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Relatório afirma que cubanos utilizam Bitcoin para ter acesso à economia global

O comércio de Bitcoin está abrindo novas possibilidades para os cidadãos de Cuba, país que tem sido financeiramente isolado sob um embargo comercial dos Estados Unidos há mais de meio século.

Um relatório divulgado pela Cointelegraph recentemente, afirma que com o recente aumento do uso da internet no país, os cubanos estão cada vez mais usando criptomoedas para fazer compras on-line, bem como para investir e negociar.

Novas portas para o varejo

Décadas de ditadura comunista no país evidenciaram o atraso cubano em relação a outros países. Boa parte dos cidadãos não possui acesso a cartões de débito ou crédito para uso internacional. Com isso, as compras ativadas por criptomoedas são uma oportunidade bem-vinda para os consumidores.

Em uma entrevista ao U.S. News, um cidadão cubano chamado Jason Sanchez disse que as criptomoedas estão “abrindo novas portas” para os cubanos. Sanchez, de 35 anos, disse que agora podia comprar peças de reposição para sua loja de reparo de celulares em Havana em uma loja online chinesa utilizando Bitcoin como forma de pagamento.

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Alex Sobrino, fundador do canal de Telegram CubaCripto, estimou que cerca de 1.000 cubanos estavam usando criptomoedas.

“Estamos usando criptomoedas para recarregar nossos celulares, fazer compras on-line e até existem pessoas reservando quartos de hotel”, afirma.

Como os cartões de crédito não são usados em massa, muitos usuários locais precisam pedir a parentes no exterior para ajudá-los a comprar criptomoedas, ou então utilizar canais como o CubaCripto. Exchanges em que o dinheiro é trocado por Bitcoin pessoalmente – usando um celular ou notebook para realizar a transação – são outra opção, aponta o relatório.

Uma solução para diminuir a exclusão financeira

A Fusyona é uma empresa local que se intitula a primeira exchange de criptomoedas de Cuba. Atualmente, a plataforma conta com cerca de 1.300 usuários. Ela permite que pessoas no exterior enviem remessas para Cuba ou invistam em nove criptomoedas diferentes por meio de uma exchange maior – com taxas que podem chegar a 10%.

“Para estrangeiros, as criptomoedas são apenas outra opção. Mas para os cubanos, é uma necessidade e uma solução vital para sua exclusão financeira da comunidade”, afirmou Adrian C. Leon, CEO da Fusyona.

Já Sobrino observou que ainda há incerteza e medo sobre como o governo pode reagir à nova tendência relacionada às criptomoedas. A Fusyona está registrada no Brasil, mas iniciou negociações com funcionários do Banco Central de Cuba para investigar se a plataforma poderia obter autorização formal.

“Tememos que o governo nos restrinja, proíba as coisas, comece a dizer que isso é enriquecimento ilícito”, afirmou. O Banco central revelou, no início desta semana, que está explorando os benefícios e riscos das moedas digitais.

Em julho, o ministro da Economia de Cuba Alejandro Gil Fernandez disse que o governo estava consultando acadêmicos para estudar o uso potencial das criptomoedas em suas transações comerciais nacionais e internacionais.

Assim como Rússia e Irã, Cuba pode experimentar os diversos benefícios das criptomoedas para burlar sanções econômicas impostas por outros países.

Leia também: Governo da Venezuela converte taxas fiscais em Bitcoin para evitar sanções dos EUA

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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