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Quantidade de dólares em circulação no mundo é a maior desde o bug do milênio

As políticas de juros baixos e impressão de dinheiro em massa pelos bancos centrais, especialmente nos Estados Unidos, começa a mostrar suas consequências. De acordo com dados do Federal Reserve Bank de St. Louis, a quantidade de dólares em circulação nos EUA registrou seu maior aumento em mais de 20 anos.

De 11 a 18 de março de 2020, a quantidade de notas de dólar em circulação na economia norte-americana passou de US$1,809 trilhão para US$1,843 trilhão, um aumento de quase 35 bilhões. A informação, junto com a evolução dos últimos 20 anos, foram divulgadas no site do Fed de St. Louis.

Moeda em circulação inclui papel-moeda e moeda mantida pela população e nos cofres das instituições depositárias.

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De acordo com o Fed, esses dados sugerem que os cidadãos dos EUA agora estão retirando muito mais dinheiro do que o habitual de bancos e caixas eletrônicos, em meio a preocupações com os efeitos da pandemia de coronavírus. As preocupações levam os cidadãos a manifestarem temores a respeito da solidez do sistema bancário e da segurança do seu dinheiro, o que os leva a guardarem seus dólares em casa, aumentando a circulação de dinheiro na economia.

Maior pânico desde o bug do milênio

O aumento é o maior desde o final de 1999, no auge do famoso episódio do bug Y2K, popularmente conhecido como “bug do milênio“. Na ocasião, o medo de uma pane e apocalipse globais nos sistemas digitais causada por uma falha nas datas numéricas provocou um frenesi de retiradas e compras de pânico. No entanto, o problema acabou sendo mitigado e seus impactos foram praticamente nulos.

Naquela época, a quantidade de dólares em circulação nos EUA subiu de US$588,6 bilhões em 15 de dezembro de 1999 para US$610,9 bilhões em 22 de dezembro, um aumento de 22,3 bilhões; portanto, muito menos do que o observado em 2020. Nas semanas a partir de 3 de novembro de 1999, no entanto, o pico do ano 2000 viu um aumento total de mais de 55 bilhões.

Em termos semanais, o período de 11 a 18 de março possivelmente registrou o maior aumento na circulação de dinheiro desde pelo menos 1975, quando teve início a série histórica de dados do Fed. A notícia foi divulgada pelo economista monetário John Paul Koning com um gráfico ilustrando os dados do Fed de St. Louis.

 

Pacotes de ajuda impulsionam circulação de dólares

O aumento ocorre em meio ao surto global de coronavírus (COVID-19), que continua a piorar em muitos países com as autoridades de saúde recomendando medidas de distanciamento social e contato mínimo com superfícies que possam estar contaminadas pelo vírus.

A pandemia trouxe nova atenção ao fato de que o dinheiro físico representa a forma “mais suja” de troca de moeda entre duas partes, impulsionando ainda mais a narrativa para a transferência de valor digital baseada em blockchain. Em fevereiro, antes da Covid-19 tornar-se uma pandemia, a China deu início a destruição de cédulas de dinheiro para evitar o contágio das pessoas e estimulou o uso de meios de pagamento digitais.

Com o aumento das políticas de estímulo financeiro e a distribuição de dinheiro aos norte-americanos – que será uma das medidas de ajuda do governo de Donald Trump – é possível que esse aumento na circulação de dólares se intensifique caso a pandemia perdure.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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