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Primeira stablecoin BRC-20 chega à blockchain do Bitcoin

A Stably, uma empresa que oferece infraestrutura para transações de moeda fiduciária em projetos Web3, lançou uma stablecoin na rede Bitcoin, a Stably USD (USDS). O token USDS, construído no padrão BRC-20, foi anunciado como uma stablecoin lastreada em 1:1 com o dólar dos EUA, com a garantia de um custodiante regulamentado.

O lançamento marca a primeira emissão de uma stablecoin como token BRC-20. No entanto, não a primeira stablecoin na blockchain do Bitcoin, já que a USDT foi a primeira stablecoin no Bitcoin, ainda em 2015, usando o protocolo Omni.

A Stably anunciou que a solidez da USDS será verificada através de “certificações mensais realizadas por um certificador externo”. Mas a empresa não detalhou quem será este certificador. Além disso, a Stably anunciou uma parceria em andamento com a Unisat Wallet, uma carteira Bitcoin estreitamente ligada ao protocolo Ordinals e à criação de tokens na rede Bitcoin.

Stablecoin BRC-20

De acordo com a empresa, unidades da “USDS podem ser emitidas e resgatadas com Fedwire, SWIFT, USDC e USDT por usuários verificados pela KYC em mais de 200 países hoje”.

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Vale lembrar que a stablecoin já existe em outras redes, como Ethereum, BNB Chain e Arbitrum. A Stably também planeja lançar essas funções em sua plataforma Stably Ramp até o terceiro trimestre de 2023.

O token BRC-20 é possível graças ao protocolo Bitcoin Ordinals. A emissão e transferência desses tokens ocorrem por meio de uma entrada de dados JSON, um formato de texto simples e leve que torna a programação desses tokens bastante eficiente.

No entanto, a introdução da stablecoin na rede Bitcoin não está livre de críticas. Muitos apontaram para o requisito de conformidade com as regras de KYC, que exigem a verificação da identidade do usuário, como um ponto de atrito, dado que isso se opõe à ideia de anonimato e liberdade que muitos associam ao Bitcoin.

Além disso, a centralização do projeto e a escolha de implantar a stablecoin na layer 1 do Bitcoin foram questionadas por alguns, que veem a abordagem como “cara,  lenta e sem utilidade”. Afinal, estando no Bitcoin, a moeda não poderá ser usada no ecossistema descentralizado de DeFi.

“Usar o layer 1 do Bitcoin para isso parece absurdo à primeira vista. Caro e lento”, comentou Manuel Ferrari, membro da equipe Money on Chain.

Ele foi apoiado pelo podcaster Lunaticoin, que destacou que “os tokens BRC20 são muito ineficientes em termos de taxas (comissões) e implicam em altos custos de transação”.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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