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Quadrilha que roubou R$ 35 milhões e comprou Bitcoins é alvo do Ministério Público

Atualização, 26 de junho, 11:09h: a presente matéria foi atualizada com o posicionamento do ex-jogador Anderson Abreu, que encontra-se no fim do texto.

Na manhã desta quinta-feira, dia 25 de junho, o Ministério Público deflagrou a Operação Criptoshow. A ação investiga um grupo de criminosos que teria desviado R$ 35 milhões da Gerdau e da Bolsa de Valores e lavado parte do dinheiro comprando Bitcoins.

De acordo com o portal de notícias da UOL, os criminosos teriam burlado o esquema de segurança digital do Banco Santander para praticar o crime. A empresa, a Bolsa e o banco envolvidos são vítimas no caso.

Ao todo, a operação cumpriu 13 mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana de Porto Alegre. Entre os investigados está o ex-jogador de futebol Anderson Abreu, conhecido como Andershow. Quem informou sobre o suposto envolvimento de Anderson foi o repórter da Rádio Guaíba, Cristiano Silva.

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A assessoria de comunicação do MP foi contatada pelo portal de notícias Resistência Colorada, mas não confirmou as informações. No entanto, circula na rede uma imagem da suposta operação na casa de Anderson. MP também não confirma a imagem.

Entenda o caso

O primeiro desvio de R$ 30 milhões da Gerdau ocorreu em meados de abril deste ano. Na ocasião, os criminosos enviaram o dinheiro roubado para seis empresas espalhadas pelo Brasil através de 11 transações eletrônicas.

Segundo a investigação, os criminosos acessaram sua conta bancária normalmente no Santander, via internet banking. Depois, programaram as 11 transferências para seis contas de pessoas jurídicas. 

Ao final da operação, o grupo manipulou a codificação do canal e, com isso, conseguiu indicar outra conta que não a inicial para débito. Assim, efetuando o desvio de R$ 30 milhões. Segundo a UOL, o desvio de dinheiro foi feito por uma sofisticada técnica realizada por outra empresa, com sede em Cachoeirinha, correntista do Santander

“Seria como se uma conta bancária corporativa tivesse invadido outra conta similar para emitir ordem de débito ao banco em favor de terceiros”, detalhou o promotor de justiça Flávio Duarte.

Lavagem com Bitcoin

Em paralelo às investigações do MP, o Santander, que arcou com o prejuízo da Gerdau, buscou apurar o caso. Assim, a instituição apurou que mais de R$ 18,8 milhões foram enviados a uma exchange para a compra de Bitcoin.

“Esse cenário beira a clandestinidade e assim se caracteriza como um ambiente propício para a lavagem de capitais”, afirmou o promotor de justiça Flávio Duarte.

Segundo furto

Durante as investigações, foi revelada uma nova operação de lavagem de capitais por parte da empresa. Assim, o grupo teria comprado, no mesmo esquema de desvio e envio do dinheiro para exchange, R$ 5 milhões em Bitcoin. Dessa vez, o montante pertencia a uma correntista responsável pela bolsa de valores.

Jogador se pronuncia

Andershow se posicionou por meio de nota enviada ao Globo Esporte. Ela pode ser conferida em sua integralidade abaixo:

“Eu, Anderson Luis de Abreu Oliveira, venho a público esclarecer.

Trouxe recursos de uma vida toda para fazer negócios no estado que amo. Apesar das dificuldades que ele vem passando, quero continuar fazendo negócios aqui, pois acredito e sou prova de que um menino pobre e sem estudo pode vencer na vida trabalhando e com empenho.

Conheço e invisto há quatro anos no mercado de criptomoedas. Investi mais fortemente em 2019 no bitcoin. Comprei com dinheiro declarado conforme comprovante e imposto de renda.

Desde então, negocio no mercado compra e venda destas criptomoedas para ganhar dinheiro e também porque gosto de tecnologia. Para isso, comprei a participação na empresa House Tecnologia Ltda, que realiza compras e vendas quando é oportuno.

Uma das nossas empresas foi relacionada a um assunto que não merecíamos e hoje, por conta disso, recebi em minha residência a polícia com a cordialidade que lhes é merecida. Nada tenho a esconder. Nossos valores são fruto do meu trabalho e está devidamente declarado.

Agradeço às autoridades pelo tratamento digno ao qual fui submetido e a todos que sabem o que sou e quanto sou grato ao Rio Grande do Sul. Tanto que continuarei investindo e dando empregos o quanto eu puder.

Venho esclarecer com extrato abaixo nossos investimentos em 2019 apenas em uma empresa do ramo de criptomoedas. Portanto, não precisamos cometer algo errado conscientemente.

Esclareço por hora (sic) que fomos envolvidos sem dolo (intenção), mas vendemos o que era nosso e acreditávamos estar recebendo o pagamento, pois fizemos a operação normal como é de costume.

O grande prejuízo está sendo nosso… Mas não deveria ser.”

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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