Foto: Rispar
A Rispar, fintech brasileira que oferece empréstimos com garantia em Bitcoin (BTC), recebeu um aporte de investimento da Buena Vista Capital, gestora de recursos especializada e focada em investimentos globais. O valor do investimento não foi revelado.
Criada em 2020, a Rispar foi pioneira no Brasil nesta modalidade e pretende expandir mais os seus serviços. Nesse sentido, o CEO da Rispar, Rafael Izidoro, revelou que a empresa tem planos de lançar uma conta digital e até cheque especial em BTC.
Até o momento, a Rispar já ultrapassou a marca de R$12 milhões originados. O portfólio da empresa também conta com mais de oito mil clientes e 80 bitcoins colaterizados. Ou seja, dados como garantias de crédito.
Na Rispar, o cliente que deseja adquirir um empréstimo escolhe o valor e em seguida deposita os BTC na carteira da empresa. A Rispar trabalha em parceria com a BitGo e a Coincover, que prestam serviços de custódia e seguro dos BTC, respectivamente.
O aporte realizado à fintech foi o primeiro investimento da Buena Vista Capital em uma plataforma completa de criptoativos. Renato Nobile, CEO da gestora, acredita que a blockchain irá transformar inúmeras indústrias daqui pra frente. Para ele, apesar da grande volatilidade destes produtos, a convicção transformadora permanece.
Nesse sentido, Izidoro comemorou o investimento da gestora na Rispar. De acordo com o gestor, o alinhamento da visão entre a Buena Vista e a fintech foi mais importante do que o aporte em si.
“O que nos deixou muito confiantes no investimento foi o alinhamento da visão de que o mercado de cripto e o mercado financeiro tradicional irão convergir em um futuro próximo. Isso coloca a Rispar como uma plataforma essencial para os clientes”, afirma.
Até agora, a fintech já gerou uma economia de aproximadamente R$6 milhões de juros aos seus clientes. Os empréstimos da fintech possuem taxas que podem chegar a 0,79% ao mês. Só para comparar, os valores do cheque especial podem atingir quase dez vezes este valor.
Como resultado do novo investimento, a Rispar entra numa nova fase. Além de reforçar seu produto, a fintech se prepara para uma solução completa e acessível para investidores. Por exemplo, um dos objetivos é expandir a linha de empréstimos da empresa.
“Ouvimos nossos clientes e priorizamos funcionalidades inéditas neste setor, que incorporam os benefícios dos criptoativos como colateral. Nesse sentido, visamos as linhas mais tradicionais de crédito, como auto equity, home equity e compras parceladas. Com isso, seguiremos com um produto extremamente competitivo, oferecendo as melhores condições de crédito”, explica Izidoro.
Como parte do próximo passo, a fintech quer atuar no tripé crédito, investimento e conta digital. Os dois últimos produtos visam utilizar o BTC como base para conceder limite imediato. Ou seja, trata-se de uma modalidade de crédito mais próxima do cartão de crédito e cheque especial.
No entanto, a Rispar terá dois diferenciais em relação a estas modalidades. Em primeiro lugar, os empréstimos não terão construção de score nem consulta a birôs de crédito como Serasa e SPC. Isto é, qualquer pessoa poderá tomar o crédito, mesmo que esteja com o nome negativado.
Em segundo lugar, o limite da modalidade estará atrelado à conta digital do cliente. Para contratá-la, o cliente só vai precisar transferir BTC para a plataforma, ganhando em troca o limite. A conta terá um cartão de débito que permitirá ao cliente utilizar o dinheiro como preferir.
Para evitar excesso, o crédito é concedido até um limite de 50% do valor de mercado do BTC depositado. Izidoro defende que o momento de mercado ruim para as criptomoedas não é um problema, pois torna a solução teoricamente mais atrativa para aquele investidor que comprou BTC por um preço mais alto e não deseja vender agora.
“Em vez de realizar o prejuízo, ele pode depositar o BTC na conta digital para levantar capital com juros mais baixos, seja para gastos do dia a dia ou para comprar mais criptomoeda. De fato, a demanda por empréstimo durante a queda do BTC representou mais de 65% das solicitações de crédito que tivemos neste ano”, finaliza.
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