mas sim a representação de um valor mobiliário. Logo, a Binance deveria ter seguido a lei de 1933 para realizar a oferta.

Além disso, um segundo relatório divulgado pela Reuters traz uma série de acusações contra as atividades da plataforma. Uma delas, por exemplo, afirma que golpistas usaram a Binance para lavar mais de US$ 2 bilhões entre 2017 e 2021.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Entre ICO e fundos ilícitos

Não está claro o que levou a SEC a investigar a Binance, mas uma das razões pode ser o crescimento da BNB. Desde que foi lançada, em 2017, a criptomoeda alcançou US$ 48 bilhões em valor de mercado. Somente Bitcoin (BTC), Ether (ETH), e as stablecoins USDT e USDC valem mais.

Outra razão é o debate nos EUA sobre contratos de investimento. Nesse sentido, a SEC discute se as ofertas de criptomoedas se qualificam como esse tipo de contrato.

Conforme a visão da SEC, se alguém utiliza uma ICO como uma maneira de financiar uma empresa, e oferece a promessa de lucros, então se enquadra como um valor mobiliário. Portanto, a empresa deve ter uma licença com a SEC para criar e oferece este tipo de produto.

Por outro lado, a maioria dos projetos alega que os tokens não prometem rendimento. Logo, não se enquadram na definição utilizada pela SEC.

A Binance lançou a BNB em julho de 2017, inicialmente como um token ERC-20 na blockchain do Ethereum (ETH). Eventualmente, a exchange criou uma rede própria, que hoje chama-se BNB Chain.

Conforme a rede cresceu, investidores começaram a utilizar a BNB Chain para lançar vários projetos. Muitos deles de fato oferecem promessas de rendimento. De acordo com o Defi Llama, que analisa finanças descentralizadas (DeFi) a BNB Chain já possui US$ 48 bilhões em valor alocado.

Quando realizou a ICO, a Binance colocou 100 milhões de BNB no mercado e vendeu cada um a US$ 0,15. Como resultado, a oferta levantou US$ 15 milhões. A criptomoeda oferece aos seus detentores compras e pagamentos na Binance, bem como descontos nas taxas de transação.

Binance enfrenta investigações

Como se não bastasse, a Reuters também criou um extenso relatório a respeito da Binance. Segundo o documento, a empresa “enfrenta várias investigações em Washington”, muitas delas relacionadas a crimes.

O relatório da Reuters diz respeito a uma investigação não relacionada com o ICO. Neste caso, o relatório aponta que criminosos utilizaram a Binance para realizar lavagem de dinheiro roubado. Entre  2017 e 2021, pelo menos US$ 2,35 bilhões em fundos ilícitos foram lavados através da exchange.

A Binance respondem à Bloomberg afirmando que “não seria apropriado para comentarmos nossas conversas em andamento com os reguladores”. Mas a exchange disse que colabora com as autoridades estadunidenses e que presta assistência na investigação de crimes.

Os reguladores também podem estar analisando a Binance US, subsidiária da Binance criada em 2019. A empresa é supostamente separada da Binance Global, mas a SEC quer saber se de fato há esta separação.

“A Binance US é uma plataforma de negociação separada nos EUA que atende aos usuários dos EUA, oferecendo produtos e serviços que estão em conformidade com os regulamentos federais e estaduais dos EUA”, respondeu a exchange.

Leia também: Investidor perde R$ 200 mil em Bitcoin após ter chip clonado e processa operadora

Leia também: Binance teria sido usada para lavar US$ 2,4 bilhões em criptomoedas, diz Reuters 

Leia também: Polícia apreende cerca de R$ 1 milhão em Bitcoin e Ethereum de esquema de pirâmide financeira

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.