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Proponentes de hard fork do Ethereum querem acabar com EIP-1559

Os proponentes de uma divisão na rede Ethereum causaram uma nova polêmica. Depois de se posicionarem contra a The Merge, o grupo agora quer abolir a EIP-1559, aprovada em março de 2021.

A EIP iniciou o processo de queima de Ether (ETH), o que reduziu as taxas para os usuários da blockchain. No entanto, ela também prejudicou o rendimento dos mineradores, que se posicionaram contra a sua aprovação na época.

Na quinta-feira (11), um perfill do Twitter chamado EthereumPOW Official divulgou uma longa explicação da proposta. De acordo com este perfil, a Fundação Ethereum abandonou a descentralização da rede em troca da mineração via Prova de Participação (PoS).

Portanto, o grupo planeja trazer este aspecto de volta e manter o Ethereum “descentralizado”.

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Críticas à EIP-1559 e novas metas

Segundo o perfil, a EIP-1559 foi uma tentativa da fundação Ethereum de construir uma narrativa otimista às custas dos mineradores. Nesse sentido, o perfil acusa a Fundação de não ter ouvido a opinião dos mineradores a respeito da proposta.

No fio do Twitter, o perfil acusa a Fundação e seus membros de serem “elites” com o objetivo suprimir a voz dos mineradores. Ao mesmo tempo, o perfil diz que os mineradores são uma “força política que “deveria exercer algum poder e influência política” para manter um sistema político inclusivo.

Afirmando ser uma “comunidade de voluntários verdadeiramente descentralizada”, o EthereumPoW garantiu que o novo token não terá pré-mineração. Ou seja, os criadores não vão emitir tokens antecipadamente e distribuí-los aos líderes da rede. Esta prática ocorreu no lançamento do Ethereum em 2015 e é bastante criticada, sobretudo por bitcoiners.

O perfil também afirma que não haverá inflação na nova rede, o que fará do EthereumPoW um token verdadeiramente escasso. E, naturalmente, o grupo pretende manter o consenso de Prova de Trabalho (PoW) na nova rede.

Abolição da EIP-1559

O perfil também diss que aspira a se tornar completamente autônomo e autossustentável, desprovido de qualquer entidade que controle a blockchain. De acordo com o planejamento, a ideia é que isto aconteça em até três anos depois do lançamento da rede.

Mas acima de tudo, o perfil alega que não pretende colocar nenhum grupo acima do outro. POr isso, alegando prejuízos aos mineradores, ele propôs o fim da EIP-1559.

“Abolição do EIP-1559. Em um sistema/sociedade verdadeiramente aberto e inclusivo, não há justificativa para punir um grupo de participantes em favor de outro. Jamais idolatraremos líderes, ao contrário de nossos antecessores. Nós nos esforçamos para ser uma sociedade esclarecida”, diz a proposta.

O principal apoiador do hard fork é o minerador chinês Chandler Guo, que tem grande influência entre os mineradores. Conforme Guo explicou à Bloomberg, um grupo de fabricantes de equipamentos de mineração o procurou para oferecer apoio à nova rede.

Embora Guo esteja liderando a iniciativa, outras grandes empresas já manifestaram seu apoio ao projeto de divisão. A plataforma de derivativos BitMEX, por exemplo, lançou um contrato de futuros (ETHPOW) permitindo especulações sobre o futuro token. Já a exchange Poloniex afirmou que pretende dar suporte às negociações do token.

Em defesa da The Merge

No entanto, a maioria dos grandes projetos do Ethereum ficou do lado da Fundação Ethereum e de Vitalik Buterin. Isto é, essas entidades planejam dar apoio ao The Merge e operar exclusivamente na rede Ethereum. 

Os principais apoios nesse sentido partiram da Tether e da Circle, emissoras das maiores stablecoins do mercado – USDT e USDC, respectivamente. Ambas as empresas já deixaram claro que suas stablecoins não vão operar em uma rede alternativa.

A Chainlink, principal serviço de oráculos do Ethereum, também não apoiará a divisão do Ethereum, que está prevista para ocorrer em 15 de setembro. Mesmo sem estes apoios, os proponentes do EthereumPoW já estão se movimentando.

De acordo com o jornalista chinês Colin Wu, a equipe planeja divulgar um plano sobre os tokens de formato ERC dentro de duas semanas. Além disso, o grupo tentará desativar a bomba de dificuldade até esta sexta-feira (12).

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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