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Primeiro leilão de obras de arte em blockchain teve CryptoKittie vendido por US$140 mil

Uma parceria inédita no mundo das criptomoedas pretende impulsionar o mercado das artes. A Codex Protocol, a ConsenSys e a Rare Art Labs, três grandes players do mercado cripto, realizaram, durante a Ethereal Summit em Nova York, o primeiro leilão de artes ao vivo utilizando a tecnologia blockchain.

O leilão é apenas parte de uma venda maior que foi realizada em parceria com a Rare Art Labs e os valores arrecadados foram destinados à uma fundação cujo objetivo é apoiar o desenvolvimento da blockchain. Embora as vendas de obras de arte geralmente sejam listadas na casa de milhões, ao contrário de outras grandes classes de ativos, o mercado não possui um registro formal de títulos, dificultando a compra, venda, securitização e a garantia quanto à autenticidade.

No entanto, por meio desta parceria, os compradores receberão um título da Codex, que fornece um registro preciso e imutável de procedência e autenticidade das obras. Usando o aplicativo de referência da Codex, o Biddable, compradores e vendedores poderão participar de leilões com maior transparência, aumentando a privacidade, a segurança e a precisão em todo o ecossistema. Para aqueles que não estão em Nova York e desejam participar do leilão, a Codex fornecerá um aplicativo para dispositivos móveis que permitirá que os lances ocorram remotamente de qualquer lugar do mundo.

Ao todo os itens vendidos no leilão levantaram US$192 mil apenas em um dia, sendo que o grande destaque foi a venda do Cryptokitty Celestial Cyber ​​Dimension, vendido pelo valor recorde de US$140 mil (aproximadamente 203.41 ETH). O exclusivo Cryptokitty foi feito sob encomenda pelo Diretor de Arte da CryptoKitties Guilherme Twardowski e apresenta uma manifestação física da arte digital implantando a chave privada do gato em uma estatueta física.

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“A manifestação de apoio dos participantes reafirmou que podemos usar a tecnologia blockchain para desvendar o valor da arte e dos colecionáveis. Quando fundamos a Codex, os investidores em criptomoedas tinham poucos caminhos para acessar essa lucrativa classe de ativos. Agora, graças ao trabalho árduo e determinação de nossa equipe dedicada e ao apoio do nosso consórcio da indústria, temos orgulho de dizer que a Codex não é mais apenas um conceito, é uma realidade experimentada e testada. Através do nosso leilão ao vivo no Ethereal Summit”, destacou o CEO do Codex Mark Lurie.

O leilão também contou com obras de arte dos renomados artistas blockchain Jessica Angel, Kevin Abosch e Yiying Lu, cuja impressão do icônico “Lifting A Dreamer”, mais conhecido como o “Twitter Fail Whale”, foi leiloada por US$12 mil. Para falar sobre esta iniciativa única, o Criptomoedas Fácil conversou com exclusividade com Jessica Houlgrave, COO e co-fundadora da Codex, que destacou aspectos importantes sobre a tecnologia blockchain e como esta parceria pode representar um novo conceito no comércio de artes e colecionáveis. Confira:

Criptomoedas Fácil: Quais tipos de arte foram comercializadas no evento e como a blockchain pode garantir a autenticidade dessas obras?

Jessica Houlgrave: Neste primeiro momento, nós leiloamos trabalhos digitais e físicos criados por diversos artistas incríveis que estão trabalhando na intersecção da blockchain com a arte. Estes serão os primeiros títulos registrados na Codex Protocol e os compradores receberão um título da Codex, que pode ser usado para construir a proveniência de seu trabalho, garantindo assim a procedência e a autenticidade das obras.

CF: No campo das artes, a utilização da imutabilidade da blockchain pode ser uma mudança de paradigma total, no entanto, há muita dificuldade em determinar a origem e autenticidade das obras, porque elas envolvem muitos fatores. Como a blockchain pode auxiliar neste caso?

JH: A blockchain não é uma panacéia que vai resolver todos os problemas existentes, principalmente na questão de autenticidade de obras de arte ela não pode fornecer garantias 100% certeiras sobre determinados trabalhos, mesmo que eles estejam registrados na própria blockchain. O que a Codex pode fornecer, no entanto, é uma grande melhoria em relação ao status quo, oferecendo um meio seguro de armazenar informações facilmente verificáveis.
Embora a blockchain ofereça uma segurança única em relação à sua imutabilidade, se os dados inseridos na cadeia de blocos forem “falsificados na origem” ou no próprio registro da cadeia, como será possível determinar a autenticidade deste trabalho?
A autenticidade é extremamente difícil de determinar. Hoje, ela é realizada por meio de uma cuidadosa pesquisa de documentação sobre o item e análise do próprio item. A Codex não espera que isso mude. Ao garantir essas informações na blockchain, podemos torná-la mais acessível, facilmente verificável e transferível, o que tornará o ecossistema mais eficiente.

CF: Essa foi a primeira venda de obras de arte realizada na blockchain, você acredita que essa venda pode abrir uma tendência de vendas mais robustas de artes usando a tecnologia a ponto de grandes galerias de empresas globais como Sotheby’s e Christie’s também aderirem?

JH: Estamos muito animados por organizar esta venda histórica. Não tenho dúvidas de foi a primeira de muitas, em que a blockchain é adotada como uma ferramenta para ajudar a transferir informações e tornar as vendas de arte mais robustas.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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