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Rússia e Inglaterra anunciam moedas digitais próprias mas não dão detalhes de seu funcionamento

O ano “nem começou” direito e as mesmas “ladainhas” de 2017 também resolveram seguir no novo ano e, como não poderia faltar, diversos países continuam a anunciar a criação de suas próprias moedas digitais. O caso agora não é novo, pois ambas as nações já vinham comentando seus projetos, no entanto, tudo indica que a proposta é mesmo séria, e Rússia e a Inglaterra podem ter em 2018 suas moedas digitais, pelo menos é isso que afirmaram os lideres Vladimir Putin e o Dr. Mark Carney, Governador do Banco da Inglaterra.

No casso inglês, a RS Coin poderia ser a moeda usada pelos bancos centrais para liquidar pagamentos. Já no caso Russo, a idéia é para “driblar” sanções, segundo o Criptocoinews, a nação Transcontinental, pretende criar sua própria criptomoeda para escapar das sanções americanas e internacionais e com isso vencer obstáculos geopolíticos que estas acabam impondo, no entanto, como já adiantou o assessor econômico de Putin, Sergei Glazev, a circulação do Rublo criptográfico seria, de alguma forma, restrita e completamente supervisionado e controlada pelo Kremlin, sem, no entanto dar mais detalhes sobre o assunto. A moeda que, portanto, não poderia ser minerada, seria emitida pelo Banco Central da Rússia.

A ideia de Putin e do Banco Central Inglês não é nova e diversas nações pelo mundo, tem procurado formas ou anunciado que irão editar suas próprias moedas digitais, como é o caso de Israel, Venezuela, India, Estónia, Japão e tantas outras nações que, aturdidas com o sucesso das criptos em 2017, entendeu que também as moedas fiat nacionais precisariam de um “clone” digital, para os mais diversos fins, uns, entendem que para o varejo, outros para financiar projetos, outros para a segurança da nação e outros simplesmente para alguma coisa que não sabem explicar.

Parece, entretanto, que os chefes das maiores nações do mundo não entenderam realmente o funcionamento da Blockchain e o princípios mais básicos das criptomoedas e, por isso, não conseguem, ou não querem, responder as principais questões que são colocadas quando anunciam seus ‘criptofiats‘.

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O primeiro questionamento é a devolutiva da principal critica que os próprios governos fazem aos ativos digitais, qual será o seu lastro? Para cada “CryptoRuble”, por exemplo, haverá um Ruble fiat guardado em algum banco para garantir o valor? A Rússia no caso, vai tirar de circulação a parte do dinheiro fiat correspondente ao CryptoRuble ou se trata da emissão de mais dinheiro?

Numa moeda controlada e emitida pelo Estado quem vai auditar sua circulação, como acontece na Blockchain, de forma descentralizada e open source? Elas terão um fornecimento máximo, transparente e a prova de falsificações ou depende de quem estiver no governo? quem vai controlar o código? qual a proteção que terá contra cyber ataques? Se ela terá uma circulação restrita, onde será? Como o governo vai garantir, já que se pretende transfronteiriças, que também elas não sejam usadas para lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e demais delitos? Elas usaram uma blockchain própria para circular ou o Estado terá um grande servidor do dinheiro? Quem vai aceitar?

Essas e muitas outras são perguntas ainda em aberto e, mesmo depois de um ano de muitas publicações e anúncios de moedas digitais estatais, ainda nada foi revelado. Tudo indica que todos os projetos de criptomoedas de Estados não tem nada a ver com criptomoedas e sim com “Pontos do Cartão” ou “Milhagens”, também valem dinheiro, também podem ser compradas e usadas para compras diversas mas não tem nada a ver com criptomoeda ou qualquer coisa perto disso. O Estado que centralizar o que nasceu para ser distribuído.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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