Foto: Freepik - Montagem: CriptoFacil
Quando a atualização Shapella chegou na rede Ethereum em 12 de abril poucos usuários sacaram seus Ether (ETH) nos protocolos de staking. Conforme noticiou o CriptoFácil, menos de 0,3% dos ETH em staking saíram dos protocolos nos primeiros dias.
Só que este ritmo aumentou nos dias subsequentes e, de acordo com o painel Token Unlocks, pouco mais de 1 milhão de Ether foi retirado da Beacon Chain até a sexta-feira (14). Ou seja, os usuários sacaram o equivalente a 5,3% dos Ethereum em staking num período de dois dias.
No entanto, o saldo de ETH não diminuiu em 1 milhão porque 370 mil foram depositados no mesmo período. Portanto, o saldo atual de apostas diminuiu em 640.000 Ether, de acordo com o Token Unlocks. Isso sugere que alguns dos ETH que não estavam bloqueados estão indo para plataformas de staking líquidas, como o Lido. Além disso, o ritmo dos saques começou a diminuir a partir do final de semana.
Os dados do Token Unlocks mostram que o saldo de ETH em staking no Lido Finance aumentou, mesmo com o número maior de saques. No Lido, os usuários depositaram cerca de 100 mil Ether a mais do que sacaram desde a atualização Shapella.
Por ser o maior protocolo de staking de ETH, os dados do Lido servem como um parâmetro para o mercado. Dos quase 18 milhões de ETH que ainda estão em staking, pouco mais de seis milhões estão no Lido, o que dá cerca de R$ 61 bilhões.
Além disso, a participação do Lido no total de participações aumentou para 34,7%. Mas isso ocorreu porque o protocolo ainda não liberou os saques para os usuários. Quando isso acontecer, é possível que os saques de ETH registrem um novo pico.
Atualmente, existem 17,3 milhões de ETH guardados em staking, avaliados em cerca de R$ 180 bilhões a preços atuais. Essa quantidade corresponde a 14,5% da oferta total de ETH no mercado, que está em 119,4 milhões de acordo com o CoinGecko.
De acordo com Martin Lee, jornalista da Nansen, os dados indicam uma desaceleração no ritmo das retiradas diárias nos protocolos. As maiores retiradas ocorreram no sábado (15), quando os usuários chegaram a retirar mais de 60 mil ETH dos protocolos.
No domingo (16), os saques já tinham caído para apenas 2.415 ETH, ao passo que os depósitos atingiram 3.008 ETH. Portanto, um saldo líquido positivo de 593 ETH. No gráfico abaixo, as retiradas aparecem em laranja e os depósitos em verde.
O analista do setor, Colin Wu, informou que há 892 mil ETH esperando para serem retirados. “O fator regulatório da Kraken e a mudança de acionistas da Huobi são as principais fontes de retiradas”, disse.
A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) reprimiu a atividade de staking este ano. Ele mirou primeiro nos serviços da Kraken, e a Coinbase pode ser sua próxima vítima. Por isso, usuários dessas plataformas já estão tirando seus ETH para evitar problemas.
De acordo com a Nansen, a Coinbase responde por 12,8% dos depositantes de ETH, com cerca de 2,37 milhões de ETH. Em termos absolutos, o valor corresponde a 2% da oferta total de ETH em circulação.
Apesar do aumento dos saques no final de semana, os preços do ETH se mantiveram acima da barreira psicológica de US$ 2.000. Isso significa que poucos usuários sacaram suas criptomoedas com o objetivo de vendê-las.
O ETH atingiu um novo pico em 2023 de US$ 2.129 durante o pregão asiático da manhã da segunda-feira (17), mas recuou ligeiramente desde então. No momento da finalização deste texto, o Ether estava sendo negociado a US$ 2.098, mantendo os ganhos da semana passada. No Brasil, o preço do Ethereum é de R$ 10.271.
Desde o início do ano, o Ether valorizou impressionantes 75%, sendo 13,95 apenas na semana passada. Esta valorização foi mais que o dobro da registrada pelo Bitcoin (BTC), que subiu 6,94% no mesmo período.
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