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Saiba tudo sobre próximo hard fork do Ethereum que acontecerá nesta semana

O próximo dia 16 de janeiro marca uma importante data para o ecossistema das criptomoedas, e, principalmente, para uma das principais criptomoedas do mercado, o Ethereum. Neste dia, um hard fork nomeado Constantinople será implementando na rede do ETH e, com ele, novas regras e novos mecanismos de consenso prometem promover melhorias no sentido de alavancar o projeto de Vitalik Buterin, que é construir uma nova internet descentralizada com capacidade de remodelar totalmente aplicações por meio de contratos inteligentes.

Como o Criptomoedas Fácil tem noticiado, os preparativos para este hard fork vêm sendo desenvolvidos até mesmo antes de 2017. No entanto, diferente de outros hard forks recentes como o ocorrido no Bitcoin Cash (BCH), neste, muito provavelmente, não haverá geração de uma nova moeda ou “guerras de hash”, mas, isso também não significa que será algo simples e corriqueiro.

Por isso, a equipe do Criptomoedas Fácil montou um guia, com a ajuda de Solange Gueiros, especialista em Ethereum, desenvolvedora e instrutora da Blockchain Academy, sobre no que consiste e como usuários e mineradores devem proceder em relação à atualização. Confira !

O que é o Constantinople

O Constantinople faz parte de um conjunto de atualizações chamada Metropolis, que, por usa vez, esta conectada ao rodmap do Ethereum desde o lançamento do projeto. O processo completo de lançamento do Ether foi dividido em 4 etapas. Isso foi feito para garantir que várias fases tivessem seu próprio tempo de desenvolvimento e que cada estágio fosse desenvolvido da maneira mais eficiente e ideal possível, sempre se adequando aos desenvolvimentos do tempo e a maturidade da industria. Desta forma, as 4 etapas são:

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Frontier: quando o Ethereum foi lançado e todos receberam seus tokens. A primeira versão do Ethereum, chamada Frontier, foi essencialmente uma versão beta que permitiu aos desenvolvedores aprender, experimentar e começar a construir aplicativos e ferramentas descentralizadas com o Ethereum.

Homestead: a segunda atualização que, basicamente, construiu o Ethereum da forma como usamos atualmente e implementou uma série de EPIs, inclusive correção de bugs.

Metropolis: que é composto por duas atualizações. A primeira, Byzantium, que ocorreu no bloco 4.370.000, em outubro de 2017 cujo objetivo foi melhorar a privacidade, a escalabilidade e os protocolos de segurança da rede Ethereum e agora Constantinople, que vai ocorrer no dia 16 de janeiro no bloco 7.080.000 e que pretende tornar o Ethereum mais eficiente, escalável e com menos taxas, além de lançar os parâmetros para uma mudança no algoritmo de consenso (atualmente PoW – Proof-of-Work, o mesmo do Bitcoin).

Serenity: que marcaria o estágio final de lançamento do Ethereum e que irá começar assim que Metropolis for ativa com o hard fork de implementação de Constantinople.

Quais mudanças serão implementadas com o Constantinople?

O Constantinople contem um conjunto de cinco melhorias e atualizações, que no Ethereum são nomeadas de EIPs (Ethereum Improvement Proposal) em que envolve o seguinte:

EIP 145 – que faz modificações no EVM (Ethereum Virtual Machine) e, de forma sucinta, vai permitir fazer certas coisas de forma mais fácil e barata no Ethereum.

EIP 1014 – faz modificações para que seja possível interagir com endereços específicos que servem, por exemplo, a contratos com interações contrafactuais.

EIP 1052 – uma série de mudanças que vai permitir que o GAS seja mais barato para fazer determinadas aplicações

EIP 1283 – em resumo, este EIP torna mais barato (menos GAS é necessário) para fazer certas coisas na cadeia, especialmente coisas que são atualmente “excessivamente” caras.

EIP 1234 – ajuste de dificuldade, ira reduzir a recompensa de Ether por bloco, de 3 para 2 Ethers e inicia a mudança no PoW – Proof-of-work.

Constantinople fará o Ethereum mudar para PoS e haverá resistência ao ASIC?

Não. Graças ao EIP 1234 haverá uma primeira alteração visando uma futura mudança no PoW – Proof-of-Work. Em Constantinople um pequeno ajuste no tempo necessário para produção de blocos será feito, bem como uma mudança na recompensa que cai de 3 ETH para 2 ETH, no entanto, não haverá nenhum implementação que vai alterar drasticamente o PoW para impedir mineração feita por equipamentos ASIC ou mesmo uma mudança para PoS – Proof-of-Stake. O debate em torno desta mudanças, por mais acalorado que possa parecer, ainda não gerou um consenso entre a comunidade de desenvolvedores e há duvidas se isso poderia impedir uma centralização na mineração do Ethereum, por isso, nenhuma mudança neste sentido será implementada agora.

O Constantinople será um hard fork?

Sim, as mudanças ativadas no Constantinople serão feitas por um hard fork, desta forma, todos os nós que executam os clientes Geth, Parity ou Harmony devem fazer a atualização. Aqueles que não atualizarem seu software será sincronizado com o blockchain pré-fork quando a atualização ocorrer, ou seja, ficará preso em uma cadeia incompatível com o Ethereum seguindo as regras antigas e não poderá enviar Ether ou operar na rede Ethereum pós-atualização.

O Constantinople gerará uma nova moeda?

Aparentemente não. Segundo estimativas dos desenvolvedores responsáveis pela atualização, como Hudson Jameson e Afri Schoedon, garantem que o risco de divisão de cadeia (como aconteceu no hard fork ocasionado pelas disputas em torno do DAO e que gerou o Ethereum Classic – ETC) e, portanto, a criação de uma nova moeda é muito baixo pois os principais grupos de mineração do Ethereum já anunciaram suporte a Constantinople. Há, um monitor, disponibilizado por Peter Pratscher, o CEO da principal mineradora Ethermine, que acompanha a adoção de Constantinople, mas, até mesmo ele, segundo seu CEO, possui estatísticas falhas, pois a adoção está bem próxima de 99%.

O Constantinople é 100% segura?

Todo hard fork carrega riscos pois é uma atualização em todo o sistema e que inviabiliza o software anterior. Bugs de código podem fazer com que as redes se fragmentem, e os algoritmos podem dar errado, levando a dificuldades imprevistas. Mas os desenvolvedores estão confiantes de que tais riscos são mínimos no Constantinople, e nos meses que antecederam o hard fork já vem sendo feito testes para detectar vulnerabilidades no software novo, “Temos softwares de teste e monitoramento, como nosso monitor de fork e testador de protocolo fuzz, que monitoram constantemente os problemas antes, durante e depois de hard forks”, disse Hudson Jameson.

O que eu preciso fazer?

Basicamente, nada. Se você possui suas moedas em uma exchange (como Mercado Bitcoin, Biticoin Trade, Braziliex, 3xbit, Coinbase, Kraken, Binance ou Bitfinex);  em um serviço de carteira eletrônica (como Metamask, MyCrypto ou MyEtherWallet); em um serviço de carteira móvel (como Coinbase Wallet, Status.im ou Trust Wallet), ou uma carteira de hardware (como Ledger, Trezor ou KeepKey), não é necessário fazer nada. No entanto, recomendamos que você acompanhe as publicações do serviço que armazena seu Ethereum para ver como ele vai lidar e apoiar o hard fork. Como medida de segurança não recomendamos mover seus saldos durante o hard fork.

Importante, NUNCA FORNEÇA SUA CHAVE PRIVADA PARA NINGUÉM. Agentes maliciosos podem aproveitar do momento e tentar roubar seus saldos.

Sou minerador, o que preciso fazer?

Se você é minerador e não está conectado a um pool e não usa um software de mineração como NiceHash ou EtherMine Claymore, baixe a última versão do seu cliente Ethereum (Último cliente geth (v1.8.20) / Último cliente parity (v2.1.11-stable) / Último cliente Harmony (v2.3 Build 72) / Último cliente Pantheon (v0.8.3) / Último cliente Trinity (v0.1.0-alpha.20) / Última versão do Ethereum Wallet / Mist (v0.11.1).

Se você está conectado a um pool de mineração e usa um software de mineração, entre em contato com o suporte deste serviço.

Acompanhamento

Se você deseja acompanhar em tempo real os desdobramentos do Constantinople, um temporizador com uma contagem regressiva pode ser visto neste site e você pode monitorar a atualização da rede em tempo real neste outro link.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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